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27 de março de 2020

A econômia deve estar a serviço da população ou a população deve estar a serviço da econômia ?


Já era mais ou menos 2:00 da manhã  e os líderes do governo discutiam no Kremelin, em Moscow,  medidas de forte impacto para defesa do país contra os cerca de 4 milhões de alemães fortemente armados com tanques, blindados e aviões de combate que se aproximavam das fronteiras do país

Seria a maior operação deste tipo na Segunda Guerra Mundial e, até da História.

A complexidade da estratégia foi debatida a exaustão nos últimos dias pelo politburo e a alta cúpula militar soviética. Stalin em meio a charutos , cigarros,  pratos com resto de comida ouvia com atenção a complexidade dos planos de defesa que incluía medidas como deslocar indústrias inteiras para lugares distantes dos pontos vulneráveis do território, preparar todo o efetivo disponível, checar planos de abastecimento, atendimento sanitário, convocar civis, treinar a população, conceber varios estudos logísticos, proteger os mais vulneráveis, estabelecer iniciativas de comunicação para manter alto o moral das pessoas, abrir estradas, trincheiras, pistas de pouso, expandir a fabricação de armas etc. etc.etc.

Estavam todos cansados e ainda faltava ouvir alguém da área econômica para saber qual era a viabilidade de uma operação desta magnitude.

O jovem senhor economista que estava quieto até então aproxima-se do centro da sala e saca de sua bolsa um calhamaço de papéis, põe os óculos  e exclama:

- Precisamos antes ver o impacto fiscal dessas medidas...

O fim desta assembléia  fica por conta de vocês

11 de abril de 2016

VEREADOR PROF. ADONILSON "TAXA PARA RELIGAÇÃO DE ENERGIA DEVE ACABAR"



O vereador Professor Adonilson (PCdoB) propôs, para esta terça-feira (12), a votação do Projeto de Lei Ordinária 40/2015 que proíbe a cobrança de taxa de religação de energia elétrica em Imperatriz. A medida visa ajudar milhares de famílias carentes da cidade.

A matéria volta à Casa de Leis após o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, vereador João Silva (PRB), ter alegado inconstitucionalidade. Porém, o advogado do mandato do Professor Adonilson, Dr. George Morais, contestou que o mesmo modelo do Projeto de Lei foi sancionado em outras prefeituras, como é o caso de Campo Grande (MS) e Mucuri (BA), sem nenhuma barreira constitucional.

Professor Adonilson defende que o projeto deve ser aprovado, visto que as reclamações por parte de famílias de baixa renda da cidade chegam corriqueiramente ao conhecimento do vereador.

“Vamos retomar este debate, pois recebemos constantemente pessoas carentes que reclamam de terem pagos seus encargos, como multas e juros por atraso, e não terem condições de pagar mais uma taxa, como o de religação” argumentou o vereador. “Vamos encaminhar ao presidente desta Casa para que sobrevenha uma votação direta no Plenário e contamos com o total apoio de todos os vereadores que, com certeza, votarão a favor desse projeto de grande relevância social” completou Professor Adonilson.


Cobrança abusiva


O parlamentar afirma que mais de 90 mil logradouros devem estar cadastrados como usuários regulares do serviço de fornecimento de energia elétrica, onde 20% deles, apresentam problemas de inadimplência. Professor Adonilson calcula que a cobrança da taxa de religação significa a geração de uma receita de mais de meio milhão de reais aos cofres da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), prejudicando quem já foi penalizado com o corte no fornecimento e o pagamento dos juros e multas.

No primeiro momento, a Cemar emitiu uma nota comentando que a taxa de religação é prevista na Resolução 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, mas o Procon informou, em nota, que a taxa de religação de energia elétrica é abusiva nos termos arts. 39 inciso V e inciso X, do Código de Defesa do Consumidor, não podendo ser cobrado do consumidor o serviço juntamente com a incidência de multa e juros por atraso.

27 de outubro de 2015

BANCOS ENCERRAM GREVE

Encerrou nesta terça feira, 27, a paralisação dos funcionários das agencias bancárias.  A categoria por meio de assembleia decidiu pelo fim da greve e aceitou a proposta de 10% de reajuste proposta pela Federação do Nacional dos Bancos (FENABAN). A categoria pedia 17% de reajuste.

Porém Banco do Nordeste e Banco da Amazônia ainda não decidiram pela fim da greve. Uma nova assembleia será marcada para definir acerca da situação destes bancos.    

