Por Jhonny Santos*
Quando entrei no Centro de Estudos Superiores de Imperatriz da Universidade Estadual do Maranhão no ano de 2004, percebi o descaso e a forma intolerante e agressiva como os alunos eram tratados em todas as instancias. Desde a reitoria até as chefias de departamento, o autoritarismo era a marca registrada na UEMA. Criticar, reclamar e protestar eram coisas de outro mundo.
Os que faziam parte do Movimento Estudantil eram taxados de baderneiros, gays ou maconheiros. Essas injurias não me preocupava muito, o que me preocupava era forma tacanha e preconceituosa como nós éramos tratados. Se por um lado nós reclamávamos melhores condições de ensino, pesquisa e extensão, por outro prevalecia o silêncio.
Este silêncio era desejado pelos que ocupavam os cargos de chefias nessa universidade. Zelar pelo silêncio e comodismo na UEMA era o dever dos membros dessa rede corruptível. O pior de tudo é que essa rede era grande.
Do reitor que se elegeu a deputado, do chefe de departamento que se perpetuava sem eleição, do processo seletivo de cartas marcadas, dos cursos privados na universidade pública, dos TIDES que trabalhavam nas particulares, dos professores que não apareciam, dos alunos que se vendiam. Uma infinidade de elementos que se entrelaçavam e faziam da UEMA um espaço de tramóias e não de uma verdadeira universidade pública.
Lembro de como bolsa de iniciação cientifica era algo raro e quem tinha, no máximo 5 a 8 alunos, podia se considerar um abençoado.
Lutar contra os descalabros da UEMA não era fácil, eu mesmo recebi uns três processos juntamente com outros companheiros que não aceitavam esses desvios de finalidade. Mas fomos pra linha de frente, por acreditar que poderíamos mudar essa realidade.
Essa realidade começa a se desconfigurar com a eleição para reitor no ano de 2006. No I Encontro de Movimento Estudantil em Imperatriz lançamos o professor Juca candidato de uma classe a reitor da UEMA tendo como vice a professora Célia Pires. O DCE de Imperatriz levanta essa bandeira. No começo parecia loucura. Recurso financeiro era nosso maior problema. Mas o desejo de mudança e a militância era nossa principal força.
Ouvi por diversas vezes, gestos e falas preconceituosa. Contudo, conseguimos ficar em segundo lugar. Assustamos a corrente corrupta e atrasada da UEMA. Uma das grandes vitórias do grupo que defendia a eleição de Juca conseguiu fazer com que o PQD, na época, pago, se tornasse gratuito. Retomamos o debate da Autonomia dos Centros.
As bandeiras que embalaram a campanha de Juca foram fundamentais para a vitória dos professores Gusmão no CCA e de Expedito no CESI. Ambos sempre estiveram afinados com a proposta de uma UEMA livre e sem dependência política, entendendo que o papel da universidade é produzir ciência.
Acompanhei de perto os 4 anos de gestão do professor Expedito. O diálogo é sua principal característica. Seu academicismo e companheirismo podem ser percebidos no dia-a-dia de quem convive ou tem um contato rápido com ele.
Agora, em 2010, respaldado na honestidade, na autonomia e coerência política, o professor Expedito Barroso é novamente candidato a direção do CESI/UEMA. Infelizmente não posso mais votar, mas, peço a tod@s, professores, servidores administrativos e alunos que não regridam, que não desfaçam esse projeto em construção conquistado com tanto esforço e dedicação pelos que já passaram pelo CESI/UEMA.
Finalizo, reforçando não apenas um pedido de voto ao professor Expedito, mas que fiquem alerta a qualquer manobra traiçoeira por parte dos que querem o atraso da universidade entregado-a a iniciativa privada e reconectando a rede corruptível que ainda existe na UEMA.
*Jhonny Santos é Mestrando em Desenvolvimento Sócioespacial e Regional/UEMA
3 comentários:
Camarada, reproduzir também o texto.
Parabenizo seu blog! Estou acompanhando sempre e gostando muito do espaço.
Abraços
Olá! Meu nome é xxx, sou aluno da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) uma das maiores Universidades Públicas do Maranhão na qual estudo há dois anos; estou cursando o x Período do curso: LICENCIATURA EM FÍSICA, localizada na segunda maior cidade do estado chamada Imperatriz.
Durante todo esse tempo percebi que as coisas são "bagunçadas", que o corpo acadêmico que rege essa instituição não honra o cargo ocupado, da secretária ao diretor da Universidade de Imperatriz, o DIRETOR DO DEPARTAMENTO "MURILO BARROS ALVES" nem se dar o luxo de contratar docentes para preencher o quadro de professores das disciplinas de cada período.
Eu como acadêmico e meus colegas questionamos ele pela falta de professores, ele simplismente responde: -"Eu dependo da UEMA de São Luís e não tem professores para contratar"!. A verdade é a seguinte: ele nem coloca os pés na UEMA e dar aula em outras faculdades particulares, porém, ele recebe o salario do mesmo modo e nós ficamos no prejuízo sem professores e automaticamente sem aulas, sem laboratórios para experimentos físicos e assim, fica só na promessa para com os alunos do curso de física mais defasado do Brasil.
Será que é normal cursamos duas matérias por período?
Aqui é sim! Mas queria que fosse umas cinco, seis, sete, oito, nove e até dez, más fazer o quê? Estamos no MARANHÃO gente...
Fico muito constrangido quando me perguntam se la é bom para obter conhecimento de qualidade, nem respondo. O que também me entristeci é o abandono das autoridades locais e publicas do nosso estado. Tão nem aí com os alunos, são formados e ganham seus dez mil todo mês...
Olá! Meu nome é xxx, sou aluno da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) uma das maiores Universidades Públicas do Maranhão na qual estudo há dois anos; estou cursando o x Período do curso: LICENCIATURA EM FÍSICA, localizada na segunda maior cidade do estado chamada Imperatriz.
Durante todo esse tempo percebi que as coisas são "bagunçadas", que o corpo acadêmico que rege essa instituição não honra o cargo ocupado, da secretária ao diretor da Universidade de Imperatriz, o DIRETOR DO DEPARTAMENTO "MURILO BARROS ALVES" nem se dar o luxo de contratar docentes para preencher o quadro de professores das disciplinas de cada período.
Eu como acadêmico e meus colegas questionamos ele pela falta de professores, ele simplismente responde: -"Eu dependo da UEMA de São Luís e não tem professores para contratar"!. A verdade é a seguinte: ele nem coloca os pés na UEMA e dar aula em outras faculdades particulares, porém, ele recebe o salario do mesmo modo e nós ficamos no prejuízo sem professores e automaticamente sem aulas, sem laboratórios para experimentos físicos e assim, fica só na promessa para com os alunos do curso de física mais defasado do Brasil.
Será que é normal cursamos duas matérias por período?
Aqui é sim! Mas queria que fosse umas cinco, seis, sete, oito, nove e até dez, más fazer o quê? Estamos no MARANHÃO gente...
Fico muito constrangido quando me perguntam se la é bom para obter conhecimento de qualidade, nem respondo. O que também me entristeci é o abandono das autoridades locais e publicas do nosso estado. Tão nem aí com os alunos, são formados e ganham seus dez mil todo mês...
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