Ontem, quarta feira, foi o dia da eleição para o processo de escolha que definirá os três nomes que comporão a sagrada lista tríplice a reitoria da Uema. Segundo as regras do jogo a governadora escolhe um destes para ocupar o magnífico cargo, objeto de sonhos e ambições de muitos (as) que desejam controlar a maior receita do Estado em uma instituição.
Desde o inicio do processo era claro para mim a visão preconceituosa que alguns, de forma velada, tinham em relação a um dos candidatos, o Prof. Juca, por conta não de suas idéias, que muitos até achavam interessantes, mas sim por conta de sua aparência. Juca é negro, possui um cabelo rastafari e anda como qualquer cidadão normal que viva numa região tropical, quente.
No entanto se esse preconceito durante a campanha era muitas vezes feito de forma “eufemistica” por parte de professores e até colegas estudantes, no dia de ontem, ele aflorou de vez. Quem disser que no Brasil não existe preconceito de cor é um mentiroso, um salafrário, um pilantra.
“Ah, mas você acha mesmo que a governadora vai escolher um NEGRO pra ser reitor”, me diziam alguns quando eu me dirigia a sala de votação. Uma professora doutora chegou a me chamar “doido”: “Esse menino aí ta é doido, Roseana nunca vai escolher o pobrezinho do Juca, só porque ele é tição”.
Retruquei dizendo: “Olha professora ela (Roseana) até pode fazer isso, não escolher Juca mesmo eles sendo o mais votado, mas afirmo-lhe que será um grande desgaste pra todos, principalmente pra ela.”
“Ah e você acha que ela liga pra isso!”. Foi à resposta.
Nos últimos anos tem sido padrão dos gestores do executivo de todo país sempre escolher o mais votado no processo de votação que segue as regras da lista tríplice. No Maranhão não tem sido diferente, pois fica muito feio colocar alguém no poder maior da universidade, sem densidade eleitoral, sem o voto das pessoas que fazem a universidade.
Em primeiro lugar espero que o Prof. Juca vença no voto. Finalmente espero que a governadora use de bom censo e respeite a democracia. Esta estória de lista tríplice é uma triste herança de um tempo em que amarrava cachorro com lingüiça. Quando os coronéis faziam do voto de cabresto sua única forma de diálogo com o povo.
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