13 de março de 2011

Nos tempos do punk rock em Imperatriz e uma homenagem as mulheres

Tem coisas que você não consegue mudar nunca. Uma delas é o trauma de rever velhas fotos e relembrar daquele porre homérico que seus amigos lhe proporcionaram em algum momento da vida juntos. Historias que a memória não apaga.

Em Imperatriz nos anos noventa pouca ou quase nada tínhamos como atração cultural, então o jeito era ir pra casa de alguém e colocar um disco de vinil pra rolar. Logo a galera chegava junto com o vinho e tava feita à festa.

Tinha uns álbuns que eram bem “fundamentais” por assim dizer e que não podiam faltar, um deles era o Rocket Russsia, da banda Nova Yorquina Ramones, por exemplo. Mas nada fora tão marcante pra gente do que conhecer o som do “The Slits” ou “As Rachas” em alto e bom português.

Tida como a primeira banda punk feminina de um movimento musical altamente machista, as Slits foram coadjuvantes da cena musical inglesa nos anos setenta. Naquela época o punk era basicamente um clube de garotões - Sex Pistols, Clash, Damned, Buzzcocks. O objetivo dos caras era chocar os caretas e ganhar muito dinheiro. A mulherada servia tão somente pra namorar e nisso, o punk era quase tão conservador quanto os coroas que fingiam odiar.

Por essas e outras reza a lenda que as meninas tinham “útero de aço” pra poder agüentar a seqüência de shows que possuíam atrações como The Clash e Buzzcocks, só pra citar as mais conhecidas.


Formada por Ari Up nos vocais (foto), a baterista Palmolive e a guitarrista Viv Albertine, o grupo tocaria com Jonh Lydon (PIL), Joe Strummer (The Clash) e até mesmo com o polêmico baixista dos Sex Pistols, Sid Vicious. Em 1981 a banda encerraria as atividades, Ari aos vinte anos já estava casada e grávida de gêmeos: Pablo e Pedro – tendo se mudado para a Indonésia onde levou uma vida natureba até o ano de 2005 quando um breve esboço da The Slits seria reativado na forma de um álbum ao vivo. Aos quarenta e oito anos a primeira feminista do movimento punk morreria em outubro do ano passado vitima de um câncer, mas deixando um legado e tanto: sem as Slits boa parte das bandas de rock femininas não existiriam tais como: Riot Girls, Hole, L7 e etc. Tudo na lógica da influência de que “se elas podem eu posso”. Típico do "faça você mesmo" que fez a mente de muita gente depois dessa época .

Fica aí nossa homenagem a todas as mulheres que ousaram fazer. Não importa em que tempo, idade, estilo, local.



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1 comentários:

Gonzo Sade disse...

Menciono, aqui também, as Schoolgirils, com um rockaço cruzão.
Bela matéria, Verm Leen. Os imperaprovintrizenses precisam de mais matérias assim.