Hoje no programa matinal da Fátima Bernardes foi tratado o
assunto sobre “educação”. Raramente assisto TV nesse horário, ainda mais para
ver programa de dondocas paulistanas falando de como é difícil “a vida neste país
onde os vôos vivem lotados”, etc coisa e tal.
Como não poderia deixar de ser o programa primou mais pela “boboquice”
do que fazer um debate sério sobre educação. Pelo menos serviu como
espelho para analisarmos qual o lugar e o papel do professor na sociedade
brasileira.
Nada foi discutido a respeito do Piso Nacional do Magistério. Pela valorização da
Carreira dos Docentes das Instituições Federais, pois uma nação que não produz
conhecimento de forma pública não constrói sua soberania.
No máximo foi
abordado o comportamento dos alun@s do fundamental e as novas técnicas de
disciplinar essa turminha. Teve também o momento “nostalgia” onda cada
convidado falava sobre a lembrança do seu professor (a) preferido. Meu deus em
que mundo vive esse povo?
Na
propaganda de TV o Governo Federal afirmar que nosso IDEB (Indice da Educação) cresceu e estamos nos aproximando da média dos países desenvolvidos. Na verdade
há sim uma enorme produção de analfabetos funcionais na escola, onde o
professor não possui condições de ensinar visto que seus alunos mal sabem ler.
Sem falar nos péssimos salários que
estes ganham. Mostram uma sala de aula bonita,
crianças sentadinhas prestando atenção em tudo, a professora sorridente e
bonita. Só faltou o Papai Noel aparecer por lá. Sinto vergonha disso.
Ser
professor hoje em dia não é lá um bom negócio. Além de ter que agüentar a sala
de aula lotada em condições beirando a insalubridade, você ainda sofre a pressão
de diretoras e coordenadoras mal resolvidas, pressionadas pela Seduc local.
Ah,
tem os pais dos alunos também geralmente mal educados e achando que a gente
precisa substituí-los no processo de educar seus pimpolhos.
Atualmente
dou aula no médio noturno. Outro desafio: fazer com que os alunos se interessem
pelo assunto, visto que a maioria chega bastante cansado do dia a dia do
trabalho. Há também aqueles que “apenas passeiam pela sala”, mas quanto a eles acredito que a própria vida os ensinará a querer aprender.
Fico
por aqui neste desabafo. Considero-me um sobrevivente. Não quero jamais
abandonar a educação e enquanto tiver forças lutarei contra “moinhos de vento”
da deseseducação brasileira. Quem disse que a vida é fácil ? O clipe e a letra
da música do Engenheiros do Hawaii retrata bem nossa condição nos dias de hoje.
Para refletir.
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