30 de março de 2009

Indo a São Luis...

Tarde chuvosa agora em Imperatriz. Daqui a pouco viajo com companheiros da UEMA e secundaristas para participar de um momento histórico aqui no MA.
Iremos de ônibus a São Luis, nos encontrar com diversos Movimentos Sociais que se mobilizaram para apresentar alternativas ao modelo do capital que sustenta a crise e a miséria presente entre os trabalhadores.
No entanto, outra perspectiva se faz presente dentro das reivindicações. O governo de Jackson Lago está por um fio e tudo indica que até abril ou se desenha um quadro de comoção publíca político-midiatico entre os setores de poder do Estado, permitindo que Lago continue ate o fim seu mandato ou assume o segundo lugar, no caso Roseana Sarney.
Com esse quadro que aí está, a impossibilidade de uma terceira via , que seria uma nova eleição, pelo visto só poderia ser possível caso houvesse uma unidade no pensamento progressita MA.Ou seja se toda a esquerda, movimentos sociais,sindicatos, pastorais, sociedade civil organizada se unissem em torno dessa idéia, peitando os interesses institucionais oligárquicos.
De qualquer forma, surge à possibilidade de uma insurgência popular causar atritos diretos com os órgãos de repressão do Estado (PM e Exercito), há não ser que Lago obtenha apoio desses organismos militares e estes não entrem diretamente no conflito.
Por aqui na Imperosa já ouvi vários pedetistas históricos dizerem que o mandato de Lago já era, inclusive o prefeito (em tese um aliado forte) Madeira teria em entrevista pedido a “nova governadora” para que não se vingue da derrota sofrida por ela em Imperatriz quando assumir.
Ainda não sei como ta o clima na capital e será de lá que uma nova postagem para este blog irá sair...
Se teremos boas ou más noticias so o tempo dirá.
inté logo mais ...

29 de março de 2009

Mobilização contra a crise une movimentos no Maranhão


Como encaminhamento da Assembléia dos Movimentos sociais durante o Fórum Social Mundial, entre os dias 28 de março e 4 de abril trabalhadores de todo o mundo estarão protestando contra a crise e em defesa de seus direitos. No Brasil, no dia 30/3, também o Maranhão estará mobilizado.

Uma grande mobilização será realizada na capital São Luis. A atividade unifica todas as entidades sindicais presentes no estado, partidos de esquerda e movimentos sociais do campo e da cidade.

A mobilização será um momento muito importante, pois se trata de apresentar alternativas ao modelo do capital que sustenta a crise e a miséria presente entre os trabalhadores. Torna-se ainda mais importante por ser realizada conjuntamente entre os mais diversos organismos que representam a classe trabalhadora no estado que são os movimentos sociais e os sindicatos.

Além de protestar contra a situação de crise que vive a humanidade, a mobilização pretende denunciar o modelo do agronegócio que impede o povo de ter acesso a terra e produzir alimentos saudáveis e baratos para a população.

As atividades terão inicio às 5h da manhã, com concentração na Barragem do Bacanga. Em seguida ocorre uma marcha rumo ao centro, onde haverá um ato na Praça Deodoro.

Fonte: MST

28 de março de 2009

25 de março de 2009

10 Mandamentos Para Historiadores Recém- Formados:



1 - Não existe pesquisador que não leciona, nem professor que não pesquise (pelo menos os de verdade) !

2 - O mundo viveria muito bem sem Historiadores, faça valer sua importância social.

3 - Procure ter elementos, mesmo que capengas, para entender o presente. Se isso
não acontecer, você precisará rever sua formação!

4 - A realidade possuí elementos quão importantes como a teoria!

5 - Historiadores e professores nunca param de estudar, a mente é como o corpo, parado atrofia, leia e trabalhe sempre!

6 - Fuja da relativização ou de outros termos literarios que fingem ser historiadores, ou então fará trabalhos do tipo: "a análise da poesia da década tal", isso não é história, deixe isso pra quem é da área de literatura!

7 – Você pode até não gostar de política, mas ela definirá seu lugar no mundo, lembre-se disso!

8 - História Cultural, Política e quaisquer outras correntes possuem bons elementos para análise, mas não são verdades absolutas!

9 - Seja radical apenas na defesa das minorias!

10 - Meio Ambiente não é História, mas lute por ele, pois é a fonte da vida!

23 de março de 2009

Conjuntura política atual no Maranhão (subsídios para um debate de esquerda, Parte I)

Diante das diversas situações em que nos encontramos no cenário sóciopolítico encontrei força e audácia suficiente para essa rápida analise de conjuntura. Claro que com as diversas conversas e incentivos dos amigos que em suas inquietudes, possibilitaram-me algumas leituras sobre a questão, surgiram algumas idéias. Afirmo que de principio não pretendo fazer uma síntese definitiva e os céus sabem o labor e a preocupação que senti ao redigir estas palavras, certo de que a humildade nos dias de hoje é muito mais que uma obrigação para nós que estudamos as ciências sociais. Muito mais fácil seria tão somente ver “a banda passar”, mas, acredito que este não é o papel de um militante socialista. Passo agora a minha contribuição:

1) Como é do conhecimento de todos que acompanharam os últimos desdobramentos, o governo de Jackson Kepler Lago é uma governo de coalizão e em disputa interna desde o inicio, mas que consegue interagir bem com as diversas forças. Sua principal virtude é unir em torno de si grupos políticos que vão desde a chamada “nova direita” capitaneada pelo PSDB de Aderson Lago, Chefe da Casa Civil, até o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que articula-se institucionalmente com o estado para continuar respirando e poder ver de fato surgir políticas publicas de verdade para os assentamentos no Maranhão.