25 de janeiro de 2012

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10 de agosto de 2011

O TIRO CERTEIRO DE MARX


A maior dificuldade em se produzir esse texto reside no pouco espaço que a ele se destina agora. Dedico estas linhas ao professor Edmilson Bezerra (UEMA), que marxista, é fonte de conhecimento e bom humor desta Universidade.
A idéia de sistema-mundo como conhecemos hoje indelevelmente surge há mais ou menos 500 anos, quando as sociedades primitivas foram progressivamente unificadas em um novo sistema muito mais amplo e sob a influência do antigo sistema europeu. Os agentes e promotores dessa expansão tinham motivos próprios para fazê-lo e buscavam um sentido no que faziam. Primeiro tinha-se na propagação do cristianismo a principal teoria do discurso expansionista, porém já se vivia um tempo histórico novo e logo outras idéias fariam a cabeça de colonizadores e colonizados. Afinal em vez do tradicional mote cristão de revelação/fé, surge o iluminismo e como alvo preferencial a idéia de razão/liberdade. Dois conceitos gêmeos que de certa forma justificariam os ideais universais da burguesia européia.
Para os iluministas a razão pressupunha a liberdade, pois o sujeito só poderia alcançar a verdade se tivesse plena liberdade para agir e pensar. Por outro lado a liberdade pressupunha a razão, pois ser livre é poder usar plenamente o conhecimento da verdade.Surge daí, razão e liberdade, a idéia universal de progresso e desenvolvimento que acionará as vanguardas européias. As mitologias, as religiões, a arte, a tradição, o direito, o Estado, a política e a economia, tudo será julgado à luz do ideal homogeneizador do progresso.
Marx, no século XIX, monstrou que, ao contrário do que achavam intelectuais e burguesia, o motor da expansão européia não estava na razão ou na liberdade, conceitos abstratos, mas sim na forma-mercadoria, nas condições matériais de existência, de suas potencialidades e contradições.
Marx demonstra que o desenvolvimento da forma-mercadoria sempre esteve presente na Historia das sociedades primitivas, mas de forma marginal e limitada. A moderna sociedade européia tratou de libertá-la de vez. Isso ocorreu a partir da inclusão, no circuito mercantil, de três elementos que sempre haviam ficado fora dele: a força de trabalho humana, a terra e os meios de produção.
Com a sociedade banalizando então em mercadorias os atributos fundamentais das pessoas (força de trabalho) e da natureza (meios de produção) Marx probabilizou o que viria a seguir. Os mais desavisados o chamariam de determinista, porém há uma relação de causalidade (causa e efeito) no que ele escreve sobre a sociedade organizada dessa forma. Senão vejamos:
I) No limite, tudo seria transformado em mercadoria. Quer seja pelo aumento incessante da massa de mercadorias, quer pela capacidade de produzi-las. II) O espaço geográfico inserido nesse circuito teria que abranger o máximo possível de populações e riquezas para dela participarem, esse espaço seria todo o planeta. III) Novos bens e novas necessidades teriam que ser criadas incessantemente. Como as “necessidades do estômago” têm fim e são limitadas, esses novos bens e necessidades teriam que vir da fantasia e ilusão, que são ilimitadas.
Marx, antes de tudo um filósofo, promoveria com sua crítica da econômia política uma leitura inquietante que atualmente foulcutianos e pós-modernos não percebem (ou desconhecem) que é a falsa dicotomia entre o econômico-político e a cultura. De modo geral, uma é reflexo e continuação da outra, própria da relação do homem com a natureza/sociedade em que se vive. Não são as idéias que fazem a historia, mas indivíduos reais em condições reais. A ideologia finalmente faz com que as idéias (representações sobre o homem, a nação, o saber, o progresso, o poder) expliquem as relações sociais e políticas, tornando impossível perceber que as idéias só são explicáveis pela própria forma de sociedade e política.
Outro tiro certeiro de Marx: com o avanço cada fez mais freqüente do capital sobre os homens e a natureza haveria uma revolução técnica incessante para expandir o espaço e diminuir o tempo de acumulação, realizando assim uma profunda revolução cultural que faria surgir o homem apto as novas necessidades em expansão. Tudo isso foi confirmado vide globalização e o que temos a vista atualmente é a disparada da acumulação financeira global, ou seja, riqueza abstrata, apartada do trabalho e da natureza, N’O Capital ele nos escreve que ao repudiar as “coisas”, o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, a acumulação de capital não poderia mais ser o eixo em torno do qual a vida social se organiza. A forma-mercadoria teria então de ser superada ou, pelo menos, remetida novamente a um lugar secundário, sendo substituída por algum outro princípio de organização da vida social. (Vide:Lênin, As três teses).
Em tempos que tudo vira mercadoria para se consumir cada vez mais e loucamente. Produz-se por dinheiro, especula-se por dinheiro, mata-se por dinheiro, corrompe-se por dinheiro, organiza-se toda a vida social por dinheiro. Cultua-se o dinheiro, o verdadeiro deus da nossa época – um deus indiferente aos homens, inimigo da arte, da cultura, da solidariedade, da ética, da vida do espírito, do amor. Um deus que se tornou imensamente mediocrizante e destrutivo. Finalmente Marx anteviu que para perder o capitalismo deve vencer primeiro. Hegel dizia que um sistema antigo deve atingir sua forma mais plena, para que outro novo possa vir. As crises no mundo contemporâneo mostram que a forma mercadoria e a acumulação de capital não podem ser mais o principio organizador da vida social. Sem duvidas um grande desafio para nosso século. Marx nunca esteve tão atual.

