Após dois discos lançados, Nando Cruz se prepara para gravar o DVD Déjà vu, em que registrará canções de seus dois álbuns, inéditas e clássicos da música popular brasileira e internacional. Com patrocínio do Banco da Amazônia (Basa) e apoio cultural da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Sesc/TO, a gravação acontece 17 de setembro, no Teatro do Sesc Palmas, às 20h30, na capital tocantinense.
O cantor, compositor, violonista e gaitista exerce atualmente um cargo executivo na Secretaria Municipal de Cultura de Miranorte, no Tocantins, cidade pela qual confessa ter muito carinho, onde também movimenta o Ponto de Cultura Engenho Cultural.
Besouro barroco [2005], o disco de estreia, foi totalmente gravado em Imperatriz, cidade que acolheu este maranhense nascido no Rio Grande do Norte. O segundo, Passo preto (ou Blues e aboios) [2011] foi gravado no Rio de Janeiro, com produção do multi-instrumentista Christiaan Oyens – parceiro de Zélia Duncan.
No próximo dia 27 de agosto, Nando Cruz retorna à Imperatriz para um reencontro especial. Ele será um dos artistas que cantará na abertura de Toca Raul, tributo a Raul Seixas que Wilson Zara apresentará na cidade [no Rancho da Villa, às 22h], com patrocínio da Potiguar, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão [dia 20 de agosto, às 21h, na Praça dos Catraieiros (Praia Grande), Zara apresenta o show em São Luís, com participação especial de Louro Seixas e abertura de Marcos Magah e Tiago Máci].
Segundo o artista, o que o trouxe a Imperatriz foi o acaso. “O destino era Brasília, mas quis o eterno que fosse em Imperatriz, coisa que agradeço muito, pois foi onde bebi não só das águas do Tocantins, mas da fonte caudalosa, como diz Raul, que é a música produzida na cidade. Por sinal, onde vou ouço algum músico elogiar ou pessoa comum falar acerca do nível altíssimo da arte como um todo produzida lá”, elogia, por sua vez.
“Ter com meu amigo e irmão Zara é sempre uma festa. São anos de irmandade e cumplicidade. Wilson é uma pessoa extremamente humana, no melhor sentido da palavra, um cara que me influenciou em todos os níveis, certamente como um profundo conhecedor de música, e música que eu digo aqui é em caixa alta, um repertório fino, de extremo bom gosto, que acabou por influenciar minha composição”, confessa Nando Cruz.
O outro artista que cantará na abertura é o imperatrizense Tony Gambel, que vem firmando seu nome em festivais – algo que Nando Cruz fez há alguns anos: é dele o hit Beija, que ganhou as rádios do Maranhão após o êxito em uma das edições do festival Canta Imperatriz. A música está em Besouro barroco. “Por isso beija, me beija/ beija que o tempo passa, eu sei/ por que a vida perde a graça/ se me negas o teu beijo/ serei solidão/ solidão e desejo”, diz a letra.
Gambel e Cruz cantarão repertório autoral, mas este reconhece a importância de Raul Seixas para a música do Brasil. “Na verdade eu não era assim fã ardoroso do maluco beleza e foi justamente ele, Zara, quem me mostrou o quanto Raul é profundo e ao mesmo tempo simples, e é essa receita que persigo ate hoje em composição. Agora sei o quanto Raul é importante pra música popular brasileira. Subir no palco pra cantar meu trabalho, ainda mais abrindo pra um dos maiores intérpretes de Raul Seixas no Brasil, e homenagear esse grande gênio criativo baiano, é algo que nunca se esquece”, diz.
Nando Cruz lembra como conheceu Zara. “Foi na época em que cantava e morava num bar que era também a casa de Erasmo Dibbel [cantor e compositor], outro mano querido do coração. [O bar] Chamava se Sol e Lua e era um lugar fantástico por onde passavam os maiores artistas do Maranhão e uma vez quando o Didi – esse é o jeito carinhoso que Erasmo chama o Zara – apareceu lá e cantou nas muitas canjas que rolavam no bar, nos aproximamos e formamos a primeira dupla não sertaneja de Imperatriz [risos]. Já mudei pro apê do cara e começou assim nossa irmandade, que durou alguns anos nos palcos da cidade e em outras paragens”, conta.
[O Imparcial, ontem]
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