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2 de janeiro de 2012

ACUSADOS DE ASSASINAR QUILOMBOLA SÃO OUVIDOS EM AUDIÊNCIA

"Por causa de um pouco de terra, por uma fatia de pão, mataram mais um irmão, mataram mais um irmão..."
Cânticos, orações, revolta, muita emoção por parte de centenas de quilombolas na porta do Fórum e um silêncio sepulcral da imprensa tradicional do Maranhão, marcaram a 1º audiência de instrução criminal dos acusados de assassinar o líder quilombola Flaviano Pinto Neto. A audiência foi realizada no dia 01 de dezembro, no Fórum da Comarca de  São João Batista, município do Maranhão, localizado a 280 km da capital, São Luís. Num clima de muita tensão a  audiência teve início ás  09hs e término às 18hs, sem interrupção para o almoço.

Foram interrogados, pelos representantes da Justiça e do Ministério Publico, os fazendeiros Manoel de Jesus Martins Gomes e Antônio Martins Gomes – acusados de serem os mandantes – e Josuel Sodré Sabóia, ex-policial militar expulso da corporação por causa de sua extensa ficha criminal, acusado de ter contratado o pistoleiro Irismar Pereira que teria efetuado os sete disparos que mataram Flaviano.


Irismar Pereira não foi ouvido ainda porque, segundo Armando Serejo, um dos advogados dos acusados, “a família dele nunca providenciou um advogado e ele não pode ser ouvido sem apresentar defesa preliminar”. Por isso os três réus serão ouvidos juntos. Enquanto isso, Irismar permanecerá preso e terá uma audiência separada.  
 
Continue lendo esta máteria escrita por Alice Pires e  Inaldo Serejo no site do Jornal Vias de fato 

11 de setembro de 2011

9 de setembro de 2011

VEJA O SENTIDO DA XI ROMARIA DA TERRA

Com tema “Terras, Águas e Direitos – Resgatar, defender e construir” a décima primeira edição da Romaria da Terra será realizada no povoado de “Piquiá de Baixo”, município de Açailândia, neste fina de semana, dias 10 e 11 de setembro. O evento é organizado pelas pastorais sociais da Igreja Católica e expressa o anseio dos que clamam e lutam pela vida. Mostra o sofrimento e alimenta a esperança do homem e da mulher do campo que busca um mundo novo. Os perversos modelos de desenvolvimento no Maranhão estarão na berlinda dessas vez.

O cineasta imperatrizense Alexandre Almeida realizou um breve curta metragem, com cerca de quinze minutos, onde demonstra através de depoimentos e imagens, a cruel realidade das famílias que são impactadas pela dinâmica produtiva da Companhia Vale, que apenas exporta o minério de ferro (riqueza da região) socializando doenças e pobreza no campo.
Confira o vídeo:

18 de julho de 2011

CPT PASSA POR APERTOS NO MA

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), de Pinheiro foi arrombada na madrugada desta sexta-feira (15). Essa é mais uma violência praticada contra escritórios da CPT no Maranhão. No último final de semana a CPT esteve reunida junto com o Movimento Quilombola da Baixada Maranhense –MOQUIBOM, com mais de 55 comunidades quilombolas, no município de Mangabeira. “É muito suspeito tudo isso, toda vez que realizamos um arrombaram a de São Luís, reviraram tudo mais não levaram nenhum objeto de valor.” Disse por telefone, Fábio Costa, agente da CPT de Pinheiro. importante encontro com os quilombolas, alguma sede da CPT aparece arrombada. Dessa vez, fizeram diferente, além de revirarem algumas coisas, levaram o computador, quando

O arrombamento só foi percebido pela manhã por um porteiro do colégio Pinheirense, localizado em frente ao escritório da entidade na Avenida Presidente Dutra, em Pinheiro. Por volta das 7h da manhã, o porteiro percebeu que as portas estavam abertas e não tinha nenhum agente da CPT no local. O porteiro então, entrou em contato com a diretora da escola que ligou para Fábio que se encontrava no município de Bequimão, retornando de imediato. Não foi possível contactar o Padre Inaldo Serejo, coordenador da CPT, pois o mesmo encontra-se em um encontro de Dioceses que está sendo realizado em Caxias.




29 de junho de 2011

NOTA DE REPÚDIO do Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense


O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notícias publicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre a recente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (Desenvolvimento Agrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.

Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturas e todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação ver a senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado “uma bronca” neste grupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legitimas e históricas reivindicações. A suposta grosseria virou notícia e, segundo essas mesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo. Às favas com o protocolo! Nós não estamos nem um pouco preocupados com isso. No Maranhão, diante de tanto sangue derramado de nossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, da corrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avanço avassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolos palacianos.

Por razões bem diferentes, o povo maranhense também grita!

A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queria um espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel de benfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas do latifúndio) atuando como meros coadjuvantes. Jamais compactuaremos com isso! Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estado brasileiro! Foi revoltante ler uma mentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhora Roseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais. Lá estava dito, na primeira página: “Ministras vêm ao Maranhão para conhecer programas fundiários do governo”.

Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecer programas do governo? Mentira! O presidente do Instituto de Terras do Maranhão, sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não tem capacidade para atender 20% da demanda atual – arrecadação de terras públicas para assentar camponeses, titulação de terras quilombolas – por falta de funcionários e recursos financeiros. A verdade é que as ministras vieram ao Maranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações de opressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça, depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegando ao extremo de fazer greve de fome. Foi essa legítima pressão social que trouxe todas essas autoridades federais ao Maranhão.

O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja, diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradores assassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizações invadidas?

Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide com a difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre os compromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas. E esperamos que o governo estadual também apresente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha a capacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza - consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam e matam; e, da “apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal” (Carta dos Bispos do Maranhão).

Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombola tem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos. Por isso, temos a liberdade para seguir reivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquilo que acreditamos ser o justo.
Nossa luta continuará!


São Luís – MA, 27 de junho de 2011

Pelo Movimento Quilombola da Baixada

Givanildo Nazaré Santos Reges
João da Cruz
Almirandir Madeira Costa
Catarino dos Santos Costa
Maria Teresa Bitencourt
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