29 de julho de 2011

RELATO E IMAGENS DE UMA BREVE TURNÊ PELO MARANHÃO




Finalmente depois de mais de uma semana fora, volto a postar neste blog minhas mal traçadas linhas “opiniosas”. O motivo da ausência foi uma viagem pelo nosso estado do Maranhão. Os fins politico-partidários justificam os meios pelo qual enveredei nesta jornada - muito esclarecedora, diga-se.
Primeiro parada é em Balsas, onde faço uma breve pernoite (breve mesmo viu) as margens do Rio Balsas, local belo e famoso na cercania. Lá fico sabendo que na recente ida do ex-deputado Roberto Rocha para o PSB, aplausos e descontentamento na dita sigla socialista. Quem estaria achando ruim: Zé Reinaldo. Quem estaria achando bom: Flávio Dino. Os motivo são diversos e se Dino e cia estiverem mesmo apoiando o filho da Casa Grande no PSB, então muito coisa ainda pode “mudar” no tabuleiro do xadrez da oposição no MA. Mais adiante aprofundaremos este assunto.
O dia amanhece e em uma van sigo por quase seis horas e meia, onde na famosa “baldiação” pego um micro-ônibus para Alto Parnaíba, extremo sul do estado e já divisa com o Piauí, mas especificamente Santa Filomena. No caminho ouço as historias de moradores locais acerca do enorme impacto ambiental oriundo do agronegócio da Soja. Em Alto Parnaíba criamos a comissão provisoria do PSOL e até entrevista na rádio local foi feita para falar da novidade. Os companheiros (as) de Alto P. Terão boas e necessárias lutas a travar no município. Os únicos caroços de soja que ficam na região são os que caem das carrocerias dos caminhões pela estrada esburacada que escoam a produção até o porto de Itaquí (São Luis) ou Belém, de lá seguem para Europa ou China. Resultado para população: desemprego, péssimas condições de saúde e educação por exemplo.

De lá sigo para Porto Franco e não posso deixar de mencionar a bela passagem natural proporcionada pelo Serrado. Sem dúvida uma riqueza desmensurada. Duas horas depois embarco para o distante município de Arame, seguindo pela BR 222 (estrada para Grajaú) adentramos por estrada quase de chão, muito ruim, o que eleva a viagem a cerca de três horas. Um drama para a população que indignada reivindica ainda a construção da Estrada Arame – Paulo Ramos, onde segundo consta nos autos já foi investidos cerca de cem milhões de reais. Claro, ninguém sabe aonde e nem como esse montante foi gasto. Com a palavra a governadora.
Arame possui cerca de trinta mil habitantes e encontra-se bem no meio da terra indígena Araribóia. Famosos foram seus conflitos ainda na década de oitenta entre lavradores e grileiros, dando como resultado a vitoria dos trabalhadores e a fundação do sindicato dos trabalhadores rurais de lá. Inclusive é no STR local onde funda-se a Comissão Provisória de Arame. Lugar melhor não poderia haver para se criar um partido revolucionário como o PSOL.


Vamos em frente. Preciso acordar as três da manhã para pegar o único veiculo que saí de Arame a Santa Inês. A estrada completamente destruída não deixa ninguém da lotada van dormir. Suspiro fundo e penso que o Maranhão as vezes é feito para fazer com que seu povo sofra deliberadamente.
Em Santa Inês tenho que esperar duas horas até que passe o ônibus até São Luis. Aproveito o “intervalo” e vou até um dos hotéis em frente a rodoviária para tomar banho e fazer a barba. Meu aspecto é de lastimar pela péssima noite (mal) passada mas um bom banho ajuda relaxar. Paguei cinco reias pelo “aluguel” do banheiro.
Já na ilha encontro velhos e novos companheiros de movimento estudantil, bem como do partido. Definiu-se finalmente a nova Comissão Estadual do PSOL, com Nonnato Masson de presidente e Haroldo Sabóia, Valdeny Barros (Sindsemp) como secretário geral. Nossa próxima parada será em Pinheiro. Combinamos de ir bem cedo de Ferre-Bout até Alcântara e de lá seguirmos viagem até a terra natal do presidente do senado, sua excelência Jośé Sarney.
A viagem (perfeita, diga-se) cruza o encontro do mar com o rio na Baía de São Marcos em 1 hora, e reduz nossa viagem a Baixada Maranhense em 350 Km.
Pinheiro possui uma população estimada em pouco mais de cem mil habitantes. Fomos ainda até São João Batista e São Vicente Ferrer, próximo a povoado quilombola do Charco, onde recentemente uma liderança rural fora assassinada por agentes do agronegócio local.


Em todas nossas paradas, percebemos a beleza e a enorme riqueza natural do nosso estado contrastando com pobreza e descasos históricos. Comunidades inteiras que ainda utilizam a terra de forma comum, sem incentivos e ainda enfrentando gananciosos fazendeiros que empurram goela abaixo criação de búfalo por exemplo.
O atual modelo econômico do Maranhão prima em colocar os interesses privados acima do direito público: as fontes de riqueza acima do bem estar da população.
No geral andamos por cerca de quase duzentas cidades, encostando em algumas; só de passagem em outras etc. Vimos cenários belíssimos e também dramáticas situações como a paisagem de destruição e morte trazida pela UHE de Estreito.
Não é preciso ser economista para se dar conta de que o modelo que aí está é cruel para os interesses do povo. A política do Maranhão concentra renda e precisamos discutir um modelo alternativo de desenvolvimento.


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3 comentários:

Anônimo disse...

FALTOU TU VIM AQUI EM SAO BERNADO..

JOSÉ VARGUEIRO - BANCARIO

araujo-decaracomaverdadeblogspot.com disse...

Em Gonçalves Dias você não andou, a turnê pelo maranhão não foi completa, porquê?..........

Carlos Leen Santiago disse...

Companheiros peço perdão pela ausência. Com certeza da próxima vez nos encontraremos.