8 de janeiro de 2020

Editorial: Ataques entre EUA e Irã geram tensão no Mundo


Após o ataque desferido sob a batuta de Trump, o Irã não demorou a dar a resposta. O general morto na operação milimetricamente calculada, Qasem Soleimani, era o segundo na hierarquia de poder iraniana. 

E a resposta veio em forma de contra-ataque a bases americanas em Bagdá, no Iraque. 

Neste exato momento há um debate de bastidores entre os signatários da ONU, Otan e potências regionais no Oriente Médio, buscando razões para ir e para não ir em uma guerra. 

Especulações mundo afora 

O termo “terceira guerra mundial” está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. A verdade é que após os ataques a pressão subiu muito entre Irã e EUA. 

O general iraniano era uma figura de grande importância não apenas do ponto de vista militar. Mas também político e ideológico. Basta ver a multidão com zilhões de pessoas em seu velório, em Teerã. O Gen. Soleimani tinha um país inteiro nas mãos. 

O governo americano acusa Soleimani de “mãos sujas de sangue”’, pela morte de milhares de norte - americanos na região e, de supostos planos para atacar diplomatas e apoiadores americanos no Iraque. 

Imperialismo 

Alguém por aí já deve ter se perguntado: afinal de contas o que faz os Estados Unidos no Oriente Médio? A história é recente. Desde que em 2003, os EUA sob alegação de estar buscando armas de destruição de massa, invadiu o território iraquiano e prendeu o ditador Saddam Hussein. 

Analistas de todo mundo são unânimes em afirmar que os interesses estadunidenses residiam nas ricas jazidas de petróleo da região. E as tais armas químicas nunca foram encontradas. 

De lá para cá, o país cuja a Historia remonta os cinco mil anos desde civilização mesopotâmica, onde sumérios e babilônios dominavam a escrita, passando pela ocupação persa de Ciro, o Grande - nunca mais voltou a respirar ares de tranquilidade. 

O Iraque ainda hoje sofre com inúmeros problemas de infraestrutura e estabilidade política, já que os EUA controlam  o país. 

E aí entra os vizinhos do antigo império Persa, o Irão, que de uma religião e cultura distintas, não olham com bons olhos a ocupação ocidental em suas circunvizinhanças. 

Poder bélico 

Autoridades iranianas já foram enfáticas ao afirmar que vão se vingar. Há informes de que também não mais respeitaram os protocolos de enriquecimento de urânio, o que na prática é a senha para criação de bombas atômicas. 

Brasil 

Nosso país sempre teve relações com ambos os países. A diplomacia brasileira nos últimos anos se pautou pelo apelo à paz e a cordialidade econômica na região. 

Infelizmente há sopros de mudanças para pior no ar. Declarações destrambelhadas e eivadas de “ideologismo” barato norte-americano fizeram com que a própria embaixada brasileira fosse convocada por Teerã a se explicar. 

Pressionados, os diplomatas brasileiros desconversaram no típico argumento “não é bem assim”. 

Agora é aguardar cenas dos próximos capítulos. Como diria Belchior, “que a terra nos seja leve.”
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