19 de março de 2010

Forum de Cultura de Imperatriz promove ações em 2010

Debater o V Fórum Imperatrizense de Cultura e encaminhar questões relativas à Lei de Proteção ao Patrimônio. Nesse intuito, a agremiação do Fórum Municipal de Cultura, composta por 42 entidades e por artistas locais, se reuniu nesta última quarta, 17 de março, na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), às 19h30. A diretoria provisória do coletivo, composta pela Fundação Cultural de Imperatriz, Casa das Artes, Núcleo de Estudos Afro-Indígenas da UEMA (NEAI), Centro Acadêmico de História e Coletivo de Cultura e Meio Ambiente Arte Alternativa, está mantendo reuniões quinzenais com o intuito de debater e criar propostas para o desenvolvimento da cultura imperatrizense.

Entre as principais bandeiras da agremiação estão a Lei do Sistema Municipal de Cultura e a Lei de Proteção ao Patrimônio, já sancionada em outubro de 2008 na última gestão do governo municipal. Os artistas acreditam, porém, que há algumas falhas no documento sancionado, como a não participação da sociedade civil, e que este deve ser revisto para sua melhor aplicabilidade no município. Para preparar os cidadãos imperatrizenses para este amplo debate sobre a Lei, que visa proteger bens materiais e imateriais do município, o NEAI está organizando para o próximo mês de abril um Simpósio de quatro dias com oficinas, apresentações e grupos de debate que trarão conceitos mais aprofundados de Patrimônio Público.

O músico Carlos Leen reconhece a necessidade do evento para região. “Um povo sem memória é um povo sem possibilidades! Desconhecer sua própria cultura é uma forma de torna-se mais alheio à vida e consequentemente possibilitar ser mais explorado, mais oprimido”.A necessidade do Fórum de trabalhar com a preservação do patrimônio não é novidade. No ano de 2008, uma comissão do IV Fórum de Cultura de Imperatriz, iniciou um projeto chamado Ocuparte, que tinha como intuito ocupar os prédios públicos abandonados reivindicando sua utilização adequada e seu aproveitamento para a implementação da cultura na cidade. Depois de um ano ocupando o antigo prédio da biblioteca municipal, os artistas entraram em um acordo com o governo e se retiraram. Com o acordo não cumprido, o movimento pretende conversar sobre possíveis ações de reocupação ou manifestações.

A atriz Lilia Diniz, representante da Fundação Cultural de Imperatriz, está fazendo um trabalho de intermédio entre governo e Ocuparte e como membro do movimento ressalta que é preciso ter cautela nas reivindicações e direcionar o uso do prédio para algo que beneficie a sociedade sem depender do governo, interesse maior do movimento. “Eu não quero pensar na prefeitura financiando o teatro, a Academia Imperatrizense de Letras, a ASSARI...Não quero uma prefeitura que beneficie somente o artista. Quero uma prefeitura que beneficie a comunidade!”.

Regionalizando o Fórum de Cultura

O V Fórum de Cultura de Imperatriz volta a acontecer depois de dois anos. Houve uma necessidade de retomada por parte dos artistas, que agora já visam ampliar o evento com a possibilidade de conciliá-lo a um Encontro Regional de entidades e artistas. A iniciativa funcionará como uma prévia de um Fórum maior, que trabalhe com características específicas dos municípios do Sul do Maranhão, trabalhando com políticas públicas em um âmbito maior, até federal.O evento está previsto para os dias um e dois de maio e, mesmo com temática a definir, tende para a discussão da arte como meio de sobrevivência, como trabalho. O professor e coreografo Elton Lima reforça que a arte não recebe muito valor n região e que o artista é muitas vezes vítima de preconceito. “Sempre somos vítimas de preconceito, ouvi muito meu pai falar que eu ia passar fome trabalhando com isso , que era coisa de vagabundo! Hoje eu pago cinco escolas e ajudo ele a sustentar a casa.”.

Um das idéias do Fórum é discutir e tornar possível o Sistema Municipal de Cultura que, segundo Lilia Diniz, define a política pública do município na área e tem como norte o Sistema Nacional que está em fase de aprovação e o Sistema de Cultura de Rio Branco (Acre), que é o mais atual no país.

Cultura descentralizada

Atualmente Imperatriz conta com poucos projetos culturais. A cidade produz mais em época de carnaval e festa junina, quando alguns grupos específicos e quadrilhas de bairro entram em atividade. Para combater esse ócio produtivo, a Fundação Cultural está trabalhando na implementação de dois novos projetos. O primeiro, chamado Cinema Circulante, pretende levar filmes não comerciais e de fácil identificação popular aos bairros mais afastados, contemplando assim um público que não pode se deslocar ao Centro para participar no já ativo projeto Cinema no Teatro e tampouco tem estrutura para pagar a entrada do cinema comercial do município.O segundo projeto, o Palcomóvel, propõe levar apresentações de vários estilos para a toda a cidade em um automóvel personalizado, valorizando a cultural regional.

Outra preocupação do coletivo é manter em funcionamento antigos pontos de cultura como os coretos das praças, por exemplo. Sobre rumores da demolição do coreto da Praça Tiradentes, palco de importantes gincanas e manifestações artísticas há pelo menos duas décadas, os artistas farão uma caminhada como ato público e concluirão com apresentações e exposições. A data e horário do ato ainda estão sendo definidos e serão divulgados através de sites e impressos.Caso haja interesse em participar e conhecer melhor os projetos atuantes no município, podem ser citados:

-Cinema no Teatro: organizado pela ASSARTI e Fundação Cultural de Imperatriz, o projeto trabalha com a exibição de filmes de forma gratuita toda segunda-feira às 19h00 no Teatro Municipal;
-Viva o Rio Tocantins: organizado pelo coletivo Arte Alternativa, o projeto pretende rearborizar as margens do Rio Tocantins;
- Espaço do Zuzinha: toda sexta-feira a partir das 18h00, a Fundação Cultural traz artistas locais para apresentações musicais e teatrais.

É importante se atualizar com a Associação de Moradores do seu bairro e cobrar sempre da Fundação Cultural projetos culturais e a inclusão da sociedade nos mesmos.

Por Juliana Carvalho, estudante de Jornalismo.
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