7 de janeiro de 2019

Bird Box é mistura de Saramago com M. Night Shyamalan


Resolvi comentar acerca do filme a disposição na Netflix, Bird Box, que salvo engano entrou no catálogo partir de dezembro.

Com Sandra Bullock no papel principal e dirigido pela veterana Suzane Bier, o roteiro impressionou muita gente, inclusive amigos meus, pelo caráter distópico e apocalíptico da trama.

De maneira sobrenatural, uma estranha força atua na mente das pessoas que tornam-se ultra-violentas consigo mesmas. Através do olhar das vitimas, a "estranha força" induz ao suicídio e, em alguns casos ao assassinato.

Entretanto algumas pessoas não são afetadas. E estas se tornam em espécie de "vetores" da força estranha e obrigam aqueles que não querem olhar para que vejam e, portanto, se auto-mutilem até a morte.

O filme é bem produzido e traz reflexões obvias sobre a condição humana. Um dos personagens interpretados pelo veterano John Malkovich em um certo momento afirma: " a vida é dividida entre aqueles que vão morrer e os escrotos".

Mas, aviso aos navegantes. O roteiro não é nada novo e já foi usado pelo escritor José Saramago (in memoriam) no excelente "Ensaio sobre a cegueira", que acabou virado filme também, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles. Outro que utilizou da mesma temática foi o consagrado diretor de suspense M. Night Shyamalan, em seu "Fim dos Dias".

De maneira geral roteiros que colocam situações tensas/absurdas são válidos pela possibilidade de vermos como funciona na prática a condição humana. De minha parte eu prefiro analisar essa condição em filmes mais realistas, que tenham um pouco de pé e cabeça (ou talvez não?). Coisa de historiador chato.

Mas, divirtam-se. Bird Box dá pra assistir e matar o tempo. Com o perdão do trocadilho.
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