2) Não obstante, Lago não obtém sucesso em parcelas significativas do funcionalismo publico. Ao assumir ver-se rendido pelas disputas internas e não consegue fazer valer os acordos firmados de campanha com os professores e a Policia Civil, por exemplo. A proposta do governo de transformar vencimentos em subsídios visa adequar a folha de pagamento à realidade financeira e fiscal, alem de implementar lógicas neo-liberalizantes para melhor adequação ao chamado estado-minimo, tão pregada e adorada pelos setores da atual social-democracia. Graças às forças organizadas dos trabalhadores e a conjuntura de crise mundial do neoliberalismo esse tipo de projeto burguês é adiado.

3) O Partido dos Trabalhadores, tido como o maior de esquerda no país, em tese poderia estar criando uma alternativa alem da dicotomia Sarney x Jackson, porem não encontra substtrato real para tanto. Prefere continuar na base do governo e se limita tão somente a articular-se para as eleições municipais junto com o Partido Comunista do Brasil alem de outras forças menores no Estado e ainda tendo que amargar a lembrança de seu membro mais ilustre, o Presidente Lula, subir no palanque de Roseana Sarney.

4) Nesse momento de profundo turbilhão político, o Clã Sarney numa demonstração de força, através da via institucional claramente atrelada aos seus interesses, capitaneia a cassação eleitoral de Lago e com isso ver a possibilidade real de voltar ao Palácio dos Leões.Percebe-se a notoriedade publica que o cidadão José Sarney ainda possue. Isso se deve sem duvida a uma bem elaborada teia de apadrinhados, construída desde a epoca da ditadura militar, pelo Estado e pelas instãncias burocraticas nacionais, alem de serem os donos dos principais meios de comunicação que usam e abusam segundo suas próprias vontades e interesses.

5) Os partidos de esquerda conseguem muito fracamente se articular. Além de pouco influenciar nesses processos e tendo que resistir num contexto tão adverso de crise de projeto, de ideologia da esquerda, dos movimentos populares e descenso do movimento de massas – não conseguem mobilizar. Ficando rendidos a falsa correlação de forças, alem de outros aspectos acima mencionados.
Caberá ao PSOL fazer a autocrítica e buscar a unidade com as demais forças de esquerda no Estado como o PCB e o PSTU, com isso também abandonar comportamentos sectários e não temendo as contradições advindas pela conjuntura de quem se compromete a estar ao lado dos trabalhadores e levantado a histórica bandeira do socialismo com liberdade. Este é o desafio.

Por enquanto termino a primeira parte de minha analise. Pra essa semana prometo eleborar uma segunda, já que preciso de informações in loco e não pretendo fazer previsões. Vamos a luta !

22 de março de 2009

Assasinos de Padre Josimo continuam na impunidade.


O processo vem sendo acompanhado pela assessoria jurídica do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, MA; da Comissão Pastoral da Terra, TO, e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Tocantins.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Maranhão, por meio do promotor de justiça da 1ª Promotoria Criminal de Imperatriz, João Batista de Castro Neto (procurador municipal de Araguaína-To e juiz aposentado), José Elvécio Vilarino (agropecuarista), Pedro Vilarino Ferreira (fazendeiro) e, ainda, Osmar Teodoro da Silva e Geraldo Paulo Vieira reuniram-se várias vezes com o propósito de organizar a morte do padre, inclusive deliberando acerca da arma que deveria ser utilizada e quem deveria ser contratado para a execução.

Segundo a denúncia do promotor de justiça, os depoimentos do inquérito policial demonstram que o juiz aposentado, o agropecuarista e o fazendeiro organizaram-se, com outros acusados, para assassinar o padre em virtude da atuação da vítima como coordenador da Comissão Pastoral da Terra na região do Bico do Papagaio, área de conflito de terra que compreende o norte do Tocantins, sul do Pará e oeste do Maranhão. Na época, João Batista de Castro Neto era juiz de Direito em Tocantins e os outros acusados, proprietários de terra na região do Bico do Papagaio.

Segundo a testemunha Orinéa Pereira dos Santos, companheira de um dos envolvidos no crime, Geraldo Paulo Vieira, condenado a 18 anos e seis meses de prisão, que fugiu três vezes da cadeia e foi morto em um assalto a banco -, o contato com o pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa foi feito pelo presidente da Câmara de Augustinópolis (TO), Osmar Teodoro.

Com a prisão de Geraldo Paulo Vieira, o então juiz João Batista de Castro passou, de acordo com a companheira do preso, a fazer compras para a manutenção da família de Orinéa Pereira.

Além de Geraldo Paulo, foram condenados também Adailson Vieira, com pena de 18 anos; Osmar Teodoro da Silva, a 19 anos de prisão; Guiomar Teodoro da Silva e Vilson Nunes Cardoso, a 14 anos. Outro acusado, João Teodoro da Silva, morreu antes de ser julgado. Outros dois denunciados, Nazaré Teodoro da Silva e Osvaldino Teodoro da Silva, foram absolvidos pelo Tribunal do Júri. A sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão e os acusados recorreram.

O juiz da 1ª Vara Criminal de Imperatriz, José dos Santos Costa, emitiu no mês de maio de 2007 cartas precatórias, pedindo ao juiz da Comarca onde residem os acusados para que eles sejam chamados a prestar esclarecimentos, para os juízes de Araguaína e Araguatins, Tocantins. Porém José dos Santos explica que o processo está lento, pelo de fato de os acusados terem usado expedientes legais para se ausentar das obrigações de comparecimento.