Obs: Texto originalmente publicado em em abril de 2008 neste blog. Fiz algumas alterações de ordem teórica sem mexer com o sentido original.

29 de julho de 2011

RELATO E IMAGENS DE UMA BREVE TURNÊ PELO MARANHÃO




Finalmente depois de mais de uma semana fora, volto a postar neste blog minhas mal traçadas linhas “opiniosas”. O motivo da ausência foi uma viagem pelo nosso estado do Maranhão. Os fins politico-partidários justificam os meios pelo qual enveredei nesta jornada - muito esclarecedora, diga-se.
Primeiro parada é em Balsas, onde faço uma breve pernoite (breve mesmo viu) as margens do Rio Balsas, local belo e famoso na cercania. Lá fico sabendo que na recente ida do ex-deputado Roberto Rocha para o PSB, aplausos e descontentamento na dita sigla socialista. Quem estaria achando ruim: Zé Reinaldo. Quem estaria achando bom: Flávio Dino. Os motivo são diversos e se Dino e cia estiverem mesmo apoiando o filho da Casa Grande no PSB, então muito coisa ainda pode “mudar” no tabuleiro do xadrez da oposição no MA. Mais adiante aprofundaremos este assunto.
O dia amanhece e em uma van sigo por quase seis horas e meia, onde na famosa “baldiação” pego um micro-ônibus para Alto Parnaíba, extremo sul do estado e já divisa com o Piauí, mas especificamente Santa Filomena. No caminho ouço as historias de moradores locais acerca do enorme impacto ambiental oriundo do agronegócio da Soja. Em Alto Parnaíba criamos a comissão provisoria do PSOL e até entrevista na rádio local foi feita para falar da novidade. Os companheiros (as) de Alto P. Terão boas e necessárias lutas a travar no município. Os únicos caroços de soja que ficam na região são os que caem das carrocerias dos caminhões pela estrada esburacada que escoam a produção até o porto de Itaquí (São Luis) ou Belém, de lá seguem para Europa ou China. Resultado para população: desemprego, péssimas condições de saúde e educação por exemplo.

De lá sigo para Porto Franco e não posso deixar de mencionar a bela passagem natural proporcionada pelo Serrado. Sem dúvida uma riqueza desmensurada. Duas horas depois embarco para o distante município de Arame, seguindo pela BR 222 (estrada para Grajaú) adentramos por estrada quase de chão, muito ruim, o que eleva a viagem a cerca de três horas. Um drama para a população que indignada reivindica ainda a construção da Estrada Arame – Paulo Ramos, onde segundo consta nos autos já foi investidos cerca de cem milhões de reais. Claro, ninguém sabe aonde e nem como esse montante foi gasto. Com a palavra a governadora.
Arame possui cerca de trinta mil habitantes e encontra-se bem no meio da terra indígena Araribóia. Famosos foram seus conflitos ainda na década de oitenta entre lavradores e grileiros, dando como resultado a vitoria dos trabalhadores e a fundação do sindicato dos trabalhadores rurais de lá. Inclusive é no STR local onde funda-se a Comissão Provisória de Arame. Lugar melhor não poderia haver para se criar um partido revolucionário como o PSOL.


