Nós jovens camponeses (as), representantes dos Movimentos Sociais e organizações da Via Campesina Brasil, MST, MPA, MMC, CPT, MAB, FEAB, PJR, ABEEF, CIMI, Movimento Quilombola, Consulta Popular, Articulação Puxirã dos povos Faxinais de todos os estados do Brasil, reunidos em Goiânia no dia 26 de novembro após muito debate constatamos e reafirmamos que:
I - Vivemos um período adverso para a sociedade brasileira, em especial para a classe trabalhadora, para os camponeses (as) e para a juventude pobre do campo e da cidade, fruto de um longo período de descenso das lutas de massas, de consolidação do modelo neoliberal que tem privilegiado as grandes multinacionais e o grande capital financeiro.
II - Os camponeses (as) e a juventude têm sido vítimas desse modelo, que além de concentrar renda e terra, traz vários problemas para o meio ambiente e para nossa biodiversidade expulsando os camponeses (as), indígenas, quilombolas e ribeirinhos de suas terras.
III -Esse modelo econômico tem marginalizado a reforma agrária e a agricultura camponesa. O Estado vem priorizando o financiamento das grandes empresas transnacionais para construção de barragens e o desenvolvimento dos monocultivos de cana, soja e eucalipto.
IV- A ausência do Estado no campo, em especial nas áreas de educação, saúde, esporte, lazer, cultura e comunicação e a falta de uma política voltada para a geração de renda impossibilita a permanência dos (as) jovens no campo.
Diante desse quadro reafirmamos:
- A necessidade de construir um projeto popular para a agricultura e para o Brasil convocando a juventude camponesa a lutar contra o Estado burguês, as empresas transnacionais e o grande capital.
- O compromisso com a preservação da biodiversidade, da água, e da cultura camponesa. Cultivando o Internacionalismo e os valores Socialistas.
- O compromisso da luta contra todo tipo de exploração e de desigualdade social lutando permanentemente contra o preconceito, cultural, racial, étnico, de gênero, de orientação sexual e religiosa.
- Nos comprometemos em continuar a luta contra a marginalização e a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.
- Desenvolver os valores da educação, da cultura, do estudo, da disciplina e da solidariedade, como parte do processo de formação política dos (as) jovens do campo.
- Entendemos que o papel da juventude nessa conjuntura consiste em debater um projeto popular para o Brasil garantindo sua implementação e a continuação da luta pelo Socialismo.
- Construir alianças com todas as organizações da classe trabalhadora, tanto na elaboração política como na luta concreta.
- Nos comprometemos a organizar os coletivos de jovens em nossa base, regionais e estado, além de contribuir com o fortalecimento do coletivo nacional e de nossas organizações da Via Campesina.
- Nos comprometemos em construir e consolidar os nossos próprios meios de comunicação, ajudando a consolidar os nosso veículos já existentes como rádios comunitárias e o jornal Brasil de Fato.
- O compromisso de contribuir na organização da juventude do campo, da cidade, e de todas as entidades e organizações de jovens da classe trabalhadora.
Juventude que ousa lutar, constrói o poder popular.
Globalizemos a Luta, globalizemos a esperança!
Goiânia, 26 de novembro 2007.
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