Até o presente momento, foi enviada para a Comarca de Goiânia, Goiás, carta precatória expedida pela 1ª Vara Criminal de Imperatriz, em 5 de setembro de 2008 a fim de que João Batista de Castro Neto fosse interrogado, contudo o mesmo ainda não foi ouvido pelo Judiciário. Quanto aos outros dois acusados, José Elvécio Vilarino foi interrogado em Augustinópolis/TO no ano de 2008 e Pedro Vilarino Ferreira faleceu.

Em 2009, completará 23 anos do martírio de Padre Josimo, e os principais responsáveis por sua morte continuam livres. Em outubro de 2009, João Batista de Castro Neto será beneficiado pela Lei penal brasileira, com a prescrição do crime por ele cometido.

Testamento do Padre Josimo, escrito em 1986

"Tenho que assumir. Estou empenhado na luta pela causa dos lavradores indefesos, povo oprimido nas garras do latifúndio. Se eu me calar, quem os defenderá? Quem lutará em seu favor?
Eu, pelo menos, nada tenho a perder. Não tenho mulher, filhos, riqueza...
Só tenho pena de uma coisa: de minha mãe, que só tem a mim e ninguém mais por ela. Pobre. Viúva. Mas vocês ficam aí e cuidam dela.
Nem o medo me detém. É hora de assumir. Morro por uma causa justa.
Agora, quero que vocês entendam o seguinte: tudo isso que está acontecendo é uma conseqüência lógica do meu trabalho na luta e defesa dos pobres, em prol do Evangelho, que me levou a assumir essa luta até as últimas conseqüências.
A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar."

19 de março de 2009

Ai que vida, você é meu xuxuzinho, por que te amo por que te quero....


Dois foram os principais motivos que me incentivaram a redigir este post. Primeiro porque sendo publico e notório o sucesso da produção piauiense “Ai que Vida”, do diretor e jornalista Cícero Filho, fica quase impossível achar quem ainda não o assistiu e, portanto perceber as formas de distribuição pirata que inundou as bancas de camelôs.
Segundo, chama atenção de quem quer que o assista a linguagem perfeitamente fiel ao nosso cotidiano. É o sertanejo maranhense que vemos ali no enredo, com suas construções sociais próprias, incultas mais verdadeiras, longe demais das capitais e com a genuína demonstração de dureza, ingenuidade e por vezes, desprovido de ética.
O filme possui em ambos os eixos que o norteam, todas as caracterizações muito familiares de quem quer que já tenha andando pelo interior do Maranhão.No primeiro eixo vemos a desonestidade de um grupo político (não coincidentemente no poder) onde se privilegia os favores em conta própria e o clientelismo/patriarcalista, gerado pelos anos de coronelismo no Estado e que portanto só vem a trazer mazelas para a população, com falsas promessas e ‘programas assistenciais” fajutos .Conhecemos na realidade varios politicos como Zé Leitão e que infelizmente em alguns casos ainda estão por ai a se beneficiar em cima da ignorância do nosso povo.
O outro eixo do filme é o triângulo amoroso entre Jerod (Wellington Alencar), Valdir (Rômulo Augusto) e Charleni (Irisceli Queiroz). Uma historia de amor que seria um tanto quanto bobinha e sacal se não fosse o fato de ter sido totalmente filmada em Poção de Pedras ( MA) e Amarante do Piauí, sendo aproveitada aí toda a riqueza e peculiaridade de nossa linguagem, aliadas a uma firme espontaneidade que chega a fazer rir diversas vezes no filme.
È diversão garantida e a prova contundente de que os grandes meios de divulgação e distribuição da indústria cultural é quem têm que se adequar ao povo, e não este aos conglomerados intelectuloides, as majors, que adoram nos empurrar enlatados. Sejam eles de USA, Paris ou do eixo Rio-Sampa.(amiguinhos emos e pos-modernos nada contra os enlatados, viu)
Parabéns ao diretor maranhense Cícero Filho.

18 de março de 2009

Programação DCE da UEMA para este semestre promete.

Ontem em reunião com a presença e participação de vários Centros Acadêmicos, o Diretório Central dos Estudantes da UEMA/CESI, definiu calendário de atividades para o presente semestre. Entre outros assuntos também foi debatido a atual conjuntura política no Maranhão bem como a necessidade de fortalecer e reaproximar os CA's que por ventura estiverem desmobilizados.
Para a próxima semana (com data certa a combinar) o DCE esta organizando uma viagem técnica ao acampamento do MST Rosely Nunes, localizado no povoado de Pé-de-Galinha, no município de Sen.LaRoque, onde varias famílias encontrão - se ha um ano e sofrendo perseguições de jagunços do latifundiário local, a iniciativa da visita partiu dos próprios estudantes.
Para o dia 30 deste, está programada também viagem para São Luis,onde cerca de 40 estudantes se reunirão com Movimentos Sociais e Entidades Estudantis para discutir a atual conjuntura política no Maranhão e evitar o Golpe capitaneado institucionalmente pela Oligarquia Sarney.
Ficou definido que a calourada será dia 17 de abril e todos os CA's presentes ficaram responsáveis em montar barracas e ajudar na estrutura do evento.
Finalmente, para reafirmar a necessidade de discussão da Universidade Estadual do Maranhão em sua função social articulou-se a programação para o II Simpósio de Políticas Publicas, a ser realizado entre os dias 18 a 23 de maio e com vasta programação acadêmica e cultural: palestras,comunicações, vivências, ato publico,GD's, mini-cursos, mesas-redondas, atividades culturais (essa semana aguardem lançamento de um Blog com a programação detalhada).
Estavam presentes na reunião: CA de Historia, DA de Letras, CA de Biologia, CEMEG, CA de MedVet, CA de Matemática, CA de Pedagogia,CA de Química e demais estudantes interessados.

