17 de abril de 2011

Gabba Gabba Hey: Dez anos sem Joey Ramone


Quem conhece minimamente a historia do rock in rol e seus subgêneros com certeza já ouviu falar do estilo punk de tocar e se vestir. Quem conhece minimamente o punk rock sabe que este não existiria sem o Ramones, banda de Nova York, tipificada como “esquisita” pelo visual a lá jaquetas de couro e jeans além do som “tosco”, direto, com poucos acordes de guitarra. Segundo Ezra Pound (poeta e critico de arte) entre os artistas que se destacam há os inventores - que criam uma forma radicalmente nova, os mestres - que levam esta forma ao seu ápice, os diluidores - os que diluem a forma e a resumem em seus pontos mais óbvios (frequentemente são os que atingem maior sucesso comercial) e os lançadores de modas - que farão grande estrondo e logo passarão, retornando as coisas ao que eram anteriormente.

Diria que o Ramones se classificam entre os que inventaram e se tornaram mestres no que se propuseram. O estilo despojado e minimalista do grupo soava certeiro para ouvidos adolescestes que preferiam matar aula o tempo todo pra cheirar cola ou ir pra algum boteco jogar sinuca. Tudo bem que viver é uma confusão quando se tem quinze anos e imagina-se que sendo o futuro a morte mesmo, pra que ligar em estudar e passar de ano? Louco né. É mais ou menos por aí.

O mais impressionante de tudo é que quatro “ogros” de Nova York conseguiram brilhantemente captar em forma de música todo esse sentimento teenager do “foda-se tudo”, sem intelectualismos e em pleno auge do rock progressivo. Lógico que as raizes já existiam com The Who, The Doors, David Bowie em sua fase glam, que muito influenciou o vocalista Joey Ramone com seu projeto inicial, o Sniper. Ah não posso deixar de citar Mick Jagger e cia no inicio da carreira.

Dia 15 último fez dez anos da morte de Joey, que há muito lutava contra um linfoma (espécie de doença degenerativa ligada ao processo desregrado de crescimento das células). Em sua homenagem ficou um nome de esquina da Bowery com a 2nd Street, no bairro do East Village, em Manhattanm além do carinho e devoção de diversos fãs em todo mundo. Segundo consta Joey deixou gravado cerca de dezesseis musicas ainda por serem lançadas, até que os parentes decidam como vão repartir os direitos. Vamos torcer que ainda este ano.

O Ramones foi uma banda muito produtiva. Lançaram cerce de dezessete álbuns. Eu destacaria o terceiro como melhor: Rocket Rússia! Lembro-me bem que nos anos noventa, época púbere da minha vida, pegava uma velha mobylete caloi e a empurrava (isso mesmo, ela vivia quebrando) com esse disco debaixo do braço, junto do meu irmão José Vanádio. Buscávamos bares que se dispunham a tocá-lo todo, se tivesse uma sinuca melhor ainda. Gabba Gabba Hey!

“I don’t care about this world/I don’t care about that girl… I don’t care”. Eu não tô nem aí, não tô nem aqui e quero que tudo mais vá pro inferno. I just wanna have some fun.

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1 comentários:

Gonzo Sade disse...

Pode crê, Verme leen, pro inferno com tudo. Adios amigos.
Gabba gabba hey, caralho!!!