9 de julho de 2008

Elac termina com chamado a campanhas internacionais



Direto do Elac, Betim (MG)

Entidades farão semana de lutas em outubro, contra a criminalização dos movimentos sociais e a o avanço militar do imperialismo, como no Haiti


Após os dez grupos temáticos que se reuniram na manhã desta terça, 8 de julho, o Encontro Latino-Americano e Caribenho de Trabalhadores (Elac) foi encerrado em uma emocionante plenária. Cada grupo relatou o que foi debatido, apresentando pequenos manifestos ou eixos, que integraram as resoluções do Elac, junto ao manifesto geral do encontro.

Os grupos apresentaram resoluções sobre os seguintes temas: recursos naturais, juventude, educação, serviços públicos, mulheres, direitos humanos e negros, trabalhadores industriais, transportes, trabalhadores do campo, e trabalhadores do setor privado. De todos, um grupo teve especial importância, pois está relacionado às diversas campanhas que ocorrem nos países contra a criminalização dos movimentos sociais: o de direitos humanos. “Nós, os oprimidos, temos direito à rebelião, temos direito de fazer piquete, enfrentar os fura-greves, temos direito à autodefesa. E temos direito de não sermos criminalizados por isso”, afirmou Américo Gomes, diretor do Sindicato dos Advogados de São Paulo, que apresentou o informe do grupo que tinha esta temática.

Todos os grupos tinham em comum resoluções que apontavam para a unificação de campanhas e lutas dos setores entre os países, como a troca constante de informações através de redes e sites. Todos os manifestos e resoluções aprovados serão complementados e enviados para as organizações participantes.

Após a apresentação dos trabalhos dos grupos, encaminhou-se a finalização do manifesto geral do Elac. Uma proposta de texto para o manifesto já havia sido distribuída e debatida no dia anterior. Neste último dia, uma nova versão com todas as alterações e adendos já incorporados foi distribuída. Abriu-se o debate e uma versão final foi aclamada pelos presentes. Além de apontar a análise de conjuntura internacional e as principais bandeiras internacionais antiimperialistas, o manifesto tem como ponto principal o fato de apontar a construção de um espaço comum de debates, que dará organicidade e continuidade ao que foi debatido nesses dois dias.

Foram apontadas campanhas e iniciativas comuns e tarefas de organização, como a construção de um novo encontro entre o final de 2009 e início de 2010, e uma reunião das entidades até o início de 2009. As entidades também deverão atuar de forma unificada na construção dos atos de 1º de maio de 2009 e farão uma semana de luta antiimperialista em outubro deste ano, entre os dias 13 e 17.

Tanto esta semana de lutas quanto as campanhas e atividades se concentrarão em torno dos seis principais eixos aprovados: a luta contra a criminalização dos movimentos sociais e em defesa do direito de organização (tendo como centro o que ocorre na Colômbia, com perseguição e assassinatos de lideranças); a luta contra os planos de militarização imperialistas (tendo como principal expressão disso a luta pela desocupação do Haiti); a luta contra o imperialismo e pelo não pagamento da dívida pública; contra as reformas neoliberais e suas conseqüências; a luta pelos recursos naturais e energia; e, por último, a luta contra os impactos da crise alimentar no mundo. Os dois primeiros eixos principais serão o centro das campanhas e da semana de luta.

A partir de agora, as entidades do Elac passam a ser entidades aderentes. Outras adesões poderão ocorrer, com os critérios de ter acordo com o manifesto do encontro e de impulsionarem estas iniciativas de mobilização.

“A grande vitória que temos aqui nos coloca desafios imensos, que por outro lado não são novidade. Este ano comemoramos o aniversário do Manifesto Comunista. Então, aqui não estamos fazendo algo novo. O que estamos fazendo é resgatar o manifesto comunista e a solidariedade internacionalista. A tarefa de cada um de nós é resgatar o que Marx e Engels colocaram no manifesto: Proletários de todo o mundo, uní-vos”, afirmou Dirceu Travesso, que falou pela Conlutas no encerramento.

O encontro finalizou-se com todos cantando novamente A Internacional, imbuídos do sentimento internacionalista e com a certeza de que este evento avança na organização e fortalecimento das lutas da América Latina e de todo o mundo.


FONTE : www.pstu.org.br
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