7 de agosto de 2017

A Venezuela é menos pior com Maduro


Publico aqui o texto do Professor da Universidade Estadual do ABC Paulista, Gilberto Maringoni. Tenho total acordo com ela e assino embaixo. Há um grupo aliado aos interesses mais escusos de potências estrangeiras que desejam usurpar as riquezas do povo venezuelano sem levar em consideração os interesses deste povo. Pra tirar suas dúvidas leia "As veias abertas da America Latina", de Eduardo Galeano. 

É DURO, MAS É MADURO! 
Por Gilberto Maringoni

É difícil tomar posição sobre a Venezuela. Há brutalidades, bestialidades, enfrentamentos, ferimentos, prisões, explosões, mortes e escassez generalizada. A capital é violenta, o cenário é sujo, os líderes do governo parecem não tomar banho há tempos e tudo parece meio revirado. 

Que a direita se some aos seus e brade um senso comum de "democracia", "direitos" e "liberdades" para apoiar uma oligarquia que disputa o poder com a fúria de quem perdeu há duas décadas o lugar quentinho da renda petroleira, tudo bem. 

Que ela faça coro com quem tem ramificações em Washington e no que existe de mais reacionário na política global, está na conta. 

Que a mídia internacional busque isolar Maduro e que ridículos jornais da periferia invoquem sacrossantas regras de seus manuais internos, a gente pode entender. 

Mas que lideranças de esquerda subam no muro - que favorece a reação - ou que se escandalizem com a aspereza do combate é algo a se deplorar. 

Não se trata apenas de " fazer o jogo da direita". Significa não perceber que luta de classes não é travada segundo os regras de etiqueta e com a nitidez de exército vermelho X branco, bonzinhos X malvados, com camisa X sem camisa ou casados X solteiros. 

Com toda a feiura do enfrentamento, é preciso perceber o que está em jogo e tomar lado. Não haverá uma cavalaria de garbosos soldados ao som metálico de uma corneta a inaugurar uma terceira via ou um caminho do meio pelo qual os justos, os limpos e as pessoas de bem possam pontificar sobre destinos mais elevados. Posição se toma enquanto o pau come. 

No caso venezuelano, não há como deixar para depois: a oposição de direita precisa ser derrotada! É incômodo, mas a eventual derrubada de Maduro levará o país a uma hecatombe brutal. Por isso é preciso apoiá-lo, com todo o ônus que tal gesto acarreta.
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