Um dos grandes fatos na Historia de Imperatriz, que culminaram inclusive na fama que a cidade teve nos anos 80 de capital da pistolagem, foi o assassinato do Padre Jósimo Tavares, executado nas escadarias do prédio onde funcionava a CPT (Comissão Pastoral da Terra), ali pertinho da Praça de Fátima.
O crime chocou a opinião publica nacional principalmente por que na época a própria Igreja Católica sabia que Jósimo vinha sendo jurado de morte. Seu trabalho junto aos camponeses do Bico do Papagaio, região norte do hoje atual Tocantins, e zona de violentos conflitos pela posse da terra e de grilagem institucional, incomodava os fazendeiros latifundiários e especuladores da terra. Gente poderosa e que tinham por vezes homens da lei a seu favor. Depois de investigações da policia foram autuados como mandantes do crime: JOÃO BATISTA DE CASTRO NETO, PEDRO VILARINO FERREIRA, este morto em 2006, irmão de José Helvécio Vilarino, também envolvido. Passados 28 anos do bárbaro crime eis que ontem a juíza da Primeira Vara Criminal, Cristiana Ferraz, declarou o caso “prescrito” pela justiça, ou em outras palavras: já era o processo vai ficar por isso mesmo. PRAÇA DA CULTURA traz com exclusividade um texto deixado por Jósimo dias antes de morrer e endereçada a seus companheiros da Igreja:
"Tenho que assumir.
Estou empenhado na luta pela causa dos lavradores indefesos,
povo oprimido nas garras do latifúndio.
Se eu me calar, quem os defenderá?
Quem lutará em seu favor?
Eu, pelo menos, nada tenho a perder.
Não tenho mulher, filhos, riqueza...
Só tenho pena de uma coisa: de minha mãe, que só tem a mim
e ninguém mais por ela.
Pobre.
Viúva.
Mas vocês ficam aí e cuidam dela.
Nem o medo me detém.
É hora de assumir.
Morro por uma causa justa.
Agora, quero que vocês entendam o seguinte:
tudo isso que está acontecendo é uma conseqüência lógica do meu trabalho na luta e defesa dos pobres, em prol do Evangelho, que me levou a assumir essa luta até as últimas conseqüências.
A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar".
Pe. Jósimo Tavares
Fica a pergunta: o que a Igreja pretende fazer em relação a isso? Deixar quieto?
Se eu me calar, quem os defenderá?
Quem lutará em seu favor?
Eu, pelo menos, nada tenho a perder.
Não tenho mulher, filhos, riqueza...
Só tenho pena de uma coisa: de minha mãe, que só tem a mim
e ninguém mais por ela.
Pobre.
Viúva.
Mas vocês ficam aí e cuidam dela.
Nem o medo me detém.
É hora de assumir.
Morro por uma causa justa.
Agora, quero que vocês entendam o seguinte:
tudo isso que está acontecendo é uma conseqüência lógica do meu trabalho na luta e defesa dos pobres, em prol do Evangelho, que me levou a assumir essa luta até as últimas conseqüências.
A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar".
Pe. Jósimo Tavares
Fica a pergunta: o que a Igreja pretende fazer em relação a isso? Deixar quieto?
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