Por Edilson Silva
A sociedade civil é o reino da miséria física e moral, como concordavam Marx e Hegel (mesmo que tirando conclusões distintas a partir daí). E quanto mais constato esta miséria, menos me desagrada o mundo jurídico. E o Estado torna-se elemento contraditoriamente civilizador e garantidor de menos miséria moral nesta sociedade civil.
A sociedade civil é o reino da miséria física e moral, como concordavam Marx e Hegel (mesmo que tirando conclusões distintas a partir daí). E quanto mais constato esta miséria, menos me desagrada o mundo jurídico. E o Estado torna-se elemento contraditoriamente civilizador e garantidor de menos miséria moral nesta sociedade civil.
Os marxistas incomodados com estas análises deveriam perceber que sob o capitalismo - que desde o advento da revolução industrial alcançou um estágio de alienação no mundo do trabalho intacto na sua essência até hoje, ou seja, com as condições de perpetuação desta miséria física e moral - o mundo jurídico vem sobrepondo camadas de direitos que vão alcançando cada vez mais os distintos aspectos da vida humana em sociedade, chegando-se, como agora, à novos paradigmas, tendo a própria natureza como sujeito de direitos.
Fechar os olhos a isto e tratar o Estado, expressão material e realizadora desse arcabouço legal, como apenas a expressão dos direitos da burguesia, é de uma pobreza intelectual que causa vergonha alheia.
Mais pobre ainda é aferrar-se à Marx como se este fosse uma bóia em alto mar, relendo e repetindo seus textos, como um catecismo, sem perceber que Marx é uma bússola, que nos serve não para nos salvar de nossa ignorância no ofício elementar de nadar no mar da história, mas sim para nos orientar metodologicamente sobre o caminho à nadar.
Mais pobre ainda é aferrar-se à Marx como se este fosse uma bóia em alto mar, relendo e repetindo seus textos, como um catecismo, sem perceber que Marx é uma bússola, que nos serve não para nos salvar de nossa ignorância no ofício elementar de nadar no mar da história, mas sim para nos orientar metodologicamente sobre o caminho à nadar.
Muito, muito mais pobre ainda, é aferrar-se ao mundo da política e soterrar-se nele, com cara de intelectual bem remunerado, e sair por aí a dar conselhos "marxistas", dada a sua incapacidade de, do alto de suas cátedras, apresentar alternativas de percursos na busca da emancipação humana do julgo do capital, no ambiente do mundo do trabalho, lócus em que, unicamente, a luta por esta emancipação será possível um dia.
Faço um pedido a estes intelectuais marxistas que estudam especificamente o marxismo e que são bem remunerados para estudar, pesquisar e reflectir, para produzir conhecimentos úteis para a sociedade: A esquerda socialista mundial está precisando, há pelo menos 45 anos, de uma elaboração teórico-programática de fôlego, que reavive a utopia socialista e reanime o método marxista como orientador da ação política dos socialistas revolucionários, que tire o marxismo da sala do velório em que foi colocado há décadas.
Estudem, pesquisem, e nos tragam alternativas ao metabolismo social do capitalismo, baseado no tripé capital, trabalho e estado.
Por favor, nos tragam uma nova e revolucionária forma de organização social, um metabolismo novo, em que o ser social seja livre, faça da sua atividade laboral o exercício de sua mais ampla liberdade e emancipação e ao mesmo tempo esta sociedade seja de abundância na satisfação das necessidades orgânicas da espécie humana.
Se querem contribuir com a luta socialista, por favor, contribuam com isto!
Edilson Silva é Secretário Geral do PSOL.
Edilson Silva é Secretário Geral do PSOL.
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