11 de junho de 2014

PARA CONECTAR O PENSAMENTO DE MARX


Ontem estava conversando com um professor amigo meu sobre o legado teórico que o pensador alemão Karl Marx produziu, sobremaneiramente no âmbito das Ciências Sociais.

Embalados que estávamos por alguns goles de cerveja, fomos mais longe e discutimos como esse legado teórico fora muito mal utilizado durante o percurso de boa parte da tradição na luta politica. 

Muitos absurdos foram produzidos em nome de Marx e Engels. É notório que ambos produziram uma fecunda maneira de encarar a realidade. Uma concepção de mundo constituída de uma "ideologia", conjunto de valores, um ethos que caracterizaria o universo proletário e socialista. E que demandaria uma prática política especifica. A prática revolucionária.

E aí reside algumas interpretações bastante distintas que se embolaram na parte "ontologica" da questão. O conceito de materialismo histórico/dialético foi utilizado como suma, fundamento filosófico geral e portanto chave para a compreensão do ser em todos os tempos.

Momento perfeito para se criar fundamentalismos, dogmatismos e anacronismos por boa parte da clientela marxista que veio a posteriore.  De fato em vários momentos da história a ciência sempre teve que ser revista, atualizada e reciclada. A historia da humanidade possui como maior riqueza não a sua continuidade, mas a sua diferencialidade.

Incutir que em todos os lugares do mundo os processos políticos em torno das relações sociais de produção se dariam mais ou menos da mesma forma é um bocado complicado.  Produz-se assim um certa idéia de "atemporalidade" dos conceitos.

E aí longe de nós fazer qualquer juízo de valor ou mesmo acharmos-nos acima do bem e do mal. Afirmo inclusive que fomos parte dos que trataram a questão desta forma em uma época não muito distante.

Penso que Marx foi um grande pensador que nos deixou uma bem arquitetada "teoria social", que existirá e cimentará o conhecimento em todas as fases da vida humana que existir acumulação do Capital - como processo e não como coisa. Concordando com David Harvey.

Assunto que não se esgota aqui e que vai gerar muito debate.

O titulo deste post é emprestado de um livro prestes a ser lançado. O autor é um grande quadro da esquerda brasileira e um intelectual brilhante. Trata-se do pernambucano Edilson Silva, que reúne toda legitimidade para escrever sobre a questão.

Edilson não é apenas teórico. Possui na bagagem anos de prática política militante. Vamos aguardar.
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