21 de janeiro de 2020

Flávio Dino afirma que o campo progressista precisa de uma aliança ampla


O atual governador do Maranhão tem usado o recesso de início de ano em seu favor para fazer Política, com P maiúsculo. 

Flávio Dino em entrevista ao Estadão declarou que acredita em uma frente de esquerda para as eleições em 2022, mas pondera sobre o suposto “exclusivismo” do PT, o maior partido do campo. Ele diz: “vimos, por exemplo, na Argentina, a própria Cristina Kirchner fez esse movimento e resultou na vitória do campo político que ela lidera.” 

Sobre a sucessão para 2022, ele diz: “se nós olharmos a história brasileira, sempre vamos encontrar que avanços democráticos e sociais decorreram de alianças, de frentes políticas, de articulações envolvendo setores com vinculações diferentes. Ou seja, é preciso sempre, consultando a história, entender que nós só vamos retomar um ciclo de desenvolvimento com justiça social no Brasil se o campo progressista, democrático, popular, da esquerda, tiver condições de reeditar, a exemplo desses outros momentos, essas articulações mais amplas. Nesse sentido que eu tenho, no âmbito do fórum de governadores, na relação com o Congresso, assim como com outras personalidades e lideranças políticas, procurado concretizar na prática essa visão teórica acerca da realidade brasileira”. 

O governador ainda comenta o cenário eleitoral complexo, composto por lideranças com características bem diferentes: “há dois pontos fundamentais a destacar. O primeiro deles é que essas alianças mais amplas e plurais não são inéditas na vida brasileira. Se nós lembrarmos da luta contra a ditadura, depois as campanhas pelas Diretas (Já), as campanhas pela anistia, o processo eleitoral que se seguiu, você tinha alianças entre parlamentares e lideranças de vários partidos políticos. Eu cito como exemplo o palanque histórico da eleição de 1989 em torno da candidatura do ex-presidente Lula, em que estavam presentes o Mário Covas que era do PSDB, Ulysses Guimarães (MDB) e Leonel Brizola (PDT). Ou seja, havia pluralidade. O segundo ponto a mencionar é que nós teremos em um grande número de cidades, no caso das eleições municipais, e também no caso da eleição nacional de 2022, eleições em dois turnos. Então o que eu busco é a melhoria do ambiente de diálogo. Quanto mais você melhora o ambiente de diálogo, distensiona e diminui a intolerância, você cria relações de confiança, você cria possibilidades de em segundos turnos haver confiança mais ampla para derrotar um mal maior.” 

Campo progressista 

Há um lógica crível nas movimentações de Dino. Todas as forças progressistas e civilizatórias do país precisam rever alguns de seus conceitos e “dogmas”. 

Se a esquerda sectarizar e não for ampla e generosa, fazendo uma inflexão consciente para o centro, buscando estrategicamente isolar a extrema direita, não se combaterá consequentemente o inimigo maior e mais perigoso.

Assunto para mais adiante. 
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