13 de outubro de 2011

ENCONTRO COM AYUYBA


Na terça feira ultima em uma rápida visita a UFMA, Campus do Bacanga, São Luis, encontrei-me com o estudante de Engenharia Química e cidadão nigeriano Nuhu Ayuba. Junto com o advogado Nonnato Masson e demais colegas, conversamos sobre o processo que Ayuba move contra o Professor do Departamento de Quimica da UFMA, Clóvis Saraiva. Só pra lembrar: O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) requisitou à Polícia Federal a instauração de um inquérito policial para apurar as denúncias de preconceito encaminhadas por colegas de Nuhu Ayuba.

Jovem, meio tímido com gestos e olhar sereno, Ayuba me pareceu igual a todos outros estudantes universitários que anseiam por uma vida melhor, com perspectivas e sonhos. Perguntei-lhe se o dito professor chegou a pedir desculpas de público. “Ainda não”, “ele me pediu desculpas verbalmente ao vivo e disse que iria publicar uma nota, mas até agora não vi nada....”, complementou.

Segundo os colegas de Ayuba, o professor o humilhava na frente da turma “bradando em voz alta que este tirou uma péssima nota”, dizendo que “deveria voltar à África” e “clarear sua cor”. Saraiva teria dito ainda, que Ayuba é péssimo aluno “porque somos de mundos diferentes e aqui, diferente da África, somos civilizados”.

Em seguida na entrada do CCH chega ninguém menos que Clovis Saraiva. Logo mais aconteceria uma das audiências com a comissão instituída pela UFMA para apurar o caso. Segundo relato dos colegas do nigeriano parte da comissão tem tentando por panos quentes no caso e “tentado confundir” as testemunhas que depõem. Triste atitude esta.

Com o advogado a tiracolo, Saraiva passa rapidamente por nós e educado abre um sonoro “boa tarde". Ninguém responde.

Pergunto a Ayuba o que ele tem achado de toda a repercussão que envolve o caso dentro e fora da UFMA. “Ah tenho recebido muitas palavras de apoio, pois eu não fui o primeiro e nem o único, várias pessoas já passaram por situações discriminatórias por este mesmo professor.” Ayuba presisa se dirigir a sala que dá acesso a audiência. 

Despedimo-nos com um forte aperto de mão e meus votos de vitória. Abaixo o preconceito e a discriminação.



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1 comentários:

espirito de Zé Alfaiate disse...

Carlos,o Brasil tem que deixar este costume de ser imperialista,colonizador,de paises menos preparados que o nosso..Fazer o que foi feito com este pobre negro,isto sim ,e a continuidade de racismo e atitudes de colonizadores.Basta!!!
Estes brasileiros do Pt não gostam quando os EUA fazem conosco,mas acham bom fazer com outros povos mais atrasados.Vou defender o meu povo. Espirito de Zé Alfaiate.