Entrevista com Vanusa Babaçu, organizadora do Coletivo Retrarte
Eu sou Vanusa da Silva Lima, mas prefiro que me chamem Vanusa Babaçu. Sou migrante do Médio Mearim, sou filha e neta de quebradeira de coco. Sou educadora popular, pedagoga de formação, mãe e militante do movimento das quebradeiras de coco babaçu. Uma pessoa que descobriu alternativas para seguir a vida, deixei a cozinha, um marido e uma loja e me embrenhei de volta as minhas origens, o campo.
Comente sobre sua atuação atualmente no CENTRU.
No CENTRU minha atuação é na área pedagógica. Sou coordenadora pedagógica da Escola Técnica Agroextrativista. No entanto, nossa contribuição vai além da escola. Sou assessora pedagógica da Instituição. No todo.
Quais são os grandes desafios que você vê em relação à educação na escola agroextrativista?
A continuidade é a principal barreira. Trabalhamos através de projeto, o CENTRU não dispõe de recursos financeiros para manter a escola, não há parceria com o Estado, é um projeto pensado e idealizado por trabalhadores rurais. Fazer escola nos moldes sonhados pelo CENTRU ainda é uma utopia.
Conta pra gente como é trabalhar com seu Manoel da Conceição?
É uma mistura de sentimentos. Nem sei dizer. Às vezes é possível passar horas escutando a historia de vida de Mané. Outro dia passou-se até uma quinzena sem nos vermos por conta do ativismo no CENTRU. Mas hoje me sinto realizada profissionalmente em saber que divido o mesmo espaço social de um homem que nasceu para a luta e uma luta em prol de outras pessoas, do coletivo. Resumindo trabalhar com Mané, não é trabalho é prazer. Às vezes ele consegue ser duro, mas é aquela dureza paterna.
Imperatriz atualmente não possui uma Universidade com autonomia, com reitoria própria, etc.. Com cursos estruturados. O que você acha da idéia de termos uma Universidade Federal com autonomia acadêmica e administrativa aqui na Região Tocantina?
Não sei falar com propriedade dessa estrutura da Universidade. Mas autonomia em qualquer âmbito da educação é importante, é preciso romper com varias amarras. Para isso o caminho é a organização e luta dos mais interessados. Se hoje a universidade tivesse alguns Manés talvez já tivessem ocorrido algumas mudanças, a revolução tem que acontecer antes em cada um de nós. Ai sim, quando realmente acreditarmos nessa possibilidade da mudança que é necessária, para haver um processo de convencimento. As pessoas estão muito acomodadas esperando alguém agir pra que sejam beneficiadas; é preciso acordar. :)
Os alunos egressos do I Curso de Fotografia Básica para Câmeras Digitais realizado pelo SENAC – Imperatriz-MA. Ministrado pela Pedagoga e Fotógrafa Social Vanusa Babaçu. Unem-se em um coletivo com titulo provisório de RETRARTE, Com o objetivo de compartilhar os diferentes modos de ver. Através de um laço comum: a fotografia.
Organizando a I Mostra Fotográfica: “Fragmentos de cada um de nós” a realizar-se no decorrer dos dias 16 a 28 de Fevereiro no SENAC – Imperatriz.
As imagens que serão expostas na mostra foram retratadas durante ou pós-curso. De maneira geral, desejamos apresentar trabalhos iniciais e ainda amadores, mas que se unificam no campo da arte visual. Sob curadoria de Vanusa Babaçu.
0 comentários:
Postar um comentário