16 de março de 2009

Matéria do Fantástico sobre trabalho escravo aponta Juiz no Maranhão.


Ontem foi divulgado em materia vinculada no Fantástico (clique no titulo deste post para assistir), a historia do Juiz Marcelo Baldochi do município de Bom Jardim.
O mesmo tinha em suas terras vários trabalhadores, inclusive um de quinze anos, que trabalhavam sob circunstâncias desumanas, dormindo e disputando das mesmas condições dos animais da fazenda, sem condições minimas de alimentação.
Cerca de vinte e cinco trabalhadores da Fazenda Por do Sol alegam que sequer recebiam direito suas diárias de quinze reais. O Juiz ainda teria orientado os mesmo a dizerem a fiscalização do Ministério do Trabalho que seriam “posseiros a trabalhar em suas roças” (sic).
O Ministério do Trabalho divulgou ainda uma lista de 223 patrões que seriam ligados ao trabalho escravo nos estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás. Segundo o advogado Nonnato Masson do Centro de Direitos Humanos de Açailandia, vários casos parecidos são encaminhados pelo CDH, para o Ministério Publico e que somente trinta por cento seriam realmente investigados.
A materia ainda cita a participação no esquema do ex-prefeito de Santa Luzia Antonio Braide e de mais trinta pessoas só no Maranhão.
Agora vejam bem com é a nossa realidade, um Juiz, alguém que em tese deveria resguardar a justiça e a ética, faz o que faz, imaginem quem não tem compromisso algum com o respeito a vida.
Sem duvida vivemos ainda numa lógica pos colonialista, onde as estruturas de poder servem apenas a interesses particulares e não coletivos.

14 de março de 2009

Projeto obriga político a matricular filho em escola pública

O ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque apresentou projeto de lei no Senado que determina a obrigatoriedade de políticos eleitos matricularem seus filhos nas escolas públicas, como forma de comprometê-los com a melhoria da qualidade de ensino no País. A proposta, apresentada em 2007, prevê a implementação da medida até 2014.
Pode-se estimar, segundo o ex-ministro, que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral.
"Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos\", diz o senador, na justificativa do projeto.

Interessante. Mas algo me diz que o projeto não vai passar, e nem que o Cristóvam Buarque tenha filhos em idade escolar.
heheheheheheeheh

Movimento OCUPARTE é convidado para a programação do ANO DA FRANÇA NO BRASIL ,em São Luis - MA.


A noticia me chegou pela companheira Lilia Diniz. Representantes do movimento OCUPARTE se encontrarão agora dia 23 de março com Fhillipe Niorthe do grupo francês de características semelhantes: o collectif 12 (eis o link: www.collectif12.org), que também é um coletivo de artistas que ocupam prédios para desenvolver cidadania e inclusão social nas comunidades.
O encontro faz parte das programações do chamado Ano da França no Brasil, evento comemorado em todo país por milhares de pessoas e com ampla agenda cultural.
Está previsto ainda em outubro um documentário a respeito do OCUPARTE há ser exibido em São Luis. O trabalho será editado pelas mãos do Produtor Cultural Alexandre Almeida, integrante do movimento.PARABENS COMPANHEIROS OCUPARTIANOS!

12 de março de 2009

Eis que a FRENTE DE LIBERTAÇAO DO MARANHÃO SE UNE NOVAMENTE...

Pois é, se existe ou não de fato essa FRENTE eu não sei, mas que há uma articulação política semelhante a da campanha de 2006, isso é plenamente verificável, principalmente hoje (quer dizer ontem) na passeata que reuniu milhares de imperatrizenses é que podemos perceber a real dimensão da coisa. Jackson possue apoio da população de Imperatriz tudo por obra e graça da hipotética FRENTE, que com sucesso levou as tantas mil pessoas as ruas. No entanto acompanhando de perto a articulação entre essas forças políticas percebi alguns pontos no mínimo inquietantes, senão vejamos:

1) Quem tem a maior capacidade de mobilização, ou seja, de aglutinar pessoas, é o PT, no entanto quem dá o tom na maioria das vezes em relação à estrutura material é o PSDB.

2) O PSDB consegue muito bem se "apoderar" dos espaços, mesmo que não mobilize nada. São ótimos em ficar por cima e em reafirmar sua condição burguesa, de grupo político elitizado, sem rancores em demonstrar a boa e velha burocracia weberiana.

3)O PSDB não possue caráter ideológico algum. Inclusive não será surpresa ver algumas figuras que estão na FRENTE assumir cargos caso Rosinha volte ao poder no Palácio dos Leões.

Portanto é isso. A Historia não para. Conclusões? Todas... Pra bom entendedor.

9 de março de 2009

Para Frei Betto, Bolsa Família é 'projeto de poder'

O escritor e frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, é amigo dos mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se conhecem desde as grandes greves do ABC Paulista, no final dos anos 70, quando Lula despontou no cenário político nacional. Com a vitória petista, em 2002, Frei Betto foi para o Palácio do Planalto e ajudou a costurar o Fome Zero, anunciado logo após a posse, mas trocado um ano depois pelo Bolsa Família. Hoje, fora do Planalto, o dominicano critica a mudança. Para ele, o governo "trocou um projeto de nação por um projeto de poder". "O Bolsa Família é uma política de governo e não uma política de Estado", afirmou, em entrevista ao Estado."O Bolsa Família melhorou as condições sociais de milhares de pessoas que viviam na miséria. Porém, a proposta do Fome Zero era mais abrangente e possuía caráter emancipatório. Não conheço outra política pública na história do Brasil que tenha provocado tanta empolgação na opinião pública. O Bolsa Família tem aspectos positivos, mas possui caráter compensatório. Até hoje não se descobriu a porta de saída das famílias que dele dependem", afirma Frei Betto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mulheres lutam contra agronegócio nas cinco regiões do país


Nesta segunda-feira (9/3), as mulheres da Via Campesina fazem protestos para denunciar o sustento dado pelo governo ao agronegócio e às empresas transnacionais do setor exportador - especialmente da agricultura - em pleno quadro da crise econômica mundial, enquanto deixa em segundo plano os trabalhadores rurais, a pequena agricultura e a Reforma Agrária. Os protestos estão sendo realizados por regiões (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul), e já aconteceram nos estados de Brasília, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. Todos fazem parte da Jornada de Lutas em torno do Dia Internacional da Mulher.

Apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país, sendo o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica, apesar da alta lucratividade do último período e os investimentos do governo. Em 2008, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desembolsou para os setores da mineração, agropecuária, celulose e papel cerca de R$ 17 bilhões. Do total de R$ 1,51 trilhão previsto para o período entre 2008 e 2011, somente o agronegócio tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos.

Em Brasília, 800 mulheres da Via Campesina ocupam o prédio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília, onde realizam um ato pacífico. A manifestação denuncia que a política agrária do governo, dirigida pelo Ministério da Agricultura, controlado pelos ruralistas, sustenta os latifundiários, as empresas transnacionais e o capital financeiro, responsáveis pela crise.

As trabalhadoras rurais denunciam também o modelo de desenvolvimento imposto pelo governo, empresas transnacionais e bancos para o campo brasileiro, e cobram a implementação de um modelo agrícola baseado na pequena agricultura, através da realização da reforma agrária, e uma política econômica voltada para a geração de empregos para a população.

leia mais no Link acima ou no do MST na seção "Achados e Perdidos deste blog

8 de março de 2009

CPT diz que Mendes é um ‘grande proprietário’


A Comissão Pastoral da Terra, órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou uma nota contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
A nota é assinada por Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges, presidente da CPT.



Eis a nota.

A Coordenação Nacional da CPT diante das manifestações do presidente do STF, Gilmar Mendes, vem a público se manifestar.

No dia 25 de fevereiro, à raiz da morte de quatro seguranças armados de fazendas no Pernambuco e de ocupações de terras no Pontal do Paranapanema, o ministro acusou os movimentos de praticarem ações ilegais e criticou o poder executivo de cometer ato ilícito por repassar recursos públicos para quem, segundo ele, pratica ações ilegais.

Cobrou do Ministério Público investigação sobre tais repasses. No dia 4 de março, voltou à carga discordando do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para quem o repasse de dinheiro público a entidades que “invadem” propriedades públicas ou privadas, como o MST, não deve ser classificado automaticamente como crime.O ministro, então, anunciou a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual ele mesmo é presidente, de recomendar aos tribunais de todo o país que seja dada prioridade a ações sobre conflitos fundiários.

Esta medida de dar prioridade aos conflitos agrários era mais do que necessária. Quem sabe com ela aconteça o julgamento das apelações dos responsáveis pelo massacre de Eldorado de Carajás, (PA), sucedido em 1996; tenha um desfecho o processo do massacre de Corumbiara, (RO), (1995); seja por fim julgada a chacina dos fiscais do Ministério do Trabalho, em Unaí, MG (2004); seja também julgado o massacre de sem terras, em Felisburgo (MG) 2004; o mesmo acontecendo com o arrastado julgamento do assassinato de Irmã Dorothy Stang, em Anapu (PA) no ano de2005, e cuja federalização foi negada pelo STJ, em 2005.

Quem sabe com esta medida possam ser analisados os mais de mil e quinhentos casos de assassinato de trabalhadores do campo. A CPT, com efeito, registrou de 1985 a 2007, 1.117 ocorrências de conflitos com a morte de 1.493 trabalhadores. (Em 2008, ainda dados parciais, são 23 os assassinatos). Destas 1.117 ocorrências, só 85 foram julgadas até hoje, tendo sido condenados 71 executores dos crimes e absolvidos 49 e condenados somente 19 mandantes, dos quais nenhum se encontra preso. Ou aguardam julgamento das apelações em liberdade, ou fugiram da prisão, muitas vezes pela porta da frente, ou morreram.

Causa estranheza, porém, o fato desta medida estar sendo tomada neste momento. A prioridade pedida pelo CNJ será para o conjunto dos conflitos fundiários ou para levantar as ações dos sem terra a fim de incriminá-los? Pelo que se pode deduzir da fala do presidente do STF, “faltam só dois anos para o fim do governo Lula”... e não se pode esperar, “pois estamos falando de mortes” nos parece ser a segunda alternativa, pois conflitos fundiários, seguidos de mortes, são constantes. Alguém já viu, por acaso, este presidente do Supremo se levantar contra a violência que se abate sobre os trabalhadores do campo, ou denunciar a grilagem de terras públicas, ou cobrar medidas contra os fazendeiros que exploram mão-de-obra escrava?

Ao contrário, o ministro vem se mostrando insistentemente zeloso em cobrar do governo as migalhas repassadas aos movimentos que hoje abastecem dezenas de cidades brasileiras com os produtos dos seus assentamentos, que conseguiram, com sua produção, elevar a renda de diversos municípios, além de suprirem o poder público em ações de educação, de assistência técnica, e em ações comunitárias. O ministro não faz a mesma cobrança em relação ao repasse de vultosos recursos ao agronegócio e às suas entidades de classe.

Pelas intervenções do ministro se deduz que ele vê na organização dos trabalhadores sem terra, sobretudo no MST, uma ameaça constante aos direitos constitucionais.