Vamos em frente. Preciso acordar as três da manhã para pegar o único veiculo que saí de Arame a Santa Inês. A estrada completamente destruída não deixa ninguém da lotada van dormir. Suspiro fundo e penso que o Maranhão as vezes é feito para fazer com que seu povo sofra deliberadamente.
Em Santa Inês tenho que esperar duas horas até que passe o ônibus até São Luis. Aproveito o “intervalo” e vou até um dos hotéis em frente a rodoviária para tomar banho e fazer a barba. Meu aspecto é de lastimar pela péssima noite (mal) passada mas um bom banho ajuda relaxar. Paguei cinco reias pelo “aluguel” do banheiro.
Já na ilha encontro velhos e novos companheiros de movimento estudantil, bem como do partido. Definiu-se finalmente a nova Comissão Estadual do PSOL, com Nonnato Masson de presidente e Haroldo Sabóia, Valdeny Barros (Sindsemp) como secretário geral. Nossa próxima parada será em Pinheiro. Combinamos de ir bem cedo de Ferre-Bout até Alcântara e de lá seguirmos viagem até a terra natal do presidente do senado, sua excelência Jośé Sarney.
A viagem (perfeita, diga-se) cruza o encontro do mar com o rio na Baía de São Marcos em 1 hora, e reduz nossa viagem a Baixada Maranhense em 350 Km.
Pinheiro possui uma população estimada em pouco mais de cem mil habitantes. Fomos ainda até São João Batista e São Vicente Ferrer, próximo a povoado quilombola do Charco, onde recentemente uma liderança rural fora assassinada por agentes do agronegócio local.


Em todas nossas paradas, percebemos a beleza e a enorme riqueza natural do nosso estado contrastando com pobreza e descasos históricos. Comunidades inteiras que ainda utilizam a terra de forma comum, sem incentivos e ainda enfrentando gananciosos fazendeiros que empurram goela abaixo criação de búfalo por exemplo.
O atual modelo econômico do Maranhão prima em colocar os interesses privados acima do direito público: as fontes de riqueza acima do bem estar da população.
No geral andamos por cerca de quase duzentas cidades, encostando em algumas; só de passagem em outras etc. Vimos cenários belíssimos e também dramáticas situações como a paisagem de destruição e morte trazida pela UHE de Estreito.
Não é preciso ser economista para se dar conta de que o modelo que aí está é cruel para os interesses do povo. A política do Maranhão concentra renda e precisamos discutir um modelo alternativo de desenvolvimento.


21 de junho de 2011

Meu encontro com Herbet Marcuse

Em breve estaremos dando inicio ao nosso grupo de estudos em economia politica. Aos interessados, aguardem

Foi por obra e graça do acaso que na graduação, nos confins obscuros de algum lugar na biblioteca da Universidade Estadual do Maranhão deparei-me com um exemplar de “Razão e Revolução - Hegel e o advento da Teoria Social”. Na época eu já alfarrabista, tentava garimpar algum texto que me auxiliasse a compreender os processos revolucionários e a sociedade atual, influenciada sempre por qualquer bobagem que viesse de fora (seja estadunidense ou não) .

Confesso que foi quase uma paixão a primeira vista. Muito me chamava a atenção o fato do filosofo Herbet Marcuse, judeu, ex-membro do Partido Social Democrata Alemão, ter intenções de interpretar criticamente os Manuscritos Econômico-filosóficos de Marx e (assim como este que vós escreve) encontrar neles um fundamento filosófico da economia política. A mística que o maio de 68 provocara em mim e em meia duzia de colegas, motivou também as primeiras leituras a Marcuse.

Em meu intimo, sentia na verdade enorme repulsa a um certo “idealismo existencial” que a maioria dos meus colegas de graduação buscavam com suas respostas mais teóricas do que práticas. Era o principio do “comer e gozar”, ilusória e efémera em sua essência, que eu não queria de modo algum e que de certa forma empurrou-me a leitura de Marcuse. Na época senti frios e mais frios na barriga. Achara o que desejava. Chegava o fim de abstrações pra mim...

Neste excelente trabalho vemos claramente que existe uma simultaneidade entre crítica e práxis. Só a crítica em sí não basta, é necessário um nexo com a práxis objetiva. Exemplo: A pequena-burguesia interessada apenas em se divertir e consumir, poderia e pode ser instrumento de luta pelos direitos civis, desde que sejam criadas condições concretas para isso. Ou seja, a irracionalidade capitalista possuía uma “racionalidade”, passível de ser compreendida.

