Minha manhã ficou triste. Reginaldo Rossi deixou-nos. Obrigado, Rossi, por tantos momentos de alegria, por ter contagiado tanta gente, como eu, com sua arte, seu talento, sua sinceridade, seu humor popular. Vá em paz, meu Rei, vôce fez bem sua parte.
Do site Em.com
Nenhuma metáfora de bar, tristeza ou desilusão conseguirá traduzir, nesta sexta-feira, às 9h40, a dor da partida do Rei do Brega, o cantor Reginaldo Rossi. O artista pernambucano de 69 anos morreu depois de permanecer 23 dias internado no Hospital Memorial São José, na Boa Vista, no Recife.
Ele havia sido internado com dores no tórax e nas costas, mas descobriu a existência de um tumor no pulmão, enfrentou sessões de quimioterapia, hemodiálise e precisou de sedação e ajuda de aparelhos para tratar a doença.
Reginaldo Rossi entra para a história da música como uma das vozes mais românticas do país.
Em mais de 50 anos de carreira, ele cantou os desencontros do sentimento humano, especialmente ilusões, fetiches, dores e desamores comuns aos relacionamentos. Contemporâneo de uma geração tachada de brega por cantar canções idolatradas pelo povo, ao lado de Odair José, Amado Batista, Wando, Agnaldo Timóteo, Fernando Mendes, entre outros, Rossi inverteu a lógica do rótulo e abriu espaço para um gênero musical marginalizado no Brasil.
O cantor reformulou o conceito de brega e, com músicas e declarações, esfregou na cara da sociedade a incoerência entre a crítica e a vida real.
Democratizou os sentimentos, uniu pobres e ricos nas emoções e na mesa do bar, universalizou a dor, o amor, o chifre e a alegria da roedeira ao pé de um garçom, definido por ele como o confessor da humanidade, personagem inspiração para o maior sucesso musical. “Quando o chifre dói, o diploma cai da parede”, “Não há quem não bregue depois de três doses” e “No mundo inteiro, é romântico, mas, aqui, quem faz romantismo é brega” foram frases de uma filosofia levada adiante em mais de 300 composições gravadas ao longo da carreira.
Dono de uma uma cabeleira fora dos padrões de beleza, de uns óculos escuros onipresentes, camisa sempre aberta no peito e uma voz inconfundível, Reginaldo fez sucesso incontestável para além das fronteiras do estado. Começou com o rock e o balanço da Jovem Guarda no grupo Silver Jets. Depois, em carreira solo, enveredou pelas músicas românticas.
Dominou o Norte e o Nordeste. Com a canção Garçom, lançada em 1986, chegou ao restante do país e se consolidou como artista nacional.
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