13 de outubro de 2012

A "DESPOLITIZAÇÃO" DAS ELEIÇÕES EM IMPERATRIZ


Trabalhando o conceito "democracia" para os meus alunos do ensino médio na disciplina de Filosofia, constatei o óbvio: as classes populares têm percebido as eleições como único meio legitimo para fazer política. 

A "despolitização" não acontece por acaso. Segundo o historiador Eric Hobsbawm nas democracias de massa, controladas pelo poder político e econômico da minoria, algum tipo de "manipulação" é necessário. As afinidades entre democratização e hipocrisia política são observáveis aqui em Imperatriz pelo discurso dos candidatos travestidos de heróis e a forte presença de profissionais em marketing na propaganda eleitoral. 

Isso por si só já seria muito ruim. O eleitor torna-se um mero "consumidor" e não agente ativo e participante de uma construção da cidadania. Um debate político que não coloque questões estruturais em pauta faz com que o eleitor deixe em paz o eleito após o período de votação. Afinal de contas quem é o dono do mandato? Ponto final. 

Lutas populares? Nem pensar, basta que votem (em mim, claro). Há de se questionar de fato a possibilidade de "poder do povo" nas escolha eleitorais. 

As mudanças advindas pela crise econômica mundial certamente  mais cedo ou mais tarde chegarão por aqui. Isso no médio prazo provocará engessamento fiscal cada vez maior nos municípios. Sem recursos para se investir nas políticas sociais novamente teremos o povo responsabilizado a pagar pela conta.  

Será  imprescindível a partir de agora inventar novas formas de participação popular na política e isto só é possível se reinventarmos nosso modelo de educação e sociedade. Podiamos começar a tarefa de casa reforçando os "conselhos municipais" que ainda estão desativados na cidade.    
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