- O Fim está próximo - Talvez muitos não saibam mas esta ideia de “fim dos tempos” não é lá uma assertiva muito nova. Desde os primórdios do século XV o sentimento geral casado com uma espécie de vigilância nervosa e generalizada em relação aos sinais faziam tremer a população medieval, avída para ver os presságios em quaisquer fenômenos tidos como supostos milagres.
Vários artistas aproveitando a nova criação de Gutemberg (1398 – 1468) a prensa, criaram e publicaram volumes das narrativas sacras (bíblicas) com suntuosas imagens do apocalipse. Afinal era preciso retratar bem o obscuro e depressivo sentido de tempos malditos que a humanidade vivia. Em uma época de terras devastadas por epidemias e guerras, dominada pela igreja, nada mais comum do que utilizar a força do simbolismo com o conteúdo dramático de imagens e profecias.
De lá para cá, em muitos outros períodos já dizia-se: “ agora o mundo acaba”. E o tal do mundo não se acabou, como a letra da canção. Hoje em dia teremos o grato prazer de acompanhar o ápice de uma destas profecias tidas como apocalípticas. O ano de 2012 inicia-se sob a aura catastrófica via internet e Hollywood. Dentre as principais razões temos um suposto máximo solar e o fim do calendário Maia, tido como altamente preciso para uma civilização datada como do século VI a.C.
Como se sabe os Maias era astrônomos habilidosos capazes de calcular com extrema precisão ciclos planetários inteiros como os de Vênus, Marte, Mércurio e Júpiter. Boa parte da comunidade cientifica têm afirmado categoricamente que de fato existem movimentações “plasmáticas” em torno do nosso sol, mas nada ainda por enquanto que indique o seu colapso. Na duvida esotéricos e pseudo-cientistas do mundo todo têm espalhado vídeos e textos (principalmente na internet) sobre o fim dos tempos em 2012.
Nesta pequena esfera planetária chamada Terra somos quase sete bilhões de habitantes, até 2030 talvez alcancemos os 9,5 bilhões. Com nossa fonte de energia (petróleo) já ameaçada e com apenas 1% da população detendo 40% de toda a riqueza do planeta acredito que as causas do cataclisma serão outras. Vivemos num padrão de produção linear onde extrai-se (explora-se) os recursos naturais, industrializa-se (intoxica-se), consome-se (distribui-se no mercado) e dispensa-se (joga-se no lixo) cerca de 99% dessa produção. Leia-se “padrão de produção linear” num mundo de recursos “finitos”.
Sem dúvida vivemos não apenas uma “época de mudança” mas sim uma “mudança de época” com novos paradigmas ligados a tecnologia e ao conhecimento humano. A realidade como percebemos está no turbilhão destas novas mudanças. Superar o modelo vigente por algo que responda aos anseios nossos e da mãe natureza é garantir mais algum tempo de vida útil para a humanidade. Quanto ao Planeta Terra, esse não acaba tão cedo. Se não melhorarmos nossa relação com a mãe – terra, ela talvez se livre de nós, tal qual um cão se livra das pulgas: num sacolejo.
(A imagem que ilustra esse post é do artista alemão Albrecht Durer, 1471 - 1468. Nome da obra: "O apocalipse de São João")
0 comentários:
Postar um comentário