O ministro Gilmar Mendes não esconde sua parcialidade e de que lado está. Como grande proprietário de terra no Mato Grosso ele é um representante das elites brasileiras, ciosas dos seus privilégios. Para ele e para elas, os que valem são os que impulsionam o “progresso”, embora ao preço do desvio de recursos, da grilagem de terras, da destruição do meio-ambiente, e da exploração da mão de obra em condições análogas às de trabalho escravo.

Gilmar Mendes escancara aos olhos da Nação a realidade do poder judiciário que, com raras exceções, vem colocando o direito à propriedade da terra como um direito absoluto e relativiza a sua função social. O poder judiciário, na maioria das vezes leniente com a classe dominante, é agílimo para atender suas demandas contra os pequenos e extremamente lento ou omisso em face das justas reivindicações destes. Exemplo disso foi a veloz libertação do banqueiro Daniel Dantas, também grande latifundiário no Pará, mesmo pesando sobre ele acusações muito sérias, inclusive de tentativa de corrupção.

O Evangelho é incisivo ao denunciar a hipocrisia reinante nas altas esferas do poder:
“Ai de vocês, guias cegos, vocês coam um mosquito,
mas engolem um camelo” (MT 23,23-24).

Que o Deus de Justiça ilumine nosso País e o livre de juízes como Gilmar Mendes!

Goiânia, 6 de março de 2009.

Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges
Presidente da Comissão Pastoral da Terra

7 de março de 2009

(Des)Construção Pós-Moderna.

Por: Dennis de Oliveira Santos (SINNEDOS)

O mundo pós-moderno é a
Aurora da (des)identidade humana:
Des-acralização da religião,
Des-generância da razão,
Des-amornização da ordem social,
Des-referenciação do real,
Des-materialização da economia,
Des-mantelamento do Estado,
Des-estetizaçaõ da arte,
Des-tituição do sentido da vida,
Des-construção da filosofia,
Des-politização da sociedade,
Des-substansialização do sujeito,
Des-....
Des-............
Zero, nulo, vazio, puras niilidades...
Já é inútil dizer que as coisas tem algum sentido.
É inútil hoje procurar as conseqüências das ações,
É inútil tudo, vazio tudo, sem referenciação ou sentido algum...
Tudo está sem leme de partida ou chegada, (des)figurado, niilificado

6 de março de 2009

Rosa Luxemburg: judia, polonesa, socialista, revolucionária. .. também feminista?



*Recebi esse texto da Professora Isabel Loureiro a qual conheci no ultimo Forum Social Mundial em Belem, não resiste e pedi permissão para publicar no Blog.