Os vetores necessários para a transformação de fraqueza em força: Arte e Politica. Condição “cine qua non” para a busca da felicidade, Marcuse defendia o materialismo dialético de Marx como correta teoria da sociedade, ou seja, a preocupação com a felicidade dos homens e a convicção de que esta felicidade seja conseguida “mediante uma transformação das relações materiais de existência”. Por isso em Razão e Revolução, afirma Marcuse, a teoria de Marx supera a de Hegel, justamente por pretender não só a realização da razão, mas, principalmente, a realização da felicidade.

Numa época impregnada de classificações, cálculos e avanços tecnológicos, onde se tenta drenar toda energia utópica, principalmente entre os jovens, onde o consumismo os convida agressivamente a compartilhar de sua miséria espiritual, reduzindo a sua existência a um bom emprego, a um bom salário, para o consumo ilimitado de objetos e pessoas – Marcuse ainda tem muito a dizer, particularmente as novas gerações.

A sua enorme contribuição de pensador integro e coerente ficará para sempre legada não ao “museu de idéias”, petrificadas para serem admiradas, porém para serem lidas criticamente e ultrapassadas, para delas se reter o essencial e avançar.

29 de abril de 2011

A Falta de apoio para projetos culturais em Imperatriz


Nesta quinta-feira, 28 de Abril, o Fórum de Cultura de Imperatriz reuniu-se, às 19h, com o vereador Edmilson Sanches, no auditório a Uema - Cesi (Centro de Estudos Superiores de Imperatriz). Na ocasião, Sanches apresentou a minuta do Projeto de Lei Municipal de Cultura, escrita em fevereiro de 2010.

O historiador e músico, Carlos Leen, abriu o espaço lembrando que estamos com um problema grave e antigo de falta de fomento à Cultura em Imperatriz - "A gestão atual, bem como as anteriores, não está dando a devida atençã à àrea, desrespeitando Constituição Brasileira de 1988".

Edmilson Sanches resgatou a importância da cultura para um município, ressaltando a questão econômica e citando o exemplo da cidade de São Paulo, que tem a maior parte de seu Produto Interno Bruto (PIB) tirado de eventos e espaços culturais. Segundo Sanches, a base de um bom governo deve ser " obras e serviços com qualidade e transparência" e "ninguém nas outras gestões e na atual está preocupado com planejamento estratégico".

Após a exposição da minuta, os presentes decidiram ler o documento com calma e pesquisar outras leis de cultura para acrescentar ou modificar pontos que achem importantes. O Fórum volta a se reunir no dia 03 de Maio, às 19h na Uema, para debater as ideias levadas e montar uma proposta uniforme que será encamiha à Câmera Municipal de Vereadores e, posteriormente, sancionada pelo prefeito.

PS- O Fórum Municipal de Cultura é uma entidade da sociedade civil, que tem debatido as problematicas locais e trazer soluções para as mesmas. As reuniões são às terças, 19h, na Uema, e estão abertas a todos!

Fonte: Blog Ensaio Jurnalistico

23 de março de 2011

Ceste-Estreito deixa o presente ao povo atingido pelo 'desenvolvimento'


Concebe-se em termos exclusivamente técnicos, que uma usina hidrelétrica, além de ser um complexo arquitetônico, é um conjunto de obras e equipamentos que tem por finalidade produzir energia elétrica através da força hidráulica de um rio. Todavia para além das forças desenvolvimentistas poucas são as abordagens que consideram que esse empreendimento apresenta impactos que em muitos casos, são pouco relevados no momento de apreciá-lo.

Boa parte do setor energético no país vê nas construções de novas barragens a possibilidade de elevação a um nível macroeconômico de aceleração das forças produtivas. Aliados ao capital internacional esses empreendimentos pouco promoveram o debate público e quando o fizeram, não responderam satisfatoriamente às questões das populações locais provocando enormes passivos sociais para as comunidades que têm as suas terras inundadas e são obrigadas a deixar o local onde vivem.

