Filiação: Esmeraldina Carvalho Cunha e Tibúrcio Alves Cunha Filho
Organização política ou atividade: MR-8
Data e local da morte: 14/11/1971, em Salvador
Nilda Carvalho Cunha foi presa na madrugada de 19 para 20 de agosto de 1971, no cerco montado ao apartamento onde morreu Iara Iavelberg. Foi levada para o Quartel do Barbalho e, depois, para a Base Aérea de Salvador. Sua prisão é confirmada no relatório da Operação Pajuçara, desencadeada para capturar ou eliminar Lamarca e seu grupo. Foi liberada no início de novembro, profundamente debilitada em conseqüência das torturas sofridas e morreu no dia 14 de novembro, com sintomas de cegueira e asfixia. Nilda tinha acabado de completar 17 anos quando foi presa. Fazia o curso secundário e trabalhava como bancária quando passou a militar no MR-8 e viver com Jaileno Sampaio.
Foram eles que abrigaram Iara Iavelberg em seu apartamento, durante sua estada em Salvador. Emiliano José e Oldack Miranda relatam no livro Lamarca, o capitão da guerrilha, levado ao cinema por Sérgio Rezende, um pouco do que Nilda contou de sua prisão:
“(...) Você já ouviu falar de Fleury? Nilda empalideceu, perdia o controle diante daquele homem corpuloso. - Olha, minha filha, você vai cantar na minha mão, porque passarinhos mais velhos já cantaram. Não é você que vai ficar calada (...). Dos que foram presos no apartamento do Edifício Santa Terezinha, apenas Nilda Cunha e Jaileno Sampaio ficaram no Quartel do Barbalho. Ela, aos 17 anos, ele, com 18. - Mas eu não sei quem é o senhor... – Eu matei Marighella. Ela entendeu e foi perdendo o controle.
Ele completava: – Vou acabar com essa sua beleza – e alisava o rosto dela. Ali estava começando o suplício de Nilda. Eram ameaças seguidas, principalmente as do Major Nilton de Albuquerque Cerqueira. Ela ouvia gritos dos torturados, do próprio Jaileno, seu companheiro, e se aterrorizava com aquela ameaça de violência num lugar deserto. Naquele mesmo dia vendaram-lhe os olhos e ela se viu numa sala diferente quando pode abri-los. Bem junto dela estava um cadáver de mulher: era Iara, com uma mancha roxa no peito, e a obrigaram a tocar naquele corpo frio.
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6 comentários:
PCdoB: UMA LUTA DE TODOS NÓS.
O SOCIALISMO COMO UTOPIA COTIDIANA...
Fruto das lutas dos trabalhadores nasceu empunhando a bandeira do socialismo a qual soube irmanar com as jornadas pelos direitos do povo e pelo desenvolvimento soberano e democrático do Brasil. Este conteúdo de sua trajetória é o que explica sua longevidade e seu contínuo rejuvenescimento. É o que o faz um partido jovem sendo o mais antigo. Ao encaminhar-se para seus 90 anos é uma legenda que se expande. Alarga sua presença nas várias esferas da luta política, social e de idéias. Valoriza suas relações com a intelectualidade progressista, com o mundo da ciência e da cultura. O Partido tem um vínculo histórico com as aspirações progressistas e revolucionárias dos estudantes e da juventude, cujas lutas e bandeiras da União da Juventude Socialista (UJS) têm sido um canal de expressão. De igual modo, valoriza, com palavras e prática, a luta emancipacionista das mulheres.
Para levar adiante este grande projeto transformador, movimenta-se para que sua essência revolucionária seja continuadamente reafirmada e avivada. Longo e difícil foi o caminho que percorreu até aqui. Enfrentou governos retrógrados e ditaduras que infestaram o período republicano. Toda vez que a democracia foi golpeada ele – com ela compromissado – foi o primeiro a ser atingido. Num país gigante de riquezas sempre cobiçado e saqueado pelas grandes potências, a defesa que realiza da soberania nacional atraiu o ódio dos entreguistas e do imperialismo. É um Partido que se forjou, portanto, combatendo ditaduras e defendendo a democracia e a liberdade!
Hoje, o PCdoB bate-se por uma reforma política que amplie a democracia, ao mesmo tempo em que luta pela democratização da mídia. Enfrenta a renitência da direita que insiste em tentar criminalizar os movimentos sociais.
No Maranhão ganhamos dimensão de poder real, pois o povo ainda sente atravessado na garganta o criminoso e violento resultado eleitoral de 2010. Mais, o conjunto oposicionista liderados por Flavio Dino, continuam se articulando pra libertar o estado desses laços de dependência feudal e oligarquizante.
Escrever a história, resgatar a memória de seu acervo de realizações e lições, de sua galeria de heróis de homens e mulheres que deram sua vida pela causa do Brasil, da democracia e do socialismo, inspiram as gerações contemporâneas a seguir avante. Alimentam-nas de ânimo e entusiasmo para edificarem um partido forte, influente, massivo com bases militantes, capaz de forjar a aliança necessária e liderar as lutas para o triunfo de seu Programa Socialista.
Prof. Adonilson Lima
Dirigente Estadual PCdoB
Temos que divulgar essas iniciativas, o projeto memórias reveladas é maravilhoso, porém tem um "q" de contradição.
Caros:
Prof Adonilson, grato por sua manifestaçao aqui neste humilde espaço digital.
Marcio Santos que contradições são essas? Explique-nos...
abração!
Caros:
Prof Adonilson, grato por sua manifestaçao aqui neste humilde espaço digital.
Marcio Santos que contradições são essas? Explique-nos...
abração!
NILDA CARVALHO CUNHA, meiga e linda em toda a sua curta vida ceifada de forma cruel por monstros, torturadores. Não se fez ainda JUSTIÇA a grande REVOLUCIONARIA que foi e a nossa mãe ESMERALDINA CARVALHO CUNHA.
Vivem cotidianamente na minha lembrança, assim como a sede de JUSTIÇA em meu coração.
Leonia Cunha
Tomei conhecimento deste caso através da biografia sobre Iara Iavelberg. Tão jovens e idealistas, pensando no bem coletivo.Que isto não se repita jamais.
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