É a décima nona vez que a ONU se posiciona contrária ao embargo. O governo norte-americano não admite a cultura cubana.
A Assembléia Geral da ONU aprovou hoje (26) por grande maioria uma resolução que volta a pedir o levantamento do embargo econômico e comercial que os Estados Unidos decretaram contra Cuba há 50 anos.
O documento teve apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU, já que 187 membros votaram a favor, dois contra (EUA e Israel), além de três abstenções (Ilhas Marshall, Palau e Micronésia).
Esta é a 19ª ocasião consecutiva em que a Assembléia Geral das Nações Unidas se pronuncia a favor da resolução apresentada, nesta ocasião, pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, para pedir o fim das sanções contra a ilha.
Pouco antes da votação, o ministro cubano de Relações Exteriores criticou em seu discurso o presidente dos EUA, Barack Obama, por manter intacto o embargo apesar da promessa de "um novo começo" na política em direção a Havana.
"Os fatos confirmam que nada mudou, nem utilizou suas amplas prerrogativas para flexibilizar o bloqueio. As sanções contra Cuba permanecem intactas e aplicadas com todo rigor", disse.
Rodríguez citou vários casos de remédios e produtos farmacêuticos que estão fora do alcance da saúde cubana por essas sanções.
Também minimizou a importância da ampliação dos intercâmbios culturais nos dois últimos anos, já que considerou que continuam sujeitos a "a severas restrições".
"É evidente que os Estados Unidos não têm intenção alguma de eliminar o bloqueio", ressaltou o chanceler cubano, para quem a Casa Branca ignora o desejo da maioria dos americanos de que se levante o embargo aos "interesses especiais" de uma minoria partidária de manter as sanções.
"A política dos Estados Unidos contra Cuba não tem sustento ético ou legal algum, credibilidade, nem apoio. Isso ficou demonstrado nos mais de 180 votos nesta Assembleia Geral das Nações Unidas que nos últimos anos reivindicou o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro", indicou.
Rodríguez mencionou em seu discurso as reformas econômicas do Governo cubano nos últimos meses, que "respondem ao desejo dos cubanos e a decisões soberanas de nosso povo".
Por sua parte, o representante americano, Ronald Goddard, ressaltou que o embargo é um "assunto bilateral" que se inscreve no direito soberano de seu país de estabelecer a política comercial que ache adequada.
Além disso, lamentou que o chanceler cubano tenha voltado a equiparar as sanções com um "ato de genocídio" e lembrou que os Estados Unidos são, atualmente, o quinto parceiro comercial de Havana.
Goddard assinalou que a troca comercial entre EUA e Cuba foi de US$ 533 milhões em 2009 e ressaltou que Washington não põe limites à ajuda humanitária enviada à ilha.
Também assegurou que o Governo de Obama iniciou nos últimos 21 meses mudanças na política em direção a Cuba, citando a eliminação das restrições às visitas dos cubano-americanos à ilha e ao envio de ajuda a seus parentes.
De todas as formas, advertiu que os países não poderão abrir totalmente uma nova etapa até que os cubanos "desfrutem" dos direitos que contempla a Carta das Nações Unidas.
Como em exercícios anteriores, o projeto de resolução de condenação apresentado pela delegação cubana contou com o apoio da maioria dos grandes grupos regionais que formam a Assembleia Geral.
Os países da União Europeia (UE) voltaram a manifestar rejeição aos efeitos das sanções dos EUA, que entre outras coisas afetam empresas europeias com presença em Cuba.
Ao mesmo tempo, o embaixador belga na ONU, Jan Grauls, expressou em nome dos 27 membros satisfação pelas recentes libertações de presos políticos na ilha, mas insistiu que o regime cubano deve libertar todos os presos de consciência e garantir que os cubanos possam desfrutar das liberdades básicas.
O embargo americano sobre Cuba começou de maneira oficial no dia 7 de fevereiro de 1962, no Governo de John F. Kennedy, mas os Estados Unidos já haviam imposto certas sanções desde 1959.
Segundo o Governo cubano, o embargo supôs danos econômicos diretos ao povo de US$ 100,154 bilhões a preços correntes, que equivalem a US$ 239,533 bilhões tomando como base a inflação de preços no varejo dos EUA ou de US$ 751,363 bilhões se medido pela cotação do ouro no mercado internacional. EFE
Com informações do yahoo notícias !
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