5 de janeiro de 2009

O Maranhão é descoberto pelos maranhenses no reveillon.

Cedo da noite, vinte tres e alguma coisa. Subindo a Rua Luis Domingues, onde moro a pouco mais de vinte anos começo a pensar em tantos descaminhos vividos, criados pela subjetividade que eu mesmo dei em vida, parida por uma serie de eventos que se contrapondo ao que eu idealizo sempre teimam em mostrar-me o quanto estou errado. Felizmente (ou infelizmente) não serei eu o único a desmamar das tetas da condição humana, repleta da eterna dicotomia dor/prazer, que perfazem nossas buscas, nossos anseios. Não obstante, será este o assunto dessas mal digitadas linhas. Tenho por princípios nunca falar por enigmas, mas como não ser enigmático quando falamos de coisas que fugindo ao nosso controle, são por vezes descontroláveis apenas por nos mesmos (hã?).
Algo aconteceu para provar de vez minha condição de maranhense, imperatrizense. O mesmo processo aconteceu com centenas de pessoas que puderam ver/ouvir o show do também maranhense Zeca Baleiro, e com o perdão da palavra, um puta show, que lavou a alma (nossa, literalmente), que teve centenas de pessoas pulando e dançando ao som cativante, que transmitia algo (talvez a subjetiva maranhensidade) alem do que bundas e glândulas mamarias. Não que seja de todo ruim demonstrar sexualidade, mas quando a coisa parte pra vulgarização mercantilizada do corpo da mulher até o sexo perde a graça.

“Baby você não precisa de um salão de beleza, a sua beleza é sempre maior que a beleza de qualquer salão”

Isso sim é valorizar uma mulher.
Um repórter daqui teve a coragem de dizer no seu programa de TV, que teria sido uma arbitrariedade um show como aquele, que o “nosso povo” (sic) não tem essa “cultura” (sic) que a nossa “cultura” aqui é o calipso, o forró e o axé. Vejam a que ponto chegou a “esquizofrenia cultural” e ignorância (termo utilizado pelo meu amigo indigenista Renan Henrique) deste profissional da comunicação. Mal sabe o infeliz comunicador que respectivamente os estilos acima citados são do Pará, Ceará e Bahia e a despeito do fato desses mesmos estilos estarem freqüentemente nos nossos ouvidos pela cidade, o povo que foi ver Zeca Baleiro dançou e se divertiu muito, famílias inteiras foram prestigiar, não se teve relato de nenhuma confusão armada (há não ser um bêbado idiota que jogou uma latinha no palco).
Comprovando a tese de que o povo não “curte” por que não tem aceso o show de Zeca deverá ser um dos muitos que ainda virão para mostrar os valores perdidos devido a mercantilização e ignorância dos produtores de show da cidade.
Começo o ano com a bateria recarregada...
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

1 comentários:

Anônimo disse...

com certeza hoje vivemos num país em q as pessoas não valoriza sua própria cultura aliás não sabem nem qual é,muitos vão no embalo do som e nem prestam atenção na letra da música,em q mundo vivemos? É dando valor a artistas de outros lugares e esquecendo os seus? Valeu JUSCILENE.