Por que homenagear Rosa Luxemburg no Dia Internacional da Mulher, uma vez que é notório seu desprezo pela questão feminina, e não sua amiga Clara Zetkin, a feminista de carteirinha da esquerda alemã? Enquanto esta, na linha dos marxistas clássicos, pensava que o fim da desigualdade entre os gêneros só ocorreria com o advento do socialismo que emanciparia todos os oprimidos, inclusive as mulheres, Rosa Luxemburg, que não se deteve na questão feminina, foi poupada das críticas que as feministas endereçaram à esquerda tradicional. Algumas feministas alemãs chegaram mesmo a inspirar-se na sua teoria da acumulação do capital para desenvolver uma concepção original a respeito da opressão das mulheres. Desse ponto de vista, Rosa Luxemburg teria uma contribuição teórica a dar ao movimento feminista. Mas, para além desse aspecto, existe, a meu ver, uma outra dimensão que também leva Rosa a ter voz no capítulo. Sua luta incansável para se construir como mulher livre no plano pessoal e político, exposta em detalhes na vasta correspondência com os amigos e namorados, é um exemplo que ainda hoje nos sensibiliza e faz pensar.
Rosa tem 27 anos quando chega a Berlim em 1898 para trabalhar no Partido Social-Democrata Alemão, a mais importante organização de trabalhadores daquela época. O que queria a jovem judia polonesa, cuja carta de apresentação era tão-somente uma tese de doutorado defendida em Zurique sobre o desenvolvimento industrial na Polônia? A resposta é simples: nada menos do que fazer política em pé de igualdade com os maiores teóricos do partido. Essa meta ela alcança em pouco tempo. Dotada de uma inteligência fulgurante e de uma energia sem limites, Rosa torna-se rapidamente conhecida na socialdemocracia alemã ao investir contra o velho e respeitado teórico do partido, Eduard Bernstein, que, embora amigo dos fundadores do marxismo, não hesita em fazer uma revisão da teoria marxista que despencava no mais puro reformismo. A jovem estudiosa e seguidora ortodoxa da obra de Marx não teme enfrentar a hierarquia da organização, dando assim o primeiro passo no caminho a que se tinha proposto: construir-se como mulher independente, tanto no plano político, quanto pessoal.
Mas aqui as coisas eram um pouco mais difíceis. Para começo de conversa, Rosa não era bonita: um metro e 50 de altura, cabeça desproporcional, nariz grande e um problema no quadril que a fazia mancar. Numa época em que o andar elegante era um dos principais atributos femininos, ela quase sempre conseguia disfarçar essa deficiência por meio do autocontrole e da roupa feita sob medida. Rosa, que certamente sofria com isso, se protegia na medida do possível com a auto-ironia, dizendo preferir empregadas altas e fortes, com medo de que quem fosse visitá-la acreditasse ter chegado a uma casa de anões. Segundo a biógrafa Elzbieta Ettinger (Rosa Luxemburgo, Zahar, 1986), esse defeito físico foi determinante em sua vida, levando-a a forjar uma excepcional força de vontade e a tornar-se, a título de compensação, primeiro, aluna modelo, depois, oradora, polemista, jornalista e intelectual brilhante.
As razões para que a fundadora e líder da socialdemocracia polonesa e líder da ala esquerda da socialdemocracia alemã ainda exerça tamanho fascínio sobre nós não são apenas suas idéias políticas libertárias, mas também o fato de que, sendo mulher – o que faz toda a diferença –, e mulher mergulhada na vida política, ela se recusa a sacrificar a felicidade individual à carreira. Porém, neste ponto, acabou se frustrando. Na juventude insistia com Leo Jogiches (também fundador da socialdemocracia polonesa e o grande amor de sua vida durante 15 anos) para ter uma vida “normal”: casar, ter filhos etc. E, junto com isso, dedicar-se à política. Mas Leo era o revolucionário típico, “durão”, acostumado à luta política clandestina e à conspiração. Unir prazer e dever era algo que não estava nos seus planos, se acreditarmos nas eternas reclamações de Rosa, que o censurava por só pensar na “causa”. De temperamentos muito diferentes, a relação entre os dois, depois dos primeiros meses, foi uma fonte contínua de tensões e desavenças, e ela sentia-se infeliz. Segundo Charles Rapoport, que conhecia bem os dois, “Rosa era sentimental e apaixonada, romântica e sensível ao extremo. Talvez Jogiches, no fundo do coração, se parecesse com ela, mas, grande conspirador, soube tão bem esconder sua sensibilidade que mal podia encontrá-la para manifestá-la exteriormente” .
A ruptura veio em 1906. Sobre as razões exatas que levaram a isso só nos resta conjeturar. A versão mais divulgada (inclusive pelo filme de Margarethe von Trotta) é que durante a Revolução Russa de 1905, quando Leo estava em Varsóvia e Rosa, em Berlim, ele teria tido um caso com uma militante. Na versão de Ettinger, que parece a mais plausível quando acompanhamos a evolução do relacionamento pela correspondência, foi Rosa quem rompeu ao apaixonar-se por Costia Zetkin, o filho mais novo de sua amiga Clara Zetkin. Apaixonou-se porque internamente já estava afastada de Leo, o homem unilateralmente consagrado à causa. Entretanto, o contato político entre eles durou até o fim da vida. Durante os quatro anos de guerra, quando Rosa ficou presa, Jogiches teve um papel importante na organização do movimento spartakista e, posteriormente, na Revolução Alemã de novembro de 1918, sempre na sombra. Quando Rosa foi assassinada, com o apoio (pelo menos passivo) da socialdemocracia no poder, em 15 de janeiro de 1919, Jogiches, “fiel e sólido como a rocha”, assumiu como tarefa descobrir os culpados. Isso não durou muito: também ele seria brutalmente assassinado no dia 10 de março.
Rosa, diferentemente de Leo, não tinha nenhuma inclinação especial para a clandestinidade, as seitas revolucionárias, o segredo; grande oradora e jornalista, o seu era um combate público contra todas as formas de opressão, tanto social quanto individual. E é como militante política, como combatente na arena pública, que Rosa enfrenta – e vence intelectualmente – os preconceitos arraigados na socialdemocracia alemã. Nessa medida, ela rompe com o tradicional papel feminino de esposa e mãe, ou mesmo, num outro patamar, de secretária do marido. Não podemos esquecer que ela sofre de vários handicaps para a ultraconservadora Alemanha da época – é mulher, judia, polonesa e revolucionária.
Rosa era de fato uma figura singular na sociedade imperial alemã, dominada pelo autoritarismo e o patriarcalismo que contaminavam a própria socialdemocracia, razão para que fosse extremamente discreta sobre sua vida privada. Tanto que Leo Jogiches nunca apareceu publicamente como seu companheiro; muito menos Costia Zetkin, com quem manteve um relacionamento amoroso cuidadosamente escondido de seus convencionais companheiros de partido; e menos ainda a relação com Paul Levi, que só se tornou conhecida em 1983, muito tempo depois da morte de ambos, quando a família dele tornou pública a correspondência com Rosa Luxemburg. E havia motivos para tanta discrição.
Os ataques contra a mulher começaram cedo no ambiente machista da esquerda da época, que temia sua independência de espírito e sua língua mordaz: o socialista austríaco Victor Adler chamou-a de “idiota venenosa”; quando ela foi nomeada redatora-chefe de um importante jornal socialdemocrata e enfrentou quase uma rebelião dos colegas jornalistas que duvidavam de sua competência pelo fato de ser mulher; seus companheiros de partido ao se referirem a ela falavam em “materialismo histérico”; para Lênin, Rosa era uma águia que ocasionalmente voava mais baixo que uma galinha. Seus assassinos fizeram questão de vilipendiá-la como mulher: depois de espancada, levou um tiro na cabeça, foi enrolada em arame farpado e jogada nas águas do canal Landwehr. Só pôde ser enterrada meses mais tarde, numa cerimônia acompanhada por milhares de pessoas, quando o corpo, quase irreconhecível, foi identificado a duras penas por sua secretária Mathilde Jacob. Recentemente na Alemanha, quando o governo de esquerda de Berlim propôs construir um monumento em sua homenagem, entre críticas de todos os tipos, voltaram à cena os ataques contra a mulher, desta vez mais sutis: Rosa nunca recebeu uma proposta de casamento dos amantes, nem realizou o desejo de ter filhos. Quem questionaria um homem dessa maneira, apelando para sua vida privada?
Para concluir, uma rápida menção às feministas alemãs inspiradas em Rosa.1 Segundo essa leitura, em suas obras de economia política, A acumulação do capital e Introdução à economia política, Rosa não compartilha da crença no progresso, comum na socialdemocracia do seu tempo, mas, ao contrário, enfatiza o lado violento da expansão capitalista que leva à destruição das culturas primitivas, distinguindo- se assim de seus companheiros homens, Marx, bolcheviques, socialdemocratas. Es¬tes encaram como positivo o desenvolvimento capitalista com seus aliados naturais, a grande indústria e o desenvolvimento técnico, vendo tal processo como uma etapa necessária no caminho da humanidade em direção ao socialismo. Para Rosa, em contrapartida, cuja tese sobre o imperialismo tem no centro a idéia de que o capitalismo só pode desenvolver- se anexando – com violência – as formações sociais não-capitalistas, o capitalismo traz apenas destruição. Estas formações sociais não-capitalistas, que antes eram as colônias, abarcam hoje setores como a saúde, a educação, a criatividade intelectual, os recursos ambientais, a cultura, e, segundo as feministas, o trabalho das mulheres no âmbito doméstico.
Com toda certeza, Rosa ficaria feliz por ter deixado uma obra mais brilhante e duradoura que a da grande maioria de seus companheiros homens. Mas, para nós mulheres, o mais estimulante ainda hoje é o fato de ela ser uma intelectual revolucionária que vê a sociedade do ponto de vista feminino; e, além disso, a preservação dos registros pessoais em que ela, no decorrer dos anos, relata sua penosa construção como mulher independente contribui para nosso próprio autoconhecimento, dando-nos força para lutar contra os limites que continuam nos sendo impostos e que acabamos por introjetar. F

