1 de setembro de 2010

Explode a luta popular na Hidrelétrica do Estreito

Caros amigos, acabo de chegar de mais um episódio da nada agradável novela que tem sido a Usina Hidrelétrica de Estreito. Pelo visto as coisas tendem a ficarem piores caso o consórcio empreendedor responsável pelas obras não se posicionar em relação aos enormes prejuízos sociais e ambientais decorrentes da mesma.

As barragens já expulsaram mais de um milhão de pessoas em todo o Brasil. Em média, 70% das famílias atingidas recebem pouco ou quase nenhum tipo de direito. A maioria das famílias tem como destino os lugares mais pobres das cidades, ficando sem emprego, sem terra e sem casa. Muitas vezes sobrevivem apenas do bolsa-família.

No caso de Estreito os problemas são maiores, visto que os ribeirinhos e pescadores não foram reconhecidos juridicamente como “atingidos” mesmo retirando seu sustento do Rio Tocantins. Segundo a lógica do CESTE (consorcio responsável pelo empreendimento), só é atingido legalmente quem possuir terra inundada. Há ainda a grave questão das praias e Territórios Indígenas.

Cerca de 600 pessoas, entre estas idosos, mulheres e crianças, estiveram a ponto de ocupar e montar acampamento dentro do canteiro de obras hoje à tarde. A manifestação foi contida, por algum tempo, pela tropa de choque da PM. Coincidentemente o quartel fica em frente. No entanto, o clima esquentava cada vez mais e as pessoas revoltadas se diziam dispostas a tudo para alimentar seus filhos. Um mal maior foi evitado depois que uma equipe técnica, dentre eles o gerente institucional do CESTE – Isac Cunha, se dirigiu ao grupo de negociação do Movimento, sob o olhar da polícia, e disse que até amanhã pela manhã o presidente do CESTE estaria negociando diretamente com os atingidos. Cunha entregou ainda um documento de ações de mitigação à coordenação do movimento.

Fiz várias imagens e até alguns vídeos que amanhã, sem falta, postarei em nosso blog. Farei também considerações mais detalhadas, baseadas nas falas dos atores sociais envolvidos. O movimento permanece acampado em frente ao canteiro de obras, portão principal.


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2 comentários:

Conceição Amorim disse...

ancelwSão rápidos os efeitos e e conseqüências dos grandes projetos hidrelétricos em nosso país. Estreito não haveria de ser diferente, a ganância dos grandes empresários do sistema e a falta de fiscalização quanto ao cumprimento verdadeiro dos projetos de mitigação aos impactos sociais não existem por parte da Secretaria Estadual de Meio-ambiente. Porque será? Quem esta ganhando com isso além dos empresários?
Todo apoio aos atingidos pela barragem do Estreito.

Carlos Leen Santiago disse...

Com certeza nobre Conceição Amorin.