Finalmente depois de mais de uma semana fora, volto a postar neste blog minhas mal traçadas linhas “opiniosas”. O motivo da ausência foi uma viagem pelo nosso estado do Maranhão. Os fins politico-partidários justificam os meios pelo qual enveredei nesta jornada - muito esclarecedora, diga-se.
Primeiro parada é em Balsas, onde faço uma breve pernoite (breve mesmo viu) as margens do Rio Balsas, local belo e famoso na cercania. Lá fico sabendo que na recente ida do ex-deputado Roberto Rocha para o PSB, aplausos e descontentamento na dita sigla socialista. Quem estaria achando ruim: Zé Reinaldo. Quem estaria achando bom: Flávio Dino. Os motivo são diversos e se Dino e cia estiverem mesmo apoiando o filho da Casa Grande no PSB, então muito coisa ainda pode “mudar” no tabuleiro do xadrez da oposição no MA. Mais adiante aprofundaremos este assunto.
De lá sigo para Porto Franco e não posso deixar de mencionar a bela passagem natural proporcionada pelo Serrado. Sem dúvida uma riqueza desmensurada. Duas horas depois embarco para o distante município de Arame, seguindo pela BR 222 (estrada para Grajaú) adentramos por estrada quase de chão, muito ruim, o que eleva a viagem a cerca de três horas. Um drama para a população que indignada reivindica ainda a construção da Estrada Arame – Paulo Ramos, onde segundo consta nos autos já foi investidos cerca de cem milhões de reais. Claro, ninguém sabe aonde e nem como esse montante foi gasto. Com a palavra a governadora.
O dia amanhece e em uma van sigo por quase seis horas e meia, onde na famosa “baldiação” pego um micro-ônibus para Alto Parnaíba, extremo sul do estado e já divisa com o Piauí, mas especificamente Santa Filomena. No caminho ouço as historias de moradores locais acerca do enorme impacto ambiental oriundo do agronegócio da Soja. Em Alto Parnaíba criamos a comissão provisoria do PSOL e até entrevista na rádio local foi feita para falar da novidade. Os companheiros (as) de Alto P. Terão boas e necessárias lutas a travar no município. Os únicos caroços de soja que ficam na região são os que caem das carrocerias dos caminhões pela estrada esburacada que escoam a produção até o porto de Itaquí (São Luis) ou Belém, de lá seguem para Europa ou China. Resultado para população: desemprego, péssimas condições de saúde e educação por exemplo.
De lá sigo para Porto Franco e não posso deixar de mencionar a bela passagem natural proporcionada pelo Serrado. Sem dúvida uma riqueza desmensurada. Duas horas depois embarco para o distante município de Arame, seguindo pela BR 222 (estrada para Grajaú) adentramos por estrada quase de chão, muito ruim, o que eleva a viagem a cerca de três horas. Um drama para a população que indignada reivindica ainda a construção da Estrada Arame – Paulo Ramos, onde segundo consta nos autos já foi investidos cerca de cem milhões de reais. Claro, ninguém sabe aonde e nem como esse montante foi gasto. Com a palavra a governadora.
Arame possui cerca de trinta mil habitantes e encontra-se bem no meio da terra indígena Araribóia. Famosos foram seus conflitos ainda na década de oitenta entre lavradores e grileiros, dando como resultado a vitoria dos trabalhadores e a fundação do sindicato dos trabalhadores rurais de lá. Inclusive é no STR local onde funda-se a Comissão Provisória de Arame. Lugar melhor não poderia haver para se criar um partido revolucionário como o PSOL.
Vamos em frente. Preciso acordar as três da manhã para pegar o único veiculo que saí de Arame a Santa Inês. A estrada completamente destruída não deixa ninguém da lotada van dormir. Suspiro fundo e penso que o Maranhão as vezes é feito para fazer com que seu povo sofra deliberadamente.
Em Santa Inês tenho que esperar duas horas até que passe o ônibus até São Luis. Aproveito o “intervalo” e vou até um dos hotéis em frente a rodoviária para tomar banho e fazer a barba. Meu aspecto é de lastimar pela péssima noite (mal) passada mas um bom banho ajuda relaxar. Paguei cinco reias pelo “aluguel” do banheiro.
Já na ilha encontro velhos e novos companheiros de movimento estudantil, bem como do partido. Definiu-se finalmente a nova Comissão Estadual do PSOL, com Nonnato Masson de presidente e Haroldo Sabóia, Valdeny Barros (Sindsemp) como secretário geral. Nossa próxima parada será em Pinheiro. Combinamos de ir bem cedo de Ferre-Bout até Alcântara e de lá seguirmos viagem até a terra natal do presidente do senado, sua excelência Jośé Sarney.
A viagem (perfeita, diga-se) cruza o encontro do mar com o rio na Baía de São Marcos em 1 hora, e reduz nossa viagem a Baixada Maranhense em 350 Km.
Pinheiro possui uma população estimada em pouco mais de cem mil habitantes. Fomos ainda até São João Batista e São Vicente Ferrer, próximo a povoado quilombola do Charco, onde recentemente uma liderança rural fora assassinada por agentes do agronegócio local.
Em todas nossas paradas, percebemos a beleza e a enorme riqueza natural do nosso estado contrastando com pobreza e descasos históricos. Comunidades inteiras que ainda utilizam a terra de forma comum, sem incentivos e ainda enfrentando gananciosos fazendeiros que empurram goela abaixo criação de búfalo por exemplo.
O atual modelo econômico do Maranhão prima em colocar os interesses privados acima do direito público: as fontes de riqueza acima do bem estar da população.
No geral andamos por cerca de quase duzentas cidades, encostando em algumas; só de passagem em outras etc. Vimos cenários belíssimos e também dramáticas situações como a paisagem de destruição e morte trazida pela UHE de Estreito.
Não é preciso ser economista para se dar conta de que o modelo que aí está é cruel para os interesses do povo. A política do Maranhão concentra renda e precisamos discutir um modelo alternativo de desenvolvimento.
3 comentários:
FALTOU TU VIM AQUI EM SAO BERNADO..
JOSÉ VARGUEIRO - BANCARIO
Em Gonçalves Dias você não andou, a turnê pelo maranhão não foi completa, porquê?..........
Companheiros peço perdão pela ausência. Com certeza da próxima vez nos encontraremos.
Postar um comentário