Pra variar nessa historia toda, diversas famílias estão sendo vítimas de um erro primário do consórcio Ceste-Estreito, responsável pela obras da hidrelétrica de mesmo nome. É que com o fechamento das ultimas comportas, a água pelo visto “subiu um pouquinho mais” do que previra os técnicos do CESTE e acabou por desabrigar varias pessoas no município de Barra do Ouro, Tocantins, “O consórcio sempre deixou claro que os povoados a beira rio não seriam atingidos. No entanto no início do ano uma equipe do consórcio alojou-se na cidade e iniciou o levantamento de todo o povoado, sem sequer discutir conosco o porquê de tal medição de última hora”, afirmam os atingidos.

“Eles deram o prazo de 24 horas para nós sair e se não saísse, nós iria ser multado em até 27 mil reais e seria retirado por força policial”, declarou uma moradora. Ela conta que há cerca de 20 dias sua comunidade foi desocupada a força e as casas foram destruídas. Com um caminhão, a empresa transportou os pertences dos moradores, contrariando a vontade dos mesmos, que tiveram que deixar os animais, as fruteiras e muitas outras coisas pessoais. Segundo o relato, no dia da desocupação chovia muito e molhou toda a mudança das famílias, que agora vivem em quitinetes, na casa de parentes e/ou em casas alugadas. Leia aqui na íntegra a nota feita pelo Movimento dos Atingidos pela Barragem (MAB).

Pelo visto este será o desenvolvimento - presente de grego - deixado pelo Ceste-Estreito. O triste legado do nosso povo se repete em mais este episódio Novos empreendimentos como os da UHE Estreito saem agora da necessidade criada por empresas multinacionais e com a conivência total do Estado brasileiro, aprofundam um tipo de lógica que, como aqui demonstrado, beneficia apenas a uma parcela da sociedade. A Usina de Belo Monte pode ser outro exemplo. A impunidade ainda reina. Na foto acima, de branco, a direita, o Gerente Institucional do Ceste-Estreito, Isac Cunha.

16 de março de 2011

O PAC e a nova política para incentivar investimentos privados e ampliar investimentos públicos em infra-estrutura


Quando a nova presidenta Dilma Rousseff tomou posse no inicio do ano de 2011, um dos temas principais de seu discurso se fez notar claramente: a questão do desenvolvimento do país e - como alguns analistas políticos observaram - a disputa entre dois projetos postos ao Brasil: o nacional-desenvolvimentismo e o exportador de bens primários.

Boa parte da literatura sobre história econômica brasileira da segunda metade do século XX gira em torno do debate primário-exportador vs nacional desenvolvimentismo. Desde que foi criado o Programa de Aceleração do Crescimento é pivô de vultosos recursos e matriz essencial do aprofundamento da lógica nacional-desenvolvimentista. Há um claríssimo entusiasmo por parte dos chamados entes federados e empresas além de outros setores da sociedade tais como: empreiteiras, ong’s, profissionais técnicos das áreas de economia, administração, comunicação e gestão pública, que avaliam positivamente o PAC como catalisador do desenvolvimento urbano nacional frente a uma realidade deficiente de infra-estrutura e formação técnica cientifica.

O economista e membro do Conselho Federal de Economia Nilton Pedro da Silva, em um recente artigo para entidades de pesquisa, conclui que a respeito do PAC é visível que os investimentos em infra-estrutura não serão insuficientes para se respaldar um modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil, entretanto, dever ser propiciado o atingimento de padrões de crescimento não observados nas ultimas três décadas. O economista finaliza o artigo comemorando o plano de aceleração do crescimento.

Essa política nacional de desenvolvimento enfrentará pelo visto uma serie de desafios que irão desde ao obvio planejamento que requer produção de energia, que por sua vez, força a exploração de recursos naturais, até a necessidade de participação popular nos mecanismos que permitam acesso aos equipamentos de serviço público, ao trabalho, á moradia e a riqueza.
A unica certeza de inúmeras dúvidas é a falsa idéia de imaginar que superando o nosso capitalismo tardio poderemos obter qualidade de vida. O exemplo norte-americano não deve ser tomado como modelo a ser seguido, em certo momento precisou aprofundar políticas imperialistas para continuar mantendo seus níveis de consumo, sem falar que teríamos que inventar mais quatro ou cinco planetas Terra para garantir o “american way of life” em terras tupiniquins. Que não se enganem aqueles que julgam o PAC como elemento único potencializador que fará o Brasil entrar no rol dos grandes países industrializados. Essa será uma questão de grande debate e discussão que tencionará movimentos sociais, governos e superestrutura. Só lembrando: Há uma clara finitude de recursos naturais de nosso planeta

Só para investimentos na área de energia estarão empenhados cerca de R$ 270,8 bilhões, com claras parcerias entre a esfera privada e poder público. Com previsão para investimentos totais em torno de quatro anos, a perspectiva é gerar em torno de 12.386 MW.

