Pra quem não lembra, ou se quer era nascido na época, no começo dos anos 90 um novo estilo musical ganhava o mundo e os ouvidos da garotada, com guitarras á estilo Led Zeppelin e pitadas de Pixies e Ramones. Só pra lembrar a época, o contexto musical era tão insosso no cenário do rock que os dinossauros farofeiros, tipo aquelas coisas esquisitas com visual de tias velhas e drag-queens, faziam muito sucesso. Por fora tínhamos o Guns e o Metallica e o som de corno do Bon Jovi, que no fundo no fundo eram as mesmas coisas: cabeludos a fim de pegar o maior numero de gatas possível ou se fazerem de malvados.
Estéticas a parte, com o surgimento da turma de Seattle (Grunge) a indústria musical teve que se ligar no subjetivo criativo, pois já não bastava se pintar de travesti com guitarra ou bancar o servo de satan-malvadinho-metal, era preciso também mostrar criatividade e um pé na realidade (Alguém se lembrou do punk aí).
O Nirvana se apresentava nos shows com a mesma roupa que cotidianamente usava no dia a dia. Fora isso havia uma criação musical inigualável, minimalista, que fez a Indústria Fonográfica mundial baixar a bola e não estilizar tanto os artistas. Ou seja era presiso ter criatividade e não somente saber fazer a reprodutibilidade técnica de solos e rifs. Era presiso saber inovar,criar.
Com o Nirvana teríamos o Pearl Jam, Alice Chains, Soudgarden e muito outras bandas que iriam mudar a cara do rock naquele momento. Desde a época do surgimento do punk, nunca teve tanto garoto a fim de aprender a tocar guitarra/ violão antes.
Esses dias o Pearl Jam gravou seu novo álbum: Backspacer, que certamente vai deixar um gosto amargo na boca daqueles que ainda se prendem a um sentimento de nostalgia quando ouvem o nome da banda. Este é o nono disco de estúdio e expõe em menos de 40 minutos de duração que os caras não estão muito preocupados em voltar a ser o exemplo perfeito de sucesso comercial. Há também um certo despojamento em relação aos clichês típicos do show business aí. Black Gives Way to Blue é o disco que marca o retorno do Alice Chains grupo liderado pelo excelente guitarrista Jerry Cantrell. A pauta que rege o novo álbum ainda é aquele climão soturno que permeou os trabalhos anteriores, mas sempre com uma impecável execução instrumental. E se tem algo que impressiona logo de cara é justamente a habilidade de Cantrell em criar riffs fantasmagóricos e pesadíssimos. Isso fica evidente com as ótimas "All Secrets Known" ) e "Check My Brain"
Muita gente começou a gostar de música por causa destas duas bandas. E pode ter a certeza de que tanto Alice in Chains quanto o Pearl Jam ainda merecem a atenção.
3 comentários:
O Grunge foi usado pela indústria fonográfica para acabar de vez com o Rock. A motivação deverá ser objeto de estudo num futuro.
O certo é que logo que os lobos da mídia viram a grana que os caras tavam dando, começou um processo de replicação de bandas que logicamente leva a uma queda na qualidade musical do estilo. Isso sempre ocorre quando um estilo estoura.
Kurt Cobain, mesmo com sua postura punk, teve a cara de chegar pros companheiros Cris Novoselick e Dave Grohl e impor: Ou eles davam a ele mais de 90% dos rendimentos da banda ou ele sairia do Nirvana, já que o Nirvana era "ele".
De lá pra cá, o Rock que desde Elvis, passando por Beatles, Stones, , Led Zeppelin, Deep Purple, Eagles, AC/DC, Mettalica e Guns, sempre frequentou as paradas como principais artistas entre todos os estilos, nunca mais conseguiu estar no topo das paradas.
Muito nostálgico esses dias, heim brother? O que eu tb gostava no grunge era esse lance meio punk de dispensar plumas e paetês. Bateu até saudade da Show Bizz e dos textos do Pedro Só. Lembra do Mark Lenagen, do Screaming Trees? Olha ele aqui com o Qotsa: http://www.youtube.com/watch?v=grw5AT5kq0c
Caro Wsclay:
Eu discordo de vc quando diz que o rock "nunca mais conseguiu estar no topo das paradas".Discordo mais ainda quando vc resposabiliza o grunge por isso (risos).
Nunca os artistas ligados ao rock fizeram tanto sucesso. No Brasil nos temos Restart, ( a rebelião adoslecente do momento) Fresno e essas porcarias. No exterior as bandas tipo "medalhões true" que vc gosta são considerados divindades, fora hum milhão de bandas que nascem e morrem todo dia. Imperatriz é um bom exemplo.Esse processo de "replicação de bandas" orquestrado pelos "lobos da mídia" aconteceu sempre e sempre acontecerá em todos as esferas da indústria cultural de massa. Então o grunge não foi o primeiro e nem foi o ultimo estilo "da vez".
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