Tenho
um grande carinho, respeito e até admiração pelos que exercem a
medicina. Acho que suas críticas à falta de estrutura para trabalhar e à
falta de carreira no serviço público são super pertinentes.
Porém o
Brasil está assistindo nas últimas semanas um surto de corporativismo da
categoria que mais lembra os tempos das medievais corporações de
ofício.
Parece-me que a categoria se coloca contra fatos
históricos:
a) a homogenização da proletarização dos profissionais da
área da saúde, fruto tanto da dinâmica global de pauperização no
capitalismo, quanto do desenvolvimento das forças produtivas nesta área,
que vai retirando do médico o monopólio do "ato" profissional;
b) a
emergência de uma consciência social que não mais admitirá que não se
tenha atendimento médico em tantos lugares, situação esta que expressa a
face mais cruel da mercantilização da saúde.
Contra fatos, fica difícil
argumentar e os bravos e bravas da categoria médica me parecem estar se
isolando de um sentimento positivo na população: a profissão de médico
tem uma função social e não é apenas um patrimônio privado do médico ou
da médica.
Em outras palavras, estão cobrando da categoria as palavras
ditas quando do juramento lá na formatura.
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