Assim que encerrou o debate de ontem com os candidatos a governo do Maranhão, vários correligionários, alguns amigos e demais figuras políticas me ligavam para uma rápida explanação do que eu havia achado de resultado.
Opiniões todos nós temos, em menor ou maior grau, sobre determinado assunto e, antes de fazer esse texto, liguei pra tantos outros companheiros, amigos, parentes e serpentes que me relataram suas impressões e desatinos. Como entendo que a verdade de cada um é um espelho na frente de outro espelho, resolvi ler alguns noticiosos e textos para só depois me manifestar também, sob o risco de parecer meticuloso demais, afinal de contas imparcialidade só existe na mente dos repórteres mercenários da Veja, ou dos jornalistas labigós da Globo e ainda na cabeça de meia dúzia de professores e estudantes fora da realidade.
Como primeira constatação, temos o fato de que Jackson Lago não teve tanto dinamismo desta vez. O velhinho se perdeu no tempo e por vezes não foi convincente nas respostas, mesmo que tenha elementos para tanto. Como ponto positivo temos sua fala final, muito contundente e de conclamação a derrotar a oligarquia. Jackson finalizou bem o debate.
Saulo Arcangeli também deixou a desejar. Perdeu oportunidades preciosas de contrapor o discurso do mais do mesmo (o discurso da oligarquia Sarney tentou jogar na vala comum todos os outros candidatos) e demonstrou estar na cômoda posição de franco atirador, por vezes fez comparações que a maioria das pessoas não compreendeu. Como ponto positivo, o PSOL, é formador de opinião, alem disso Saulo resgatou muito bem elementos contundentes como o caso Gautama e os baixos orçamentos para a educação e saneamento básico. Achei que ele poderia focar mais seu debate em torno de outras propostas como saúde e políticas sociais. Teria sido mais proveitoso do que “bater” em Deus e o mundo.
Roseana Sarney parecia nervosa. As mãos trêmulas e a voz em tom choroso deixavam a impressão de que estava sempre se justificando pelo que não fez. Ledo engano. Roseana tentou ainda ligar sua a imagem à da mulher, que por ser única candidata no meio dos homens estava sendo apedrejada. Disse que iria chamar Zé Sarney para debater com os demais candidatos e tentou justificar suas péssimas atuações nos governos passados ao fato de não ter Lula como presidente. Ressalte-se que Roseana sempre esteve do lado de quem estava no poder, portanto, não convenceu.
Flávio Dino parecia o mais sereno de todos, mesmo que um certo tom arrogante pudesse estar presente em algumas falas, este se mostrou preparado e com o estudo das questões em dia. Não titubeou em responder nenhuma das perguntas e acusações feitas por adversários e ainda convenceu bem nisso tudo. Não falo por mim, falo pelo eleitorado imperatrizense o qual pacientemente tive que ouvir. Flávio Dino pode vir com tudo por aí.
Para mim, o grande vencedor deste debate: Marcos Silva. O candidato do PSTU também não vacilou em momento algum. Rápido e rasteiro emocionou ao desafiar Zé Sarney e Lula para o debate além de saber conduzir muito bem sua fala em torno dos demais candidatos. Marcos Silva ainda questionou a candidata oligarca se esta não teria remorso das injustiças feitas por seu grupo no Maranhão, tais como privatizações, demissões em massa e os péssimos índices sociais no Estado. De braços abertos, erguidos pra cima, tal qual um samurai que não teme a luta seja em quaisquer condições, Marcos Silva foi seguro e aproveitou bem seu tempo na TV. Se houvesse o critério do debate para eleger o melhor, Marcos estaria eleito.
1 comentários:
A minha impressão sobre o debate é muito parecida com a sua.Voce soube usar melhor as palavras. A tua postagem é perfeita
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