As primeiras habitações de Estreito estão relacionadas com a criação de um pequeno porto, no começo do século XX, onde os navegantes que percorriam o Rio Tocantins recebiam apoio em seus rústicos barcos, comercializando matéria prima e peles, que passavam com destino a outras cidades como Grajaú, Balsas e até Floriano, no Piauí. Segundo monografia de Robson Abreu de Oliveira, apresentada no ano de 2006 ao Departamento de História da UEMA/CESI, sobre os primeiros contatos do homem branco na região, “O local também era utilizado por transportadores de boiada que vinham em comitivas e faziam a travessia devido ser o lugar mais “estreito” da extensão do rio.
Em 1909 funda-se o povoado que, em razão de sua localização no ponto de melhor travessia do rio Tocantins, em demanda do Estado de Goiás e vice-versa, é chamado de Estreito. Destaca-se entre as figuras dos primeiros devassadores o senhor Virgílio Rodrigues Franco, que muito contribuiu para a formação do promissor núcleo da Pré-Amazônia, território onde se fixaram terras de propriedade de fazendeiros carolinenses, ali desenvolvendo a lavoura e, mais tarde, a pecuária.
Em 1948, ainda subordinado ao município de Carolina, o povoado passou à condição de distrito, com o topônimo de Paranaidji, conservado até o dia 27 de dezembro de 1954, quando foi elevado à categoria de município pela Lei estadual nº 1304, quando recebeu o nome de Presidente Vargas. No ano de 1957, através de outra Lei estadual, teve que retornar à condição de distrito visto que, segundo acórdão 242 do Supremo Tribunal Federal de 1952, não possuía número de habitantes necessário a cidade autônoma. Oficialmente, o então povoado Getúlio Vargas, só retornaria à condição de cidade através da Lei n° 4.416, de 12 de maio de 1982.
Sua condição econômica, do ponto de vista urbano-industrial, só teria alguma evidência com a construção da Belém-Brasilia, na década de 50. No ano de 1982, quando voltou a ser município, Estreito contava com 13.254 habitantes. Em 2000, sua população era estimada em 22.930 mil e em 2008, chegou-se a especular uma média de 2.000 mil habitantes flutuantes. Em 2009 segundo dados do IBGE, Estreito possuía 27.756 habitantes.
Com base em estudos supra-anteriores, pode-se dizer que o sudoeste maranhense teve como frente de povoamento, além da atividade agrícola, o grandioso rio Tocantins, também vetor econômico, social e via de penetração básica. Nesse primeiro momento, só era possível a aquisição e o escoamento de mercadorias através da via fluvial. Mais precisamente na década de 60, com a construção da rodovia Belém-Brasilia é que se alterna essa condição.
As duas frentes de ocupação relatadas pela historiografia oficial que merecem ser salientadas, são elas: A Frente Goiana, com a descoberta das chamadas “Minas de Goiás”, no inicio do Séc. XVIII, quando se iniciou o domínio goiano pelo Rio Tocantins, que deu lugar a uma extensa ocupação da margem direita do rio, onde já estavam estabelecidas diversas fazendas com os criadores de Pastos Bons. Via rio se daria a ocupação por parte dos goianos no povoado de São Pedro de Alcântara, na margem direita do Tocantins, batizado de Carolina, denominação imposta pelos goianos e que durou até 1854, quando o Congresso Nacional fez retornar a posse desse território ao Maranhão. (Franklin, 24)
A outra Frente, chamada de Paraense, simultânea à fundação do forte de São Luís, teve Daniel de la Touche, o senhor de La Ravardiere, comandando uma expedição francesa que subiu o Rio Tocantins desde a sua foz até acima da confluência com o Araguaia, parte sudoeste maranhense. Ainda tivemos o Padre Antonio Vieira com uma numerosa expedição em 1653, objetivando aldear índios do “alto Tocantins” e, depois, com diversas missões de reconhecimento e exploração do Araguaia e Tocantins, patrocinadas pelo governo do Pará aonde, em uma dessas, veio como capelão o jovem frade carmelita baiano frei Manoel Procópio do Coração de Maria.
1 comentários:
E sobre o concurso da prefeitura municipal do Estreito, você tem alguma informação sobre a convocação dos aprovados?
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