11 de março de 2011

Vale dá o calote? Vale re-estatizar?

A empresa mineradora antes conhecida como Vale do Rio Doce foi o presente mais valioso entregue pela gestão FHC a preço de banana para banqueiros e acionistas capitalistas. Na época o Brasil vivia sob a égide flagrante de prostração ideológica conhecida como neoliberalismo.

De lá para cá com a continuação dessa política muito bem realizada por Lula a empresa chegou ser a segunda no mundo em termos de exploração do minério de ferro. Lucros enormes e uma significativa arrecadação recorde de royalties no entanto nunca proporcionaram qualidade de vida as populações locais, povos da floresta e demais grupos. Basta acompanhar a luta de entidades como o “Fórum Carajás” e o “Justiça nos Trilhos”.

Agora a empresa é acusada de não querer pagar uma divida de cerca de quatro bilhões ao Departamento Nacional de Pesquisa em Mineração (DNPM). Segundo Delcídio do Amaral, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado (PT-MS): É preciso passar o setor de mineração a limpo. As mineradoras pagam muito pouco e estão tendo lucros enormes. Além disso, uma empresa pode ficar enrolando investimentos numa mina por anos”.

Denuncias de que empresas locais ligadas ao setor foram “tragadas” pela política predatória de obtenção dos lucros somam-se agora as velhas mazelas sociais sofridas pelo povo. Não se conhece nenhum alto executivo da Vale que responda no estado maranhense. No Pará ela só tem deixado às crateras. No Maranhão o que sobra é a poeira do minério de ferro e muita pobreza ao longo da ferrovia. Assim não VALE!

3 de março de 2011

Conheça a Favela do Samba e o carnaval que Imperatriz não tem mais


Numa rápida passada pela capital, deparei-me esses dias com um mundo de certo forma bastante novo para mim. Estou já na casa dos trinta e começo a realmente perceber que o “obvio” é tudo aquilo que realmente não nos damos conta, quase sempre.

A Favela do Samba é uma das Escolas de Samba de São Luís localizada no Bairro do Sacavém fundada mais ou menos na década de cinqüenta do século passado. Possui em torno de seu eixo cerca de oitocentos integrantes entre passistas, músicos, técnicos, produtores, artesãos, artistas e promovedores em geral. Sua bateria, apelidada de Carcará, possui cerca de cento e vinte pessoas todas da comunidade em "ritmo de emoção a flor da pele". Falo sério. Me arrepiei mesmo ou será que entrei em transe quando os vi no ensaio geral na sede da escola? Nem Freud explica nossas “raízes sangrentas raízes”.

Utilizo a Sociedade Recreativa Favela do Samba (é assim seu nome oficial) para salientar o quanto de inclusão social perdemos todo ano em Imperatriz apenas enfiando grana nos trios elétricos chatos, maçantes e repetitivos, alienantes por vezes. Perdemos de vista possibilidades de geração de renda, emprego, turismo e ocupação para nossos jovens. Sim, o sujeito que ao invés de estar de cara pra cima poderia muito bem confeccionar, desenhar e produzir os carros alegóricos, samba-enredos, fantasias e temáticas mil conforme a imaginação permita.

Eu era criança na época (década de noventa) mais me lembro muito bem que ainda existiam por aqui os carnavais de rua e os artistas carnavalescos de nossa cidade se mobilizavam para botar a turma pra desfilar e disputar na avenida. Deveriam ter sidos bons tempos estes. Havia a “Unidos de Vila Nova”. Onde será que ela foi parar?

Perdeu-se também assim como nossa Feira de Artes, Festival de Teatro, Casa de Mémoria e tanto outros projetos culturais que sucessivas e pífias gestões ligadas à cultura não possuem interesse de resgatar. Segue a pasmaceira geral com este carnaval alienante importando da Bahia que não gera nada pra os imperatrizenses só mesmo trabalho pra PM na Beira Rio. Nego bebe tanta cachaça que acaba brigando. Poderia estar desfilando. Ah, tem uma tal de jardineira, mas não é mesma coisa.

