O filósofo Aristóteles foi o principal estudioso da ética desde mundo antigo. Para ele existiria uma “ética do bem” vivida pelos interesses da pólis acerca da vida em sociedade. E as virtudes consistem em se ter a justa medida entre a falta e o excesso das paixões, sendo os extremos entendidos como vícios. Exemplo: diante do medo, a coragem é o justo meio entre a temeridade e a covardia.
Resulta da ética a base da politica aristotélica ou trocando em miúdos: viver em sociedade requer equilíbrio na ação prática.
Foi preciso mais de dois séculos depois para que alguém questionasse a “ética do bem “ ao trazer o elemento psicanalítico do inconsciente para “além do bem e do mal” colocando assim a "ética do bem" subjugada a uma “ética do desejo”.
Para Sigmund Freud, o inconsciente humano seria uma terra de ninguém, onde conteúdos recalcados quase inacessíveis convivem com dinâmicas e mecanismos próprios. Ali no inconsciente não haveria contradição, nem localização espaço temporal. Nossos desejos primitivos e o chamado “principio do prazer-desprazer” redefinem e negam a capacidade de unidade dos sujeitos.
Nossa felicidade desta forma só poderia estar ligada a um “sentimento de falta”, na minha humilde avaliação lutando contra o mundo real em sociedade que tenta em vão sobrepujar a busca do prazer individual. Somente no equilíbrio entre as duas forças garantiria um bem estar geral.
Temos um interessante paralelo aqui com a politica imperatrizense e a ligação real desta politica aos meios de comunicação da cidade.
Explico por que: Não adianta pedir ética na politica em Imperatriz. O chamado “principio do prazer” é o que vem verdadeiramente se sobrepujando aos interesses da coletividade e daí surge este sentimento do salve-se quem puder que vemos hoje em dia.
Não é só o péssimo serviço do transporte público ou mesmo o apresentador inescrupuloso de TV que ataca a gestão liberal do prefeito. É também a incapacidade do nosso povo em se articular e se mobilizar em rede para garantir a “ética do bem” para a cidade.
Ora o “principio do prazer” vence. Mas chega o momento que “ética do bem” prevalece. É tudo uma questão de História e ela não para.
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