13 de setembro de 2009

A matriz de todos os problemas

Título um tanto quanto pretensioso o desse texto, afinal se existisse mesmo uma raiz de todos os males seria mais simples diagnosticar a realidade e conseqüentemente modifica-la para “melhor”. Aprendi que a complexidade de nossa existência se deve há fatores externos tão dissonantes uns dos outros que até mesmo o próprio conceito de bom ou ruim se torna relativo em alguns momentos.

Senão vejamos, na própria origem dos povos a disputa por território e pelo poder tem sido a tônica de toda a historia humana: o genocídio e a ganância tem sido constantes na trajetória de grandes civilizações e líderes, aliado a tudo isso a diversidade existente provocou diversas teorias das civilizações que buscaram entender a diversidade de culturas e interesses econômicos. A antropologia cultural surge com a perspectiva de preservar o diferente, leia-se diferente em relação ao homem europeu branco e bem, sem querer aprofundar muito neste debate temos visto ao longo da própria Historia do Brasil, o conflito entre aqueles que se julgavam donos da terra com o título de propriedade “fornecido” pelo rei de Portugal (colonizador) ou então grilado em cartórios nas capitais, entre quatro paredes e do outro lado temos o povo que vive na terra, sem saber ler ou escrever, trabalhando nela e tendo ter que aceitar a imposição dos donatários, homens de bem e da lei, os doutores, coronéis, dizendo que “aqueles estavam roubando propriedade particular destes”.

No caso dos escravos a historia é ainda mais tenebrosa: após a oficialização de sua liberdade tiveram que sobreviver a esmo, sem direitos a nada, amargando o fato de já nem poderem mais ficar na propriedade do antigo senhor, mesmo que estivessem trabalhando nela há varias gerações. Aqui no Maranhão esse processo é resolvido da seguinte forma: ou o ex-escravo negro tem que se emprenhar na mata e lá construir sua própria sobrevivência ou então fica na propriedade a qual sempre trabalhou do senhor branco, mas tendo que pagar o chamado Foro, uma taxa retirada da produção da terra. Algo semelhante ao feudalismo.
Tudo isso acontecendo ao nosso redor, processos históricos que não são divulgados pela mídia de massa, que serve mais para retardar as mentes do que verdadeiramente informar, salvas raríssimas exceções. Desisti de assiste TV.

Mas se a raiz do problema estaria na propriedade dos meios de produção (e da terra consequentemente) por que até hoje não conseguimos realizar uma reforma agrária? O que dizer das matrizes enérgicas não renováveis, que agora temos a disposição vide a camada do pré-sal, que podem em tese aumentar nossas riquezas nacionais, mas que corre o risco de serem vilipendiadas pelos países historicamente colonizadores e que herdaram do Império Romano todo o vício imperialista de conquistar, conquistar, conquistar.

Pelo visto a lógica das coisas no mundo ocidental está totalmente revirada ao avesso.

Marx dizia que quando o capitalismo alcançasse toda a extensão do globo às forças produtivas estariam num grau de desenvolvimento suficientes para realizar uma mudança quantitativa suficiente para termos mudanças qualitativas, ou seja, um, sociedade socialista.

O que Marx e Engels não conseguiram prever era que as dimensões culturais do mundo iriam restringir o próprio avanço do capitalismo, ou seja, no meio do caminho teríamos índios, quilombolas, ribeirinhos, árabes. Além disso, as nações desenvolvidas e o operariado não iriam se constituir como ponte para mudanças, na verdade o operariado iria preferir o controle remoto e o shopping center a lutar por igualdade e justiça. Ficamos no meio da Historia? Não definitivamente não, ela prosseguirá e enquanto nascer gente, ela não chegará a seu termo.

O que proponho neste texto é discutir saídas e soluções para a injustiça social a luz do materialismo histórico, mas preservando a diversidade dos povos, não impondo ideologias europeizastes, que não dizem muito para o nosso povo que dificilmente irá entende-la. Temos dois pontos a serem levantados: 1) Nesse sistema ocidental não tem saída, não há "luta" de classes, mas uma crescente "conciliação" de classes que mantém o sistema. 2) Se quisermos lutar por justiça não podemos estabelecer ser este ou aquele o melhor sistema a ser implantado, mas sim respeitar a diversidade de culturas e formas de povos e nações se estabelecerem no território.

Deixo em aberto a conclusão para o debate.
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