Acabo de receber por e-mail a seguinte nota redigida pelo Diretório Central dos Estudantes, da UEMA, campus de São Luis:
Mobilização Contra a Administração da UEMA – 16 de setembro de 2010.
No dia 15 de Setembro deste ano o estudante de Física do 5° período, Carlos Eduardo, foi agredido verbal e fisicamente pelo atual administrador do R.U. da UEMA. O senhor Motovane, como é conhecido, se dirigiu até o estudante e de uma forma repugnante e ofensiva transbordou a bandeja de Carlos com salada de repolho. Diante de tal constrangimento, o graduando em física recolheu sua bandeja e foi até a sua mesa, sentou e foi almoçar.
Carlos costuma pedir um pouco mais de comida às serventes do R.U., mas naquele dia só queria um pouco mais de salada. Ora, é extremamente aceitável pedir um pouco mais disso ou daquilo nas refeições. Imagino que tenhamos direito de escolher o que queremos comer em maior ou menor quantidade. E se alguém geralmente pede um acréscimo é mais do que justificável, uma vez que muitos nem comem tanto e que das mil refeições feitas às vezes até sobra. Para além da oferta e da demanda de comida temos que considerar toda a realidade de um estudante que passa o dia na UEMA, a exemplo, de caminhadas feitas do prédio de Física e Matemática à Biblioteca Central onde nos deparamos com uma área de leitura infernal e computadores sucatados. E depois de toda uma manhã subindo e descendo por aqueles campos vamos ao R.U. e somos constrangidos.
Mas o que justifica tal ignorância por parte deste diretor de Restaurante? O diretor estava preocupado em seguir a risca o contrato? Ou ele estava preocupado em atender o serviço comunitário que o R.U. da UEMA deve prestar?
Bem, para resolver a essa incógnita saibamos o que é o R.U. da UEMA. Na comida da UEMA nos deparamos com história que só pescador pode contar. Por exemplo, o dia em que o estudante o estudante de Ciências Biológicas encontrou uma rã cozida no seu feijão, e isso tem se tornado rotina, há outros causos de pedaços de ferro, guardanapo embebido em acetona, lagartas e impensáveis miudezas.
Nos bebedouros do recinto, pesquisas já detectaram coliformes fecais, a água dá dia sim dia não e com sorte está gelada.
E o cardápio é mais um sonho do que realidade. Ao invés de uma diversa e nutritiva alimentação (como consta no contrato) só vemos fatias de boi na brasa e frango na torradeira. A salada é feita apenas com repolho e o arroz fede (dizem que é a parborização do arroz?).
Comemos em bandejas jurássicas, amassadas e cheias do óleo vindos das máquinas de lavagem sucatadas. Então, o cardápio hoje se resume a: arroz FEDORizado, com frango torrado, salada de repolho e feijão à perereca. Para descer o bagulho, água quente cheia de coliformes fecais.
Mas o que acontece com essas administrações, a do R.U. e da UEMA? Por que nos tratam tão mal? O que esses dois setores têm de incomuns?
Acontece que o R.U. é mais um espaço terceirizado, onde a empresa se utiliza dos recursos e dos espaços para se beneficiar em cima de todos os usuários dali. Elas barateiam nossas refeições e ainda produzem refeições para fora da instituição. A empresa do atual restaurante da UEMA vende torta de frango e oferece um “Bob esponja” e hoje nem mais isso. Ela vende salada e oferece repolho ralado, vende frango e oferecem mini-tickens de frango, vendem arroz parborizado e oferecem arroz mal lavado. Estamos sendo vítimas de um processo de licitação fraudulento em que as empresas passam até cinco anos na função apenas mudando de nome, com laranjas da própria instituição.
Agora podemos entender nossa incógnita, a de saber por qual motivo o diretor do R.U. agiu de forma tão enfurecida, endiabrada, encapetada. Ele defende a política da atual administração na pessoa do Excelentíssimo Sr. Reitor (reitor esse que promete um terceiro mandato): a de sucatear, terceirizar e privatizar a Universidade. Também de uma prestação de serviços péssimas, de intimidar quem questiona e de subordinar os estudantes aos administradores.
