O ano era 1993. Eu era só um moleque espinhudo, achando a vida fácil, doido para vivê-la e morrendo de medo enfrentá-la.
Cheio de dilemas típicos de um "aborrescente" e contando as moedas fui a banca comprar uma edição da extinta Revista Bizz.
Uma edição histórica hoje em dia, mas que na época foi apenas mais uma.
Uma edição histórica hoje em dia, mas que na época foi apenas mais uma.
Eu tinha adquirido "acidentalmente" o novo disco do U2, intitulado "Zooropa" (um amigo distante me vendeu a preço de banana pois o tinha odiado) e a capa da revista era justamente sobre tudo isto: o disco e a banda (vide imagem). Imaginei que o destino queria me dizer alguma coisa. E queria mesmo.
A matéria era assinada pelo André Forastiere, que de forma muito competente e pedagógica levantava algumas hipóteses. Lendo-a nos dias de hoje diria que quase proféticas.
O texto argumentava sobre as novas possibilidades na cultura e na comunicação, na prestação de serviços e nos relacionamentos, na mudança global do capitalismo, criando "pontes de compreensão", "surfar na terceira onda". Abrir os olhos para as fronteiras do futuro.
"Estamos no amanhecer de um novo mundo - onde estaremos todos conectados via fibra ótica, brigando e se amando e aprendendo e votando e transmutando a maneira como nossos cérebros funcionam e principalmente, antes de mais nada, comprando (o shopping-orgasmo, além dos nossos mais desvairados sonhos, agora ao alcance de seu controle remoto)." Era assim que começava o artigo.
Sim meu caro leitor era um texto sobre a Rede Mundial de computadores - nossa internet. O problema era que estávamos em 1993 e sequer a palavra Web havia sido inventada. Zooropa foi um disco fodástico do U2, o meu preferido hoje em dia e que na época por pura limitação intelectual não dei muita bola para estes outros insights publicados dentro da matéria.
"Zooropa 93, a tour - uma superprodução que embaralha completamente o que se espera do U2 com o que o grupo espera de si mesmo. Antes de mais nada, porque é um disco conceitual. A ambição explícita é retratar um mundo que vive na fronteira da revolução eletrônica - e como isso afeta o cotidiano das pessoas comuns deste planeta..." De forma certeira Forastiere desnudava os símbolos ocultos por trás das canções.
O texto argumentava sobre as novas possibilidades na cultura e na comunicação, na prestação de serviços e nos relacionamentos, na mudança global do capitalismo, criando "pontes de compreensão", "surfar na terceira onda". Abrir os olhos para as fronteiras do futuro.
"Estamos no amanhecer de um novo mundo - onde estaremos todos conectados via fibra ótica, brigando e se amando e aprendendo e votando e transmutando a maneira como nossos cérebros funcionam e principalmente, antes de mais nada, comprando (o shopping-orgasmo, além dos nossos mais desvairados sonhos, agora ao alcance de seu controle remoto)." Era assim que começava o artigo.
Sim meu caro leitor era um texto sobre a Rede Mundial de computadores - nossa internet. O problema era que estávamos em 1993 e sequer a palavra Web havia sido inventada. Zooropa foi um disco fodástico do U2, o meu preferido hoje em dia e que na época por pura limitação intelectual não dei muita bola para estes outros insights publicados dentro da matéria.
"Zooropa 93, a tour - uma superprodução que embaralha completamente o que se espera do U2 com o que o grupo espera de si mesmo. Antes de mais nada, porque é um disco conceitual. A ambição explícita é retratar um mundo que vive na fronteira da revolução eletrônica - e como isso afeta o cotidiano das pessoas comuns deste planeta..." De forma certeira Forastiere desnudava os símbolos ocultos por trás das canções.
Pulando para os dias de hoje e especulando sobre o advento das mudanças com as novas tecnologias digitais, na química fina e nos limites quânticos que se alargam cada vez mais com possibilidades fora do comum, eu diria que estamos vivendo o limiar do fantástico e cujo a essência ainda se desenha para nós. Não cabe mais aqui fazer análises sobre o prisma do mundo de outrora: analógico, fordista, bi-partido, Socialismo x Capitalismo.
O U2 hoje em dia virou Ong e seu legado musical é inesquecível. A internet reina e o Forastiere tinha razão.
Há 23 anos, direto do túnel do tempo.
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