Insuficiente é o espaço aqui destinado para listar as sensações únicas quando se escuta uma boa música, que marca e traz recordações.
De minha parte em particular, lembro que por volta dos quatorzes anos na minha casa havia diversos discos de vinil e fitas de artistas que na época me eram desconhecidos.
Numa destas fitinhas tinha gravado de um lado um disco do cantor mineiro Beto Guedes, que anos mais tarde soube que se tratava do álbum “Amor de Índio”. Trabalho clássico desse artista que encantou sem duvidas gerações inteiras com suas composições.
Do outro lado da fita K7, tinha um disco do grupo de rock conhecido por Inimigos do Rei. Assim que consegui juntar dinheiro pra comprar um Walkmem (trazido do Paraguai) eu não tirava mais a fita de dentro. Era play direto.
Beto Guedes é um um sessentão que ainda hoje faz shows e que participou ativamente do Clube da Esquina, que projetou nacionalmente os compositores mineiros (de nascimento ou de coração) contemporâneos como Milton Nascimento, Lô Borges, Fernando Brant e o próprio Beto Guedes. Foi acompanhado pelo também mineiro grupo 14 Bis e em 1977 lançou o primeiro LP, A Página do Relâmpago Elétrico que superou expectativa comercial. No ano seguinte, o disco Amor de Índio traz na faixa-título um dos seus maiores sucessos de sua carreira.
Suas influências claramente alircersadas nos anos 60, com Beatles, se ramificam com o choro e a musica popular de seu estado, Minas Gerais. As letras repletas de poesias intimistas transmitem qualquer coisa de apego aos mais secretos sentimentos da alma, e por outro lado trazem a lembrança das utopias em torno da paz e esperança de dias melhores (vide Sal da Terra). Eu ainda quero acreditar que hoje em dia é possível fazer músicas tão boas quanto as de Beto Guedes.
0 comentários:
Postar um comentário