Secretario de Madeira investigado pela PF.

“Cai” o primeiro membro do governo Madeira, o supersecretário Lula Almeida, que foi citado na operação “Rapina III” que investiga a falsificação de documentos para “esquentar” o desvio de verbas federais em prefeituras da região.
E, pode estar se caracterizando o inicio de um governo nepotista, com a indicação de Iramar Cândido, seria coincidência com o sobrenome do primo do prefeito e Controlador do município, que já tem a esposa como secretária municipal?
Em menos de noventa dias já dá pra se ter uma visão da mudança a ser empregada em Imperatriz.
Fonte: Blog do Wilson Leite.

5 de março de 2009

MTV: agora na Imperosa.

No pouco tempo em que pude ficar em frente a TV não exitei e fui conferir in loco a programação da MTV, que agora nos chega. Um certo sentimento de mudança me provocou a redigir esse comentario, pois há muito (desde a infância) ficava imaginando como seria ter acesso a uma programação musical diferente, que não reproduzisse as mesmas coisas de todas as outras. Ao assitir ontem no final do dia a Music Televison imaginei que talves fosse chegado este momento.Não quero aqui dizer que é uma programação perfeita, mas que sem duvidas possibilita aos telespectadores mais jovens (justamente os que podem estar mais tempo na frente da TV) uma visão mais crítica e humana, que rompe alem das possibilidades culturais locais no que diz respeito a musica, teatro e cinema.
Sem duvida, o pouco que assisti da TV Diarío, não passou-me esta impressão. Pelo contrario, era o mais do mesmo.Com dançarinas de palco ao som do velho e conhecido Forró pop, fofocas inuteis e programas policias ultra-violentos, sempre na pespectiva noticiosa de Fortaleza.
Que venha agora a TV Cultura, a Educatica e principalmente a Tv Brasil , com sua programação no minimo peculiar, diferente, alternativa. Afinal, de “Programas do Timoteo” e "Bandeiras 2" ja estamos cheios.
Ps: Falo em nome dos que ainda vêem TV.(intrometidamente, ja que eu mesmo raramente me permito assitir por N razões)

4 de março de 2009

Jackson Lago: A democracia avança ou retrocede com sua cassação..?

Avança por que pela primeira vez na historia o mandato de um governante envolvido com abuso de poder econômico e conduta ilegal durante as eleições é cassado. Mas retrocede, principalmente no caso do Maranhão, pois o grupo que almeja substituí-lo é nada mais nada menos que responsável por 40 anos de indiscutíveis abusos na esfera publica e outras tantas maracutaias que até Deus duvida.
Há bem da verdade, o velhinho só foi cassado por não ter em seus bolsos, o poder político que Sarney tem. Se fosse com o Clã-bigodudo as acusações, com certeza sequer haveria processo.
Mas a historia não para, e como dizem por aí: "há males que vem para o bem"! Talvez com essa, teremos de volta o bom e velho MST no MA, combativo e aguerrido, sem atrelamentos e disposto a se levantar como nunca deveria deixar de ser feito.

3 de março de 2009

Movimento Ocuparte na ativa..

Em uma reunião na segunda, dia 02 , no proprio predio onde funcionava a Biblioteca Publica os artistas do movimento Ocuparte decidiram permanecer no predio, ate que o municipio cumpra com a desição judicial e colabore para a manuntençao do mesmo. Os artistas (entre malabares e poetas) vão revitalizar novamente o espaço e prometeram criar uma programação especifica ate o final desta semana (entre oficinas, aulas de reforço e divervas apresentações musicais e teatrais). O movimento que ocupa a sede da Biblioteca desde maio do ano passado acha pouco provavel que a execução do tombamento do predio se dê de forma imediata e inclusive acha interessante "expropriar" do municipio o predio, já que o mesmo nao tem agido conforme o acordado na ultima audiência. Se de fato houver uma mobilização conjunta, assim como houve no inicio do movimento, com certeza varias ações serão importantissimas para a cultura local, que carece de espaços dessa natureza.
Vale lembrar que os artistas são da comunidade tambem, e estão dispostos a não abandonar a luta pelo fazer cultural, razão da existência do artista.

1 de março de 2009

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