Cresci as pedaladas no grande bacuri, me dirigindo aos finais de semana para a Praia do Cacau. Minha maloca levava bola de futebol e fitas cassetes do Eric Donaldson e Banda Reprise, quase sempre também uma cachaça temperada com maracujá ou abacaxi. Coisa de moleque.
Depois já mais velho, tive a grata oportunidade de enfiar meus pés dentro d'água, já altas horas da noite, ao som de uma boa voz e violão ou seresta, degustando um tambaqui frito, com vinagrete e farofa. Tudo isso na Praia do Cacau.
As manhãs surgem bem frias por lá. Mas quando chega as dez horas, o sol sai a pino. Não tem protetor que resolva. O entardecer é outro momento de rara beleza, cada dia esculpindo uma obra de arte diferente nos céus.
Quero deixar isso aqui registrado para que as próximas gerações saibam o que perderam (ou poderiam) perder, pela lógica perversa das grandes hidrelétricas que ao se instalarem de vez vão paulatinamente destruir o Rio Tocantins.
Boa parte das promessas de mitigação dos impactos ambientais proposta pela Hidrelétrica de Estreito para seu funcionamento, não tem sido posto a cabo. Desde a morte de peixes, até mesmo a proliferação de violência urbana e prostituição: esse é o preço do desenvolvimento.
Mesmo já estando em meados de junho, muito pouco se vê no que tange as praias do Rio Tocantins. Com isso perde-se possibilidades enormes de se trabalhar e ganhar com turismo por exemplo. As campanhas financiadas com nosso dinheiro, via isenção de impostos, por empresas como o Ceste, ajudam a definir qual é a politica que norteia os interesses das prefeituras. Sem falar dos outros interesses milionários do grande capital internacional, de olho nas riquezas amazônicas e do cerrado.
Tragédia anunciada
Recentemente através do facebook, vi alguns comentários que merecem nossa atenção. Segundo informações de alguem de dentro do Ceste (consorcio responsável pela hidrelétrica de Estreito) há sintomas claros de uma tragédia maior que virá por aí. Muito pior do que a morte de toneladas de peixes ocorridos há mês. Quem souber de alguma coisa mais concreta que passe pro limpo.
Isso tudo me faz lembrar de uma corrente de cientistas que acredita que em cinquenta anos o mundo estará completamente desertificado. Quanto otimismo. Finalmente vamos ter que desistir de tudo que é movido a petróleo e/ou ligado na tomada. A menos que os chineses consigam falsificar outro planeta igualzinho a esse pra ser explorado.
6 comentários:
desenvolvimento: prefixo des + envolvimento.
O prefixo "des" significa na pratica uma negação: des regulamento, des contrução, des nível, des estabilização...
Bira
O Ceste merece morrer, merece uma enxurrada de dinamite , só assim as aguas e avida correrão normalemente.
Guto
Alguem tá se lembrando aí de Belo Monte? de Serra Quebrada?
O Elson Araujo deve saber que tipo de tragedia o Ceste esconde da gente, diz aí secretário....
Alain Delon
MEUS SINCEROS PESAMES A MAE NATUREZA POR TER FILHOS TÃO INGRATOS ASSIM...
GILSÃO GOMES
AH esse povo metido a ambientalista, não planta nem o que fuma. Depois vão estar no escuro e reclamando do governo..se liguem e vão moram com as antas, antas!
Moabe Sergio
Olá Carlos Leen, venho parabenizá-lo pelo seu blog, muito interessante, informativo, criativo, crítico e diverso.
Abraço.
André Ribeiro
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