Segundo o membro da organização não-governamental americana Arquivo de Segurança Nacional e historiador Peter Kornbluh, o Brasil era o principal aliado de Washington para combater a esquerda na América Latina. Kornbluh, que participou de um seminário sobre os 30 anos da Lei da Anistia, realizado na Faculdade de Direito da USP, nesta quarta-feira (26), ressaltou a descoberta de um relatório da CIA que detalha a ação de militares brasileiros e argentinos na Operação Condor, a “cooperativa” das forças armadas sul-americanas que reprimia a esquerda, na década de 1970. O documento mostra que agentes brasileiros perseguiram e entregaram à inteligência argentina militantes que tentavam se refugiar no Brasil. Outra peça, uma cópia de telegrama da embaixada americana no Brasil, revela troca de informações entre militares brasileiros e uruguaios sobre o movimento guerrilheiro Tupamaro, do Uruguai.
“O Brasil tem que se desculpar com o Chile pela participação brasileira no golpe de estado que derrubou Salvador Allende e levou Augusto Pinochet ao poder, em 1973. O governo brasileiro também deveria se retratar perante Uruguai e Bolívia. Esses países sofreram conseqüências diretas da ação de militares brasileiros durante os anos de chumbo. Essa é uma obrigação do Brasil com seus vizinhos do Cone Sul”, afirma o historiador americano.”
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