O senador amapaense Randolfe Rodrigues (PSOL) acaba de anunciar que é pré-candidato à Presidência da República. Seu nome deve ser lançado oficialmente no próximo dia 15 de novembro. Em entrevista exclusiva ao 247, o parlamentar afirmou que deverá disputar o posto de candidato internamente com a ex-deputada Luciana Genro, mas acredita que, no momento, tem o apoio da maioria dos delegados do partido.
Randolfe defende que "essa eleição precisa ter uma candidatura de esquerda", uma vez que, segundo ele, todos os atuais postulantes não têm esse perfil.
Em sua avaliação, tanto a presidente Dilma Rousseff, que é petista, como o senador tucano Aécio Neves, e ainda o governador de Pernambuco, o socialista Eduardo Campos, defendem a privatização do pré-sal. Alguns, a privatização "escancarada", outros, a "envergonhada".
Leia abaixo os principais trechos da conversa:
247 - Senador, o seu partido aguarda sua definição sobre a possibilidade de concorrer à Presidência da República. Já o diretório do partido no Amapá debate seu nome ao governo do Estado. O senhor já tomou essa decisão?
Randolfe Rodrigues – No próximo dia 15 de novembro, deveremos realizar um ato, mas por enquanto estamos definindo o local, se será em Brasília ou Rio de Janeiro. Esse ato será de lançamento da nossa pré-candidatura à Presidência da República.
Existe consenso dentro do PSOL em relação ao seu nome?
Não. Existe também o nome da ex-deputada federal Luciana Genro. Não é um nome apoiado pela maioria do partido, mas vamos resolver isso no congresso do PSOL. Eu espero que possamos avançar o quanto antes para chegarmos a um consenso. Do contrário, será decidido mesmo no Congresso Nacional do Partido nos dias 29, 30 e 1º de dezembro, através da maioria dos delegados presentes.
O senhor já tem o apoio da maioria dos delegados?
De acordo com as contas que nós temos no processo preparatório da eleição de delegados ao congresso nacional, posso dizer que sim.
O PSOL está aberto a alianças com outras legendas ou vai lançar candidatura própria, a chamada cabeça de chapa?
Essa eleição precisa ter uma candidatura de esquerda. Precisa ter um candidato que apresente um programa alternativo. Todos os candidatos têm medo de falar do papel estratégico do Estado. Veja, todas as candidaturas apresentadas defendem a privatização do pré-sal. Uns defendem a privatização escancarada. Outros defendem o modelo de privatização envergonhada, que é o modelo de partilha. Portanto, é importante ter uma candidatura que diga “a nossa Petrobras tem condições de fazer exploração do pré-sal!”. Isso é o exemplo de um programa que pode ser apresentado ao Brasil.
O senhor é essa alternativa de esquerda?
Tem que ter uma candidatura que apresente esse programa e nós vamos apresentar nesse eleição. Temos visto um deslocamento na política do centro para a direita. Bandeiras históricas à esquerda se perderam ao longo do caminho. Tem que existir alguém que apresente essa bandeira mais à esquerda. As candidaturas que surgiram aí não apresentam esse perfil.
Quem seriam os possíveis aliados do PSOL em um projeto à Presidência da República?
Vamos conversar com o PCB, com o PSTU. Eu acho que são partidos que se propõem a dialogar e debater conosco. Vamos conversar em especial com esses dois e com outros partidos que queiram debater nosso programa. Eu acho que esses dois partidos são os que mais se identificam com nosso programa. Não creio que no atual aspecto político brasileiro tenham outros. Se tiver serão bem vindos, mas não creio que existam.
Nas pesquisas, o senhor era o nome do PSOL ao governo do Amapá. Como fica a situação do partido no Estado com essa sua decisão?
Vamos ter um congresso estadual do partido. Nesse congresso vamos debater isso. Eu defendo que nós esgotemos o leque de possibilidade de diálogos. Defendo a realização de um encontro extraordinário em março do ano que vem para decidir o rumo em relação ao Amapá.
Por Domiciano Gomes do Portal 247
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