Em março de 1871 se estabelecia o primeiro governo operário e socialista da História
No dia 26 de março de 1871, se estabelecia nas ruas de Paris o primeiro governo operário e socialista da História. A Comuna de Paris, que se iniciou com um levante proletário no dia 18 de março e teve duração de 3 meses e 10 dias, ficou marcada como um momento de força e organização das camadas oprimidas.
Inserida no contexto da Guerra Franco-Prussiana, a Comuna de Paris se deu pela grande pressão exercida pela burguesia parisiense às camadas operárias da cidade, que estavam submetidas a péssimas condições de trabalho. E a situação piorou quando o então presidente da república francesa, Adolphe Thiers, assinou o tratado de rendição na guerra da França contra a Prússia, cujas tropas cercaram a capital francesa. A insurreição popular, formada por operários jacobinos e socialistas, constituiu um novo governo para a cidade, que foi considerado por Marx e Engels como a primeira ditadura do proletariado da História.
A organização da Comuna tinha como objetivo uma melhoria nas condições de vida dos trabalhadores através da tomada de poder. Os proletários organizaram escolas gratuitas para seus filhos, autogestão na administração das fábricas e do governo municipal, medidas de proteção contra desemprego, controle sobre os preços dos alimentos e um piso salarial mínimo.
A participação das mulheres na Comuna também merece destaque, a partir da criação do Comitê Central da União das Mulheres que organizou refeitórios públicos, escolas, serviço permanente de ambulâncias, jornais dedicados à causa feminista, além da clubes de debates sobre a situação política e econômica que vivenciavam.
Entre as realizações da Comuna destaca-se a proclamação da igualdade civil entre homens e mulheres, que revogava o Código Civil Napoleônico segundo o qual a mulher deveria ser submetida socialmente aos homens, antes e depois do casamento.
Mas os soldados representantes do governo republicano burguês e os Prussianos não tardaram em contra atacar: conhecido como Semana Sangrenta, o período entre 22 e 28 de maio de 1971 foi marcado pelas investidas do Exército contra as barricadas da Comuna, construídas pelos proletários nas ruas de Paris como medida de proteção. As barricadas eram reforçadas diariamente por homens, mulheres e inclusive crianças, que resistiram por vários dias às investidas dos soldados pela tomada de poder.
Por volta de 15 mil combatentes defenderam a cidade contra um exêrcito de 100 mil homens, em uma demonstração de força e poder popular.
Com a queda da comuna, muitos combatentes foram presos, deportados ou executados, tendo fim a primeira experiência moderna de governo popular.
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