24 de agosto de 2018

Thanos, o candidato a presidente


Um dos melhores filmes de super-heróis já produzido por Holywood, "Vingadores: Guerra Infinita", nós traz o demoníaco vilão Thanos, alienígena, super poderoso com um ideal: matar a metade dos seres vivos no universo para com isso trazer harmonia e a paz novamente a todos que sobrevivessem. Uma espécie de Malthusianismo das cavernas. 

Malthus, como o caro leitor deve se lembrar, é o economista clássico (contemporâneo de David Ricardo) que ficaria famoso ao formular a "lei da população" que lançava uma maldição sobre pobres e seus próprios destinos. Infelizmente a ficção tende a imitar a realidade e vice versa. 

Por ocasião da eleições presidenciais o pensamento senso comum e reacionário emergiu via redes sociais como a ponta do iceberg, o ovo da serpente chocado,  que resgata pensamentos dessa natureza. Em tempos idos o ilustre economista Mario Henrique Simonsen escreveu em a "Aritmética dos Coelhos" contrariando a turba malthusiana, que sabiamente "mais importante que  acelerar a taxa de crescimento do produto real é não conter o aumento da população".  

A pobreza, claro, não é fruto do aumento populacional mas à ela se articula em variados momentos em uma espécie de circulo vicioso. Somente políticas sociais e republicanas diversas podem quebrar este círculo. 

Infelizmente um certo candidato a presidente já declarou que a solução no Brasil , seria matar uns 30 mil (sic). Jair Bolsonaro deve ser achar um Thanos para poder julgar quem vive e quem morre nesta hiper-seleção de um malthusianismo cavernoso. Claro, não importa se morrerem inocentes, afinal eles sempre morrem mesmo, disse o Jair na entrevista.

Segundo Bolsonaro e seus assessores há uma relação de causalidade entre o crescimento dos pobres e a tragédia social que vivemos. Desta forma, conseguem prestar um desserviço até mesmo para os liberais mais conhecidos. Não adianta qualquer intervenção do Estado para proteger a parte da sociedade condenada a pobreza. Um disparate.

Qualquer sociólogo minimamente bem intencionado sabe que em se tratando de todos os males da sociedade é possível sim diminuí-los (e até se  extinguir de vez)  a partir de projetos em políticas públicas que possibilitem acesso a mais qualidade de vida, saúde educação conhecimento, tecnologia. Todos os países do mundo mais ou menos desenvolvido sabem que investimento na educação nunca é demais. Precisamos de mais candidatos que proponham Renda Básica Universal, por exemplo,  que é a política mais importante para o Brasil hoje. É o que vai acabar com a miséria e reativar a economia. Não tem outro caminho. 

Aliás , há um horror dos Bolsominios  para com qualquer intervenção em políticas públicas  promovidas pelo Estado. Estes asseclas acreditam na mesma proposta de um Thanos das longínquas galáxias. Terão que ir em busca das jóias do universo para valer seus intentos.

Em tempo: quero escrever um texto só sobre a necessidade de no Brasil, se investir mais em Educação.  Nada melhor do que tentar  reinventar a roda. 


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