16 de fevereiro de 2011

Candido Madeira x Arimateia Junior

Foi no mínimo interessante a debate ocorrido na manhã desta quarta feira entre o controlador geral do município, senhor Candido Madeira e o radialista Arimateia Junior, da Radio Nativa. Afeito a termos técnicos e jargões ligados a quem cuida da área de finanças e contabilidade, Cândido praticamente dialogava em grego para 99% dos ouvintes naquele momento.

Sorte a dele ter a frente um jornalista experimentado como Arimateia, que soube imediatamente diluir a retórica burocrática e centrar o foco do debate ao que o público realmente estava afim de saber: Quanto entrou e quanto gastou a prefeitura de Imperatriz? Quanto de receita estavam devendo? Etc.

O Controlador-Geral do Município, Cândido Madeira Filho também esteve na manhã de ontem, terça-feira (15) no plenário da Câmara Municipal de Imperatriz, onde fez a prestação de contas da prefeitura, relativa ao 3º quadrimestre de 2010. O Controlador-Geral ainda respondeu questionamentos de vereadores, representantes da comunidade e da imprensa.

Infelizmente eu não soube desta dita audiência na Câmara Municipal. Acho que ninguém da oposição também não sabia. Movimentos socias ligados à cultura e a Economia Solidária também não ficaram sabendo.

Na entrevista ao programa de rádio, Candido afirmou que o vereador Chagão do PT se tornara o chato e Élson Araújo disse que sentiu falta de mais cobranças por parte dos opositores. Mas como faze-las? Se a própria configuração da audiência nós pareceu ter sido “velada”.

Com problemas tão urgentes principalmente nas áreas de saneamento básico e infra-estrutura, é melhor a equipe de governo começar a dar ouvidos de vez em quando aos que estão embaixo. O Zé do Povo, o Zé Ninguém muitas vezes têm mais a nos dizer do que qualquer puxa-saco engravatado por aí.

18 de janeiro de 2011

Fórum regional de Economia Solidária debate sobre a centralidade do desenvolvimento

Usinas hidrelétricas, projeto Carajás, Suzano Papel e Celulose. Estes e outros grandes empreendimentos mudaram e vêm mudando há muito tempo à realidade política, econômica, social e cultural do nosso povo. Os impactos decorrentes destas mutações são perceptíveis, dentre elas, o crescimento demográfico, agravando os problemas de regularização fundiária, numa região já marcada por sérios e sistemáticos conflitos pela posse da terra e trabalho escravo.

Dentro desse conjunto de problemáticas e interesses, os movimentos sociais são importantíssimos para se debater, avaliar e lutar por direitos tanto ambientais quanto étnicos.

Com o intuito de discutir e considerar perspectivas melhores para se equacionar a necessidade ao mesmo tempo de industrialização (geração de emprego e renda) com a preservação e a utilização sustentável dos recursos naturais, várias entidades e representantes do poder público e judiciário se reuniram nesta ultima sexta, dia 14 no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Imperatriz.

Dentre as entidades e órgãos presentes estavam representantes do poder público de Imperatriz, Açailândia, defensoria pública, Centru, Miqcb, Casa familiar rural de Coquelândia, Carítas, Pastorais católicas e Cdvdh de Açailândia.

O Fórum foi organizado pelas entidades que participam do projeto “Brasil Solidário”, de iniciativa federal.

Na pauta da reunião momentos de autocrítica e de avaliação que levantaram a tona questões delicadas como a participação de entidades e militantes sociais na articulação de projetos duvidosos ligados ao grande capital e a degradação ambiental. Também se fez uma profunda explanação histórica das frentes de ocupação no Maranhão e nos projetos de desenvolvimento aos quais o estado esteve articulado durante sua existência e, dessa forma, situo-se economicamente nas linhas gerais construídas a partir da lógica das sociedades urbano-industriais e nos planos demográfico e estatístico.

Em resumo, cada vez mais a certeza de quê defender uma nova concepção de existência para o ser humano e de sua civilização é urgente. A reprodução desse modo de consumo de produção capitalista é insustentável neste planeta. A idéia de que padrão de vida dos Eua, Europa, Japão e Canadá, são o que devemos alcançar para chegar ao primeiro mundo beira a esquizofrenia. Chegar ao primeiro mundo nestes termos significa inventar ou descobrir mais quatro planetas Terras, pois esse dito primeiro mundo, possui 20% da população mundial consumindo cerca de 80% dos recursos naturais.

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