(Texto de Jorge Furtado)
Uma das empresas estatais que mais serviços tem prestado ao País é a Eletrobrás. Ela merece ter um lugar de destaque no rol das grandes empresas indutoras do desenvolvimento econômico, como o Banco do Brasil; o BNDES;
a Petrobrás, etc.
Antes da implementação da Eletrobrás a nação brasileira vivia na escuridão. Quem hoje pode agradecer a Deus a capitalização de mais de meio século de vida deve lembrar-se que energia elétrica no Brasil era um exercício de paciência e abnegação, mormente nas cidades interioranas mas próximas das capitais, as mais distantes nem lâmpada possuíam servindo-se do folclórico candeeiro.
A iluminação residencial era precária. O rádio tinha dificuldade de emitir seus débeis sons, mais para chiado do que para som audível. Indústrias, nem pensar. O negócio era plantar milho e cana, e explorar o restinho dos cafezais.
Conforme bem acentua, o nacionalista, Barbosa Lima Sobrinho, durante mais de 60 anos a eletricidade, no Brasil, esteve a cargo de multinacionais tais como a “Light and Power” e a “Bond and Share”.
Leonel Brizola, ex-governador do Rio de Janeiro, foi acuado pela extrema direita, não pelo que tinha de carbonário, mais pelo “crime imprescritível" e imperdoável de ter encampado a “ Bond and Share”.
Da “Light” conhecemos sua história, mesmo os mais jovens. Durante quase um século pagamos na tarifa de energia o preço da indenização dessa companhia que por força contratual teria amortizados seus investimentos naquele período de 100 anos e, após, seria entregue aos brasileiros, já quitadas com aqueles acréscimos nas contas de luz.
Eis que o Brasil comprou a sucata por uma fábula de dólares já prestes a expirar o prazo em que ela viria para as mãos dos brasileiros. Pagamos duas vezes a mesma sucata.
Até o ano de 1962, conforme destaca o Dr. Barbosa Lima Sobrinho, as multinacionais que nos sugavam haviam instalados no Brasil apenas 3.837 MW (megawatts).
A Eletrobrás teve suas atividades iniciadas em 1962 e, até final de 2016, havia já instalados 47.533 MW, em 233 usinas com matriz energética diversas, com predominância de origem hidráulica. Portanto, a estatal, produziu 12 vezes mais, em apenas 54 anos, enquanto as multinacionais em 60 anos, produziram um doze avos da capacidade de uma única empresa brasileira.
Aqueles desonestos e golpistas muito bem informados que afirmam que a Eletrobrás é uma estatal ineficiente, se arvoram aos prejuízos apresentados entre 2012 e 2015. A empresa amargou resultados negativos, mas por conta de gestão de políticas de governo e não por questões operacionais ou por ineficiência. A MP 579/2012, que resultou na Lei 12783/ 13 , provocou perdas da ordem de R$ 10 bi anuais. No entanto, a estatal apresentou resultado positivo de R$ 3,4 bi em 2016 e o resultado acumulado em 2017, já é de um lucro líquido de 2,272 bi e Ebtida CVM (lucro antes dos juros, impostos depreciação e amortização)
de R$ 10, 284 bilhões .
Além disso, a qualidade de seus ativos e de seu corpo técnico garante sua eficiência operacional. Isso é que é uma estatal brasileira, não as canalhices que os golpistas propagam.
Jorge Furtado
É Dirigente Sindical e funcionário de carreira da Eletrobrás-Eletronorte
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