Diante de tais fatos está claro que desde a sua origem a Universidade Estadual do Maranhão não passa de Uma Escamoteada Máfia Acadêmica. Desde seu início não se presta concurso público para uma universidade que hoje alcança os seus 30 mil alunos e mantêm seu quadro de funcionário da UEMA em 460.
Basta fazer uma caminhada pelo campus e comprovar todo esse esquema. O Centro de convenções está sucateado, e os eventos como a Joex vão para o Rio Poty Hotel. A assistência estudantil é nula, a autonomia política está morta, a Univima (uma universidade implantada dentro da UEMA) divide verbas com a UEMA e precariza ainda mais o ensino, os setores administrativos estão todos terceirizados, a UEMANET é a galinha dos ovos de ouro, o Reitor quem escolhe é o governador, a adesão da UEMA no ENEM e o ranquiamento de cursos feitos pelo ENAD nunca foram discutidos com a comunidade acadêmica. Cadê a autonomia política, pedagógica e financeira?
Estamos vendo uma UEMA seguindo para o abismo, num processo que dita o fim do ensino público, gratuito e de qualidade dependente dos interesses empresariais.
Estamos presenciando um dos maiores ataques à educação já vistos neste século, iniciado desde os primórdios da educação no Brasil, da era Vargas e da Ditadura e que vem deixando universidades como a UEMA com a cara pálida com os estudantes vazios de sentido, sem cara de Universidade pública feita por estudantes, para a sociedade, para a comunidade.
E esses ataques vão continuar nas pessoas de nossos administradores, como a do Sr. Motovane que nesta quarta-feira de Setembro, não se conformou com a tamanha grosseria de encher a bandeja de Carlos com Repolhada, e foi até o estudante pressioná-lo que comesse toda aquela comida. Daí, segurando uma faca Motovane se dirigiu até o aluno foi decidido a perfurá-lo.
Carlos se agarrou com o diretor e se machucou na mão ao tentar se defender daquele homem descontrolado e embriagado de poder.
Deste fato, nos sobra indignação. Repudiamos a atitudes desses administradores que nada contribuem para a UEMA. Queremos que isso não volte a repetir, mas só a categoria estudantil poderá se rebelar e mudar essa história. A UEMA só terá cara de Universidade se tiver a cara dos estudantes da UEMA. Quando dissermos não a esses ataques, a nós, à educação, à segurança pessoal, ao lazer, à alimentação digna e gratuita. Não queremos menos, queremos ainda o Jantar Universitário.
Quanto ao diretor queremos a sua retirada imediata de seu cargo e a retirada da empresa instalada ali naquele restaurante.
Assinam esta Nota de repúdio:
Diretório Central dos Estudantes – São Luís
Gestão: Construindo a transformação com Arte e Revolução;
Sintuema; Estudantes da Engenharia de Pesca; C.A.Bio.
3 comentários:
Essa não é a primeira nem a última vez que veremos atitudes grosseiras na UEMA. Em todo estado é assim, as instituições refletem o modelo de governar da oligarquia. O Maranhão necessita urgentemente de uma transformação radical, ao contrário continuaremos vendo essas truculências que começam no governo e são reproduzidas pelos filhotes da arrogância.
jhonny
É isso ai camarada. Que os ventos da renovação soprem com força e derrubem as velha e novas práticas herdadas do regime militar e de governantes que se servem simplesmente dos cofres públicos para enrriquecer cada vez mais.
é verdade conpanheiros ñ queremos mais comer bob esponja,rãs assadas nem tomar agua de côcô'!
mudança urgente!
AMANHÃ DIA 21 DE SETEMBRO(TERÇA) AS 12:00HRS,NO R.U. UMA MANIFESTAÇÃO CONTRA ESSA ADIMISTRAÇÃO CACHORRA.
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