3 de novembro de 2015

A CIDADE MUTANTE


A cidade de Imperatriz é mutante. O crescimento avassalador salta os olhos e com ele a paisagem urbana vertiginosamente. Se por um lado temos o aumento do PIB, por outro verificamos falta de trato nos problemas ambientais da cidade. 

Uma questão que salta os olhos diz respeito ao nosso patrimônio: O Rio Tocantins. O imperador que nós proporciona lazer e o precioso liquido da vida sofre pela ação antrópica - feita pelo ser humano. Graças a hidrelétrica de Estreito, no que diz respeito às praias já houve uma perca de 75% de aproveitamento das mesmas. Tanto de espaço quanto de tempo. 

O período de veraneio diminuiu e junto às opções onde receber o banhista, o barraqueiro e as atividades para fomento cultural. Perdeu-se toda uma cadeia produtiva. E o trato com os esgotos ? Outro drama. 

De forma medievalística temos ainda um desafio pela frente e evitar/diminuir as toneladas de dejetos in natura a caminho do rio. Por uma famigerada herança histórica nos bairros não há saneamento básico e doenças feudais como a hanseníase nos proporcionam o titulo de campeões nacionais em casos. Segundo o site do Movimento de Reintegração dos Atingidos por Hanseníase, Imperatriz possui 20 vezes mais infectados que o aceitável. 

Segundo o filosofo Wladimir Safatle vivemos a era do cinismo ambiental. Existe um discurso fácil onde empresas apregoam palavras como “sustentabilidade”, ambientalmente saudável etc. Na pratica porém a realidade é outra. Não demorará muito. Nossas gerações futuras cobrarão. Ou todos nós agimos logo ou deixaremos como legado nossa inoperância e incapacidade no trato a Mãe Natureza. 

A cada dia fica mais evidente a contradição entre meio ambiente e capitalismo selvagem. A catástrofe da natureza que se avizinha em nosso rio faz retomarmos o pensamento da filósofa Rosa Luxemburgo: socialismo ou barbárie? Pela ótica liberalizante de alguns agentes políticos e empresariais o conceito de “desenvolvimento sustentável” precisa ser antiecológico. 

As dinâmicas deste processo de devastação são, além da falta de investimentos em saneamento básico, as empresas Suzano, Vale, Hidrelétricas formadas por consórcios multinacionais, etc. Claro há de se destacar também a falta de consciência ambiental de pessoas desinformadas que formam um núcleo campesino ligado há setores do agronegócio, tais como as carvoarias. 

Há anos que o Rio Tocantins sofre com os esgotos jogados a céu aberto em seu leito e da retirada indiscriminada da areia, assoreamento com perca da mata ciliar. Agora o quadro tende-se a agravar via construção de novas usinas hidrelétricas. Seguindo a lógica de fazer uso “do que não têm” ao invés de aproveitar o que já se têm, de recursos naturais, empresas “sujas” fazem pouso seguro na região. Dentre elas destacamos a Hidréletrica do Estreito e a Suzano Papel e Celulose, esta ultima não explicou ainda qual o volume de água a ser gasto e nem quem pagará a conta do precioso liquido. 

O discurso de pleno emprego não pode ser desculpa para promovermos um ecocídio apocalíptico, que provocará o fim da vida do caudaloso Tocantins. Conclusão: O capitalismo tem sido o inimigo da natureza.
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1 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela publicação