19 de março de 2009

Ai que vida, você é meu xuxuzinho, por que te amo por que te quero....


Dois foram os principais motivos que me incentivaram a redigir este post. Primeiro porque sendo publico e notório o sucesso da produção piauiense “Ai que Vida”, do diretor e jornalista Cícero Filho, fica quase impossível achar quem ainda não o assistiu e, portanto perceber as formas de distribuição pirata que inundou as bancas de camelôs.
Segundo, chama atenção de quem quer que o assista a linguagem perfeitamente fiel ao nosso cotidiano. É o sertanejo maranhense que vemos ali no enredo, com suas construções sociais próprias, incultas mais verdadeiras, longe demais das capitais e com a genuína demonstração de dureza, ingenuidade e por vezes, desprovido de ética.
O filme possui em ambos os eixos que o norteam, todas as caracterizações muito familiares de quem quer que já tenha andando pelo interior do Maranhão.No primeiro eixo vemos a desonestidade de um grupo político (não coincidentemente no poder) onde se privilegia os favores em conta própria e o clientelismo/patriarcalista, gerado pelos anos de coronelismo no Estado e que portanto só vem a trazer mazelas para a população, com falsas promessas e ‘programas assistenciais” fajutos .Conhecemos na realidade varios politicos como Zé Leitão e que infelizmente em alguns casos ainda estão por ai a se beneficiar em cima da ignorância do nosso povo.
O outro eixo do filme é o triângulo amoroso entre Jerod (Wellington Alencar), Valdir (Rômulo Augusto) e Charleni (Irisceli Queiroz). Uma historia de amor que seria um tanto quanto bobinha e sacal se não fosse o fato de ter sido totalmente filmada em Poção de Pedras ( MA) e Amarante do Piauí, sendo aproveitada aí toda a riqueza e peculiaridade de nossa linguagem, aliadas a uma firme espontaneidade que chega a fazer rir diversas vezes no filme.
È diversão garantida e a prova contundente de que os grandes meios de divulgação e distribuição da indústria cultural é quem têm que se adequar ao povo, e não este aos conglomerados intelectuloides, as majors, que adoram nos empurrar enlatados. Sejam eles de USA, Paris ou do eixo Rio-Sampa.(amiguinhos emos e pos-modernos nada contra os enlatados, viu)
Parabéns ao diretor maranhense Cícero Filho.
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7 comentários:

Karine Svetlana Sales Carrilho disse...

Sei nao, vai que essa moda pega?

ATITUDES "fantasticas" adimiradas aos montes;
Eu mesmo não quero passar os dias de minha vida assistindo filmes que fazem uma analogia pessimista do meu estado, onde antropologos e historiadores analisam e digam que é uma abordagem cultural...

Carlos Leen Santiago disse...

karine :
Não sei bem o que vc quise dizer com o termo "analogia" em seu comentario.
Mas afirmo-lhe que nao tenho visto muitas produções com a linguagem propria nossa, regional. Esse é o sentido do meu comentario.
Não necesseçariamente antropologos e historiadores podem fazer um diagnostico pessimista do "seu estado", pode ser que o proprio povo a faça.

TVM FILMES disse...

Nossa muito legal a matéria, parabéns ao Carlos. Fico feliz da vida em ver que meu filme, feito com tanta dificuldade, esteja sendo aceito pelas pessoas, sendo comentado aos quatro cantos do país, isso mui me incentiva a fazer trabalhos cada vez melhores. Um grande abraço Carlos Leen!

Cícero Filho
diretor cinematográfico

Anônimo disse...

muito bom o filme, verdadeiro e autentico, quem conhece o interior do maranhão fica surpreso com tanta espontaneidade e veracidade, engraçado demais, retrato fiel do cotidiano maranhecence! :D

Anônimo disse...

Karie disse "analogia pessimista do meu estado"? creio que não! é só um filme engraçado que se passa no mundo real, e tem um final feliz com o casamento do casal romantico e da "expulsão" dos corruptos pelo voto em mulher do povo! Parabéns à produção!!

Carlos Leen Santiago disse...

obrigado pelos comentarios pessoal.
E agradeço ao diretor Cicero Filho pela honra da visita.

Deleir Inácio de Assis disse...

O filme Ai que vida deveria ser apresentado na TV. Os filmes que passam hoje em dia não tem esse chamego que essa grande produção possui. Muito bom mesmo! Não me canso de assistir a ele. Vejo várias vezes por mês.