Boa parte do setor energético no país vê nas construções de novas barragens a possibilidade de elevação a um nível macroeconômico de aceleração das forças produtivas. Aliados ao capital internacional esses empreendimentos pouco promoveram o debate público e quando o fizeram, não responderam satisfatoriamente às questões das populações locais provocando enormes passivos sociais para as comunidades que têm as suas terras inundadas e são obrigadas a deixar o local onde vivem.
Pra variar nessa historia toda, diversas famílias estão sendo vítimas de um erro primário do consórcio Ceste-Estreito, responsável pela obras da hidrelétrica de mesmo nome. É que com o fechamento das ultimas comportas, a água pelo visto “subiu um pouquinho mais” do que previra os técnicos do CESTE e acabou por desabrigar varias pessoas no município de Barra do Ouro, Tocantins, “O consórcio sempre deixou claro que os povoados a beira rio não seriam atingidos. No entanto no início do ano uma equipe do consórcio alojou-se na cidade e iniciou o levantamento de todo o povoado, sem sequer discutir conosco o porquê de tal medição de última hora”, afirmam os atingidos.
“Eles deram o prazo de 24 horas para nós sair e se não saísse, nós iria ser multado em até 27 mil reais e seria retirado por força policial”, declarou uma moradora. Ela conta que há cerca de 20 dias sua comunidade foi desocupada a força e as casas foram destruídas. Com um caminhão, a empresa transportou os pertences dos moradores, contrariando a vontade dos mesmos, que tiveram que deixar os animais, as fruteiras e muitas outras coisas pessoais. Segundo o relato, no dia da desocupação chovia muito e molhou toda a mudança das famílias, que agora vivem em quitinetes, na casa de parentes e/ou em casas alugadas. Leia aqui na íntegra a nota feita pelo Movimento dos Atingidos pela Barragem (MAB).
Pelo visto este será o desenvolvimento - presente de grego - deixado pelo Ceste-Estreito. O triste legado do nosso povo se repete em mais este episódio Novos empreendimentos como os da UHE Estreito saem agora da necessidade criada por empresas multinacionais e com a conivência total do Estado brasileiro, aprofundam um tipo de lógica que, como aqui demonstrado, beneficia apenas a uma parcela da sociedade. A Usina de Belo Monte pode ser outro exemplo. A impunidade ainda reina. Na foto acima, de branco, a direita, o Gerente Institucional do Ceste-Estreito, Isac Cunha.
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