23 de março de 2009

Conjuntura política atual no Maranhão (subsídios para um debate de esquerda, Parte I)

Diante das diversas situações em que nos encontramos no cenário sóciopolítico encontrei força e audácia suficiente para essa rápida analise de conjuntura. Claro que com as diversas conversas e incentivos dos amigos que em suas inquietudes, possibilitaram-me algumas leituras sobre a questão, surgiram algumas idéias. Afirmo que de principio não pretendo fazer uma síntese definitiva e os céus sabem o labor e a preocupação que senti ao redigir estas palavras, certo de que a humildade nos dias de hoje é muito mais que uma obrigação para nós que estudamos as ciências sociais. Muito mais fácil seria tão somente ver “a banda passar”, mas, acredito que este não é o papel de um militante socialista. Passo agora a minha contribuição:

1) Como é do conhecimento de todos que acompanharam os últimos desdobramentos, o governo de Jackson Kepler Lago é uma governo de coalizão e em disputa interna desde o inicio, mas que consegue interagir bem com as diversas forças. Sua principal virtude é unir em torno de si grupos políticos que vão desde a chamada “nova direita” capitaneada pelo PSDB de Aderson Lago, Chefe da Casa Civil, até o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que articula-se institucionalmente com o estado para continuar respirando e poder ver de fato surgir políticas publicas de verdade para os assentamentos no Maranhão.

2) Não obstante, Lago não obtém sucesso em parcelas significativas do funcionalismo publico. Ao assumir ver-se rendido pelas disputas internas e não consegue fazer valer os acordos firmados de campanha com os professores e a Policia Civil, por exemplo. A proposta do governo de transformar vencimentos em subsídios visa adequar a folha de pagamento à realidade financeira e fiscal, alem de implementar lógicas neo-liberalizantes para melhor adequação ao chamado estado-minimo, tão pregada e adorada pelos setores da atual social-democracia. Graças às forças organizadas dos trabalhadores e a conjuntura de crise mundial do neoliberalismo esse tipo de projeto burguês é adiado.

3) O Partido dos Trabalhadores, tido como o maior de esquerda no país, em tese poderia estar criando uma alternativa alem da dicotomia Sarney x Jackson, porem não encontra substtrato real para tanto. Prefere continuar na base do governo e se limita tão somente a articular-se para as eleições municipais junto com o Partido Comunista do Brasil alem de outras forças menores no Estado e ainda tendo que amargar a lembrança de seu membro mais ilustre, o Presidente Lula, subir no palanque de Roseana Sarney.

4) Nesse momento de profundo turbilhão político, o Clã Sarney numa demonstração de força, através da via institucional claramente atrelada aos seus interesses, capitaneia a cassação eleitoral de Lago e com isso ver a possibilidade real de voltar ao Palácio dos Leões.Percebe-se a notoriedade publica que o cidadão José Sarney ainda possue. Isso se deve sem duvida a uma bem elaborada teia de apadrinhados, construída desde a epoca da ditadura militar, pelo Estado e pelas instãncias burocraticas nacionais, alem de serem os donos dos principais meios de comunicação que usam e abusam segundo suas próprias vontades e interesses.

5) Os partidos de esquerda conseguem muito fracamente se articular. Além de pouco influenciar nesses processos e tendo que resistir num contexto tão adverso de crise de projeto, de ideologia da esquerda, dos movimentos populares e descenso do movimento de massas – não conseguem mobilizar. Ficando rendidos a falsa correlação de forças, alem de outros aspectos acima mencionados.
Caberá ao PSOL fazer a autocrítica e buscar a unidade com as demais forças de esquerda no Estado como o PCB e o PSTU, com isso também abandonar comportamentos sectários e não temendo as contradições advindas pela conjuntura de quem se compromete a estar ao lado dos trabalhadores e levantado a histórica bandeira do socialismo com liberdade. Este é o desafio.

Por enquanto termino a primeira parte de minha analise. Pra essa semana prometo eleborar uma segunda, já que preciso de informações in loco e não pretendo fazer previsões. Vamos a luta !
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