Hoje, 112º aniversário de Jorge Luis Borges, o Google preparou uma bonita homenagem com o logo labirintico.
Ainda lembro quando descobri naquela banca de jornais usados, numa época em que se publicava livros em jornal, um exemplar de "Borges Vida e Obra". No mesmo período consegui os contos de Cortázar "Casa Tomada", o "Pedro Páramo" de Juan Julfo, "Ninguém Escreve ao Coronel", De Gabriel Garcia Marquez, "Os cachorros," de Eduardo Galeano, "Aura" de Carlos Fuentes e o esplêndido "O Aleph", do Borges.
Foi um grande momento de descoberta para mim. De uma tacada só pude conhecer todos esses mestres da literatura hispano-americana.
Borges foi um deles, e ao lado de Gabriel Garcia Marquez, o que mais me fascinou. Labirintos, punhais, tigres, moedas, espelhos ... entrar no universo de Borges é fascinante, inigualável e sem dúvida NUNCA MAIS ser é o mesmo de antes. Segue abaixo um trecho de uma de suas obras:
O Livro
Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
(...) Se lemos um livro antigo, é como se lêssemos todo o tempo que transcorreu até nós desde o dia em que ele foi escrito. Por isso convém manter o culto do livro. O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objecto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.
Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Livro'
Ainda lembro quando descobri naquela banca de jornais usados, numa época em que se publicava livros em jornal, um exemplar de "Borges Vida e Obra". No mesmo período consegui os contos de Cortázar "Casa Tomada", o "Pedro Páramo" de Juan Julfo, "Ninguém Escreve ao Coronel", De Gabriel Garcia Marquez, "Os cachorros," de Eduardo Galeano, "Aura" de Carlos Fuentes e o esplêndido "O Aleph", do Borges.
Foi um grande momento de descoberta para mim. De uma tacada só pude conhecer todos esses mestres da literatura hispano-americana.
Borges foi um deles, e ao lado de Gabriel Garcia Marquez, o que mais me fascinou. Labirintos, punhais, tigres, moedas, espelhos ... entrar no universo de Borges é fascinante, inigualável e sem dúvida NUNCA MAIS ser é o mesmo de antes. Segue abaixo um trecho de uma de suas obras:
O Livro
Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
(...) Se lemos um livro antigo, é como se lêssemos todo o tempo que transcorreu até nós desde o dia em que ele foi escrito. Por isso convém manter o culto do livro. O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objecto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.
Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Livro'
1 comentários:
Keep writing, and you´ll never die!!!
(é o que eu sempre digo